Posts tagged juventude

45ª semana de 2011

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“De vez em quando é bom parar e refletir sobre coisas que pensamos ser triviais. Com frequência, descobrimos que o que tomamos como simples é bem mais complicado do que parece.”
Marcelo Gleiser – Folha de S.Paulo, 06/11/2011

“Aumentamos o número de crianças e adolescentes na escola, sim. Os anos de escolaridade também. Falta muito. Mas já descobrimos que sete anos de escola no Brasil não ensinam o mesmo que na Argentina ou no Chile. Não garantem que a criança aprenda a ler e a escrever direito ou a fazer contas simples de matemática.”
Ruth de Aquino – Revista Época, 07/11/2011

“Antigamente, oito anos de escolaridade bastavam. Mas, na sociedade do conhecimento, você precisa de 11 anos para ter alguma chance. Até 2006, a exigência de ensino fundamental e médio no mercado de trabalho empatava. Depois, a exigência de empresas pelo ensino médio triplicou. O país coloca 97% das crianças no ensino fundamental, mas só 50% dos que têm de 15 a 17 anos estão no ensino médio. E não têm bom desempenho. Só metade deles termina. Vai ser uma geração perdida – e o apagão de mão de obra vai piorar.”
Wanda Engel, educadora – Revista Época, 07/11/2011

“O cérebro dos pequenos se adapta às técnicas e às tecnologias disponíveis. Nada tem a ver com aumento de capacidade intelectual. Certamente o ser humano é tão esperto ou modorrento quanto o foi no ano 1000 e não tem lógica achar os alunos de hoje mais capazes. […] Alunos têm aprendido a linguagem escrita em dois mundos paralelamente. Começam a brincar com o teclado, que segue um raciocínio de QWERT (do teclado) e não de ABCDE. Aprendem a linguagem com o dedinho estendido, em vez de curvá-lo em torno de um lápis. Mas o que aconteceria se uma criança de quatro anos aprendesse a ler e escrever apenas digitalmente, para, depois, reforçar esse conhecimento com caligrafia manual? Não há estudo algum no mundo sobre isso, o que é curioso.
Há experiências de aprendizado paralelo digital-manual, mas ninguém sabe que sinapses se formariam, durante essa fase indelével dos circuitos mentais, em termos de cognição. Será que a forma de perceber o mundo seria alterada se a alfabetização inicial fosse feita apenas com estímulos digitais? É possível que esse processo desemboque em uma maneira diferente de apreender sequências. O digital estimula mais cedo e se veste de moderno, mas isso é progresso? Ou apenas atraso no lúdico?”
Ricardo Semler – Folha de S.Paulo, 07/11/2011

“Todos sabemos que a educação brasileira tem problemas sérios de qualidade e acesso. Sabemos também que têm havido melhoras importantes desde a década de 90.
A dúvida é se essas melhoras caracterizam um avanço contínuo que, em poucos anos, nos colocará no mesmo nível dos países mais desenvolvidos ou se estamos diante de um impasse. Se há um ‘teto de vidro’ que temos dificuldade em enxergar, mas que nos impede de avançar com a velocidade e a qualidade que precisamos, fazendo uso adequado dos recursos disponíveis. […] O país precisa começar a aprender, em vez de continuar tentando fazer sempre mais do mesmo de sempre, que é o que tem sido a prática dominante até agora.”
Simon Schwartzman – Folha de S.Paulo, 07/11/2011

“- O que leva alguém a vazar informações do exame fundamental para milhões de jovens? -Por que espancar o diferente faz alguém se sentir melhor ou mais aliviado?
-Por que dinheiro ou status social fazem as pessoas se sentirem inatingíveis? -Até que ponto penso no outro quando assumo riscos? -Por que tão pouca gente “paga” por seus erros? De um lado, muita gente sai por aí achando que pode fazer o que der na telha.
Bater no outro, guiar sob efeito de bebida, se considerar acima de tudo e de todos, não enxergar os riscos e olhar apenas para o próprio umbigo são alguns dos sentimentos que existem por trás de uma sociedade que anda pra lá de individualista, mas segue imatura, incapaz de pesar seus atos. […] Danem-se os outros! Eu faço o que quero e não estou nem aí para quem paga essa conta. E aí? Seguimos de braços cruzados?”
Jairo Bouer – Folha de S.Paulo, 07/11/2011

