“Como definir o mal? Como se manifestou o mal neste início do século 21? E será que muitos reagiram de forma banal aos episódios de mal que vivenciaram? […]O mal está entre nós. Está nesses episódios, está nos crimes associados às drogas, está na violência e no desrespeito contra os pobres. Mas é difícil para nós nos indignarmos, porque esse mal é banal. Só quando ele deixa de sê-lo, e a sociedade se torna indignada, pode ele ser combatido e, em alguns casos, vencido.”

Luiz Carlos Bresser-Pereira, Folha de S.Paulo – 29/07/2013

 

“A modernidade é toda feita para servir ao pequeno autoritário, o ‘eu’: ele exige mais sucesso, mais autoestima, mais saúde, mais dinheiro, mais beleza, mais celulares, mais viagens, mais consumo, mais direitos, mais rapidez, mais eficiência, mais atenção, mais reconhecimento, mais equilíbrio, melhor alimentação, mais espiritualidade para que ele não se sinta um materialista grosseiro.”

Luiz Felipe Pondé, Folha de S.Paulo – 29/07/2013

 

“O que dizer de um papa que se diz pecador? Estaria ele dessacralizando o papado? Em partes, explica o historiador e padre José Oscar Beozzo. ‘Francisco dessacraliza o que deve ser dessacralizado no papado, isto é, formas de poder herdadas do fato de o bispo de Roma ter-se tornado um príncipe e chefe de Estado.’ O foco do pontificado de Francisco é seu caráter pastoral.”

Ocimara Balmant, O Estado de S.Paulo – 30/07/2013

 

“Não acho graça quando dizem que alguma falha, bizarrice, relaxamento ou incompetência é o jeito brasileiro. Não concordo quando autoridades dizem que atrasos em ocasiões oficiais fazem parte da cultura brasileira… Não acho que errar o trajeto ou combinar mal ou nem combinar nada sobre o trajeto de um papa, sabido séculos antes, nas tantas vezes convulsionadas ruas do Rio atual, seja apenas jeito brasileiro. E, se for, a gente tem que corrigir.”

Lya Luft, Veja – 31/07/2013

 

“Para a política do passado, que às veze se tem que encarar seu outono antes de viver sua primavera, toda transformação deve ter um guia, uma pauta, um interesse por trás. A ideia de que nossa insatisfação, pode ser catalisada como um verdadeiro acontecimento, justamente por que ela ainda não adquiriu a fisionomia dos processos institucionais habituais, ou porque ela se posiciona na geografia mental de que dispomos, torna-se então inaceitável.”

Christian Dunker, Cult – julho de 2013

 

“Creio que nossas instituições estão falidas e temos que começar a repensá-las por completo. O que a Fundação Casa oferece? O que o Estado oferece? […] Acho que temos de fazer todas as reflexões possíveis para mudar esta realidade. Em trinta anos, as mudanças foram pequenas no Brasil, não fizemos nenhuma grande reforma como a política, a educacional, na área de saúde, transporte, habitação… e, pior ainda, sinto falta de que a intelectualidade participe mais ‘na base’. Desde os meus tempos de academia sempre tive como espelho pessoas como Darcy Ribeiro, Paulo Freire, Milton Santos, Celso Furtado… É disso que sinto falta, de novos pensadores.”

Carlos Augusto dos Santos, sociólogo, um dos criadores da Fundação Amparo à Pesquisa no Estado do Amazonas, Sociologia – julho de 2013

 

“Aprender a pensar não significa aprender pensamentos ensinados pelo professor. Para Kant todos podemos aprender a filosofar, exercer o talento da razão; aprende-se a filosofar pelo exercício e pelo uso que se faz para si mesmo de sua própria razão. O papel da reflexão ou da razão autônoma não está em treinar a memória e nem a erudição. Tais parcialidades apenas conseguirão torna-lo dependente, pois esta não é a maneira correta de usar a razão. Quando o professor se deixa levar por esse tipo de laisser-aller – ou  displicência -, tem-se a indicação de que ele não pensa, não tem coragem de posicionar-se, permanece numa condição de absoluta menoridade; ele não pesquisa, não estuda e limita-se a passar esquemas prontos, o que, na prática, significa um servilismo. E isso não é ensinar.”

Geraldo Balduíno, Filosofia – julho de 2013

 

“É quando minha vida deixa de ser minha que ela começa.”

Gustavo Gitti, Vida Simples – julho de 2013

 

“A poesia mesmo nasce de um estado de espírito de perplexidade diante do mundo. Não é algo que você faça porque quer. O poema utiliza a linguagem verbal, que é organizada.”

Ferreira Gullar, Folha de S.Paulo – 03/08/2013

 

“Acho que nada supera o momento presente, por mais que tenha sido maravilhoso o que já foi vivido. Agora, o que já foi vivido me interessa como caminho para o que está vindo.”

João Anzanello Carrascoza, O Estado de S.Paulo – 03/08/2013

 

“Em 1988, Ramsay MacMullen, conhecido historiador especializado em Roma, da Universidade de Yale, publicou um livro analisando uma das questões fundamentais nesse domínio: por que o maior império da história do mundo entrou em colapso no século 5.º? A causa, segundo ele, foi a corrupção, que se tornou sistêmica no fim do Império Romano. O que antes era imoral passou a ser aceito como prática comum e o que antes era ilegal foi comemorado como normal.”

Fareed Zakaria, O Estado de S.Paulo – 03/08/2013