“Um fenômeno que ocorre na internet: vídeos que exibem crianças em situações diversas, feitos e postados por seus pais, se transformam em fenômenos de audiência.
Um dos últimos mostra a reação de uma garotinha quando seus pais dão a ela uma surpresa de aniversário: uma viagem à Disney. O que deveria ser um acontecimento íntimo entre pais e filha, olho no olho, com afeto e vínculo, ganhou a intermediação de uma câmera, já com o intuito de exibir ao mundo a reação da criança. Um espetáculo.”
Rosely Sayão – Folha de S.Paulo, 08/11/2011

“Uma crise psicológica significa aumento insuportável do sofrimento psíquico devido à desestruturação de nossas categorias de ação e de orientação do desejo.
O sociólogo Alain Ehrenberg havia cunhado uma articulação consistente entre a atual epidemia de depressão e um certo ‘cansaço de ser si mesmo’. Por sua vez, boa parte dos transtornos psíquicos mais comuns (como os transtornos de personalidade narcísica e de personalidade borderline) são, na verdade, as marcas da impossibilidade dos limites da personalidade individual darem conta de nossas expectativas de experiência. É possível que, longe de serem meros desvios patológicos, estes sejam alguns exemplos de uma crise em nossos modelos de conduta que crescerá cada vez mais.”
Vladimir Safatle – Folha de S.Paulo, 08/11/2011

“O mundo está dividido entre os milhões abaixo da linha da miséria, que não têm nada, e os que têm. Mas todos sonham com abundância. Falo dos que têm, mas isso inclui os que sonham em ter o mínimo e, depois, bastante. […] O vício da acumulação pode ser visto também entre pessoas de estilo e recursos mais modestos. […] Vivendo neste mundo em que os bens mais caros são o silêncio e o espaço, não é fácil arrumar lugar para tudo. E aí caímos num terrível círculo vicioso.”
Anna Veronica Mautner – Folha de S.Paulo, 08/11/2011

“A maturação das estruturas ocorre de trás para a frente, de modo que a última região a “ficar pronta” é o córtex pré-frontal, área responsável por planejar o futuro, tomar decisões complexas e controlar a impulsividade, entre outras funções essenciais para a vida em sociedade. O pré-frontal não amadurece antes da terceira década de vida, lá pelos 25 anos. Isso significa que jovens podem se parecer e até falar como adultos, mas não agem como eles. […] Será que, quanto mais aprendemos sobre o cérebro, menos espaço sobra para a responsabilidade individual? Há neurocientistas, como David Eagleman, que afirmam que avanços nessa área exigirão uma revolução no Direito.”
Hélio Schwartsman – Folha de S.Paulo, 09/11/2011

“A insensatez e o corporativismo jogaram a imagem do Judiciário no balcão da defesa de causas perdidas. Não se pode criar um critério para decidir o que engrandece ou apequena a magistratura. Pode-se, contudo, seguir a recomendação subjetiva do juiz Potter Stewart, da Corte Suprema americana, tratando de outra agenda: “Eu não sei definir pornografia, mas reconheço-a quando a vejo”
Elio Gaspari – Folha de S.Paulo, 09/11/2011

“Israel não é um país. É uma discussão calorosa de 8 milhões de primeiros-ministros.”
Amós Oz – Folha de S.Paulo, 10/11/2011

“Os dez anos mais quentes da história da Terra foram de 1998 para cá. O aumento médio da temperatura tem sido de 0,2 grau por década. No extremo norte do planeta, a elevação é maior (3 graus) por causa do derretimento de gelos polares. O nível das águas oceânicas tem aumentado 2,5 milímetros por ano (1992-2011). A concentração de CO tem deixado a água mais ácida – o que pode afetar biodiversidade, a pesca, o turismo. Outra questão séria está na redução de geleiras nas montanhas, já que um sexto da população mundial depende da água que delas escorre. E que se vai fazer, lembrando que 1,44 bilhão de pessoas ainda não contam com energia elétrica e o suprimento dependerá (principalmente na Índia e na China) da queima de petróleo e carvão? As energias renováveis ainda são apenas 13% do total, apesar do investimento de US$ 211 bilhões no ano passado.”
Washington Novaes – O Estado de S. Paulo, 11/11/2011

43ª semana de 2011

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“Apenas uma população bem informada será capaz de tomar as decisões para um futuro melhor. Por isso, precisamos de mais ciência na mídia, nas escolas, nas nossas comunidades. Se o Brasil quer estar entre as cinco maiores potências mundiais nas próximas décadas, precisará de uma população educada cientificamente, preparada para competir com países que sabem da importância da ciência para o desenvolvimento.”
Marcelo Gleiser – Folha de S.Paulo, 23/10/2011

“Existe um denominador comum das crises econômicas, sociais e ambientais do nosso planeta: o padrão de consumo humano. Os estilos de vida da sociedade são um dos fatores que resultam nas chamadas doenças crônicas não transmissíveis: câncer, doenças respiratórias, condições cardiovasculares, hipertensão e diabetes, que matam no mundo cerca de 35 milhões de pessoas por ano. Tabagismo, alimentos com alto teor de gordura, sal e açúcar e o consumo nocivo de bebidas alcoólicas causam mais de dois terços dos novos casos dessas doenças. […] O homem é parte do ambiente em que vive. Os agravos sobre a saúde do planeta e a saúde humana têm causas interligadas. Para resolvê-los, é imperativo que os países adotem uma abordagem sistêmica e integrada.”
Luiz Antônio Santini e Tânia Cavalcante – Folha de S.Paulo, 23/10/2011

“O número de amigos no Facebook não mede apenas popularidade. Mede também o tamanho de áreas do cérebro associadas a uma rede que compreende memória, emoções e interações sociais. Pessoas com essas áreas mais expandidas conseguem desenvolver mais relacionamentos? Ou mudaram seu cérebro porque usam mais o Facebook, estabelecendo mais relacionamentos? Os cientistas da University College de Londres, responsáveis pela pesquisa, divulgada na semana passada, não sabem.
O que imaginam saber, graças a uma série de testes de ressonância magnética, é que existe uma relação entre o tamanho de certas áreas do cérebro e o número de amigos. […] Se, por um lado, há dúvidas sobre como a tecnologia cria novos circuitos cerebrais, é sabido, por outro, que o cérebro é plástico, molda-se aos estímulos externos. Isso significa que a inteligência pode aumentar ou diminuir.”
Gilberto Dimenstein – Folha de S.Paulo, 23/10/2011

“Na Líbia, na Síria, o povo se ergueu contra a falta de liberdade e os privilégios de que gozam os donos do poder e clama por democracia. Onde há democracia, como nos países ocidentais, as causas do descontentamento são outras; atrevo-me a dizer que se rebelam contra os excessos do regime capitalista. E aqui me parece estar a novidade. É isso aí: os jovens dos países capitalistas vão à rua para exigir mudanças radicais no capitalismo. A coisa ainda não está explícita e daí a dificuldade de apreendê-la e defini-la. Mas é isso que me parece surgir nas ruas dessas numerosas cidades: uma visão crítica do capitalismo que não tem nada a ver com Karl Marx nem com o que se define como esquerda. […] Não obstante, tendo derrotado o comunismo e se tornado o dono do pedaço no mundo inteiro, o capitalismo agora é questionado por aqueles que nunca leram Marx. Por isso mesmo, não podem os seus defensores alegar que os que estão nas ruas exigindo mudanças são subversivos a serviço de Moscou ou de Pequim, hoje tão capitalistas quanto Nova York ou Londres.”
Ferreira Gullar – Folha de S.Paulo, 23/10/2011

“Ágape, álbum do padre Marcelo Rossi, já é o CD mais vendido do ano, ainda que lançado há pouco mais de um mês: 1,4 milhão de unidades, um número que impressionaria mesmo nos tempos em que ainda existia indústria fonográfica.”
Revista Veja – 24/10/2011

“Viramos súditos das respostas simplórias. Todos fazem estudos que demonstram que professores melhores e mais tempo em sala de aula dão resultado melhor. Como a questão de professores melhores é subjetiva, e que leva tempo (uma ou duas décadas) para se consertar, parte-se para o segundo item. Assim, começa a grita pela escola integral e por mais tempo na sala de aula. Como se torturar a meninada com mais horas monótonas e mal pensadas fosse resultar em aprendizado duradouro. Que bobagem! Isso não passa de um clichê, que serve para dar aos pais e aos políticos a sensação, idealizada, de que algo está sendo feito. O custo é altíssimo, e esse percentual a mais de PIB que iria custear um aumento de jornada deveria ser usado na reforma curricular. […] No mundo que está por vir, com currículos baseados na web e abolição gradual do sistema conteudista, acrescentar horas de aula é quase um ato criminoso. Essa dinheirama precisa ser redirecionada a fim de preparar as escolas para a revolução digital. Que, aliás, permitirá aos alunos surfarem questões em casa, em vez de acorrentá-los às carteiras.”
Ricardo Semler – Folha de S.Paulo, 24/10/2011

“Com uma infraestrutura subdimensionada, o trabalhador sai de casa mais cedo, volta mais tarde, descansa menos, produz menos, é mais ansioso, adoece mais e consome menos. Nossa infraestrutura é cara por falta de planejamento, que, por sua vez, decorre de falhas na educação. A educação ineficiente, além de não conseguir capacitar gestores para um planejamento competente, cria um contingente de profissionais subcapacitados que exercem funções que pouco agregam em produtividade e muito pesam no custo. […] Educação limitada sai caro, prejudica nossa capacidade de planejar e torna o Brasil menos competitivo. Precisamos de menos chefes e mais engenheiros e administradores competentes. Precisamos aprender a planejar, o que nunca soubemos fazer. À nossa nação não falta dinheiro. Falta apenas saber empregá-lo melhor.”
Gustavo Cerbasi – Folha de S.Paulo, 24/10/2011

“Faço o convite para que você repense sua atitude a cada situação que envolva dinheiro. Não pense simplesmente em economizar. Esqueça a preocupação de poupar intensamente. Procure melhorar suas escolhas e faça com que sejam coerentes, saudáveis e equilibradas. Se fizer isso, estará dando um grande passo em direção à prosperidade.”
Gustavo Cerbasi, Revista Época – 24/10/2011

“A corrupção virou a pior forma de barbárie de nossa democracia não apenas porque mercadeja com o destino de crianças ou porque sacrifica vidas em hospitais imundos e estradas abandonadas, mas principalmente por ter transformado a política numa indústria complexa, cuja finalidade é a apropriação da riqueza de todos para fins privados (e fins partidários são fins privados).”
Eugênio Bucci, jornalista e prof. da ECA-USP, Revista Época – 24/10/2011

“É preciso diagnosticar e atuar sobre aquilo que pode diminuir nosso ímpeto desenvolvimentista. A melhoria da Educação é tarefas, a um só tempo, mais urgente e mais de longo prazo que temos de cumprir. Fazer com que as crianças se alfabetizem solidamente, que os jovens concluam o ensino médio e que nossos estudantes ampliem nossas capacidades científicas e tecnológicas é o grande passaporte para o futuro. Para isso, é preciso caminhar, mesmo que aos poucos, para o modelo necessário: escola de tempo integral, carreira docente atraente, comprometimento da escola com o aprendizado dos alunos, monitoramento constante dos resultados escolares e incentivo para a adoção das melhores práticas pedagógicas.”
Fernando Abrucio, cientista político, prof. da FGV/SP, Revista Época – 24/10/2011

“Devemos olhar com admiração o que jovens de todo o mundo fizeram em 2011. Em Túnis, Cairo, Tel Aviv, Santiago, Madri, Roma, Atenas, Londres e, agora, Nova York, eles foram às ruas levantar pautas extremamente precisas e conscientes: o esgotamento da democracia parlamentar e a necessidade de criar uma democracia real, a deterioração dos serviços públicos e a exigência de um Estado com forte poder de luta contra a fratura social, a submissão do sistema financeiro a um profundo controle capaz de nos tirar desse nosso ‘capitalismo de espoliação’. […] Ao serem questionado sobre o que querem, muito jovens respondem: ‘Queremos discutir’. Pois trata-se de dizer que, após décadas da repetição compulsiva de esquemas liberais de análise socioeconômica, não sabemos mais pensar e usar a radicalidade do pensamento para questionar pressupostos, reconstruir problemas, recolocar hipóteses na mesa. O que esses jovens entenderam é: para encontrar uma verdadeira saída, devemos primeiro destruir as pseudocertezas que limitam a produtividade do pensamento. Quem não pensa contra si nunca ultrapassará os problemas nos quais se enredou. Isso é o que alguns realmente temem: que os jovens aprendam a força da crítica.”
Vladimir Safatle – Folha de S.Paulo, 25/10/2011

“Tempos econômicos difíceis podem aproximar as pessoas. Depende muito da resposta social para a crise econômica, das comunidades aos sindicatos. Se houver determinação em compartilhar a resposta, a consequência psicológica pode ser até muito boa. Se a resposta for “cada um por si e o diabo fica com o último”, mais pessoas terão que lutar.”
Raewyn Connell, socióloga australiana – Folha de S.Paulo, 26/10/2011

“Hoje, a tecnologia digital facilita o trabalho dos falsários, e, graças à internet, um boato se transforma rapidamente numa certeza coletiva.”
Contardo Calligaris – Folha de S.Paulo, 27/10/2011

40ª semana de 2011

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“Nem sempre as coisas têm uma lógica. Será que pessoas perfeitamente normais podem ter um momento de loucura, e nesse momento fazer coisas em que nunca tinham pensado?”
Danuza Leão – Folha de S.Paulo, 02/10/2011

“O primeiro mecanismo aceito pelos médicos como uma influência positiva da fé religiosa sobre a saúde é social. Em geral, não se pratica uma religião sozinho, e a ida a igrejas, sinagogas ou terreiros insere a pessoa numa rede de proteção social, com orientadores espirituais e amigos que se importam com a situação médica dela e podem ajudá-la a se cuidar. Pela razão inversa, sabe-se que gente solitária corre mais risco de morrer. Além disso, muitas religiões condenam o uso de álcool, o fumo e as drogas, o que também ajuda. […] Os poucos estudos sobre o poder da oração indicam que o doente que reza é capaz de reduzir seus níveis de estresse, ansiedade e depressão.”
Reinaldo José Lopes – Folha de S.Paulo, 02/10/2011

“Pela falta de líderes religiosos, a comunidade muçulmana do Brasil tem “importado” xeques de países africanos. Vivem hoje no Brasil cerca de 50 xeques estrangeiros, a maioria deles proveniente da África (Egito e Marrocos), de acordo com o CDIAL (Centro de Divulgação do Islã para a América Latina). E o cuidado em se fazer entender leva à busca de xeques de Moçambique, país que fala português e que tem parte da população muçulmana. Dos 50 xeques, 8 são daquele país. A importação de líderes de língua portuguesa cresceu há quatro anos, diz Ziad Ahmad Saifi, vice-presidente do CDIAL. A vinda de xeques visa atender à demanda crescente de seguidores do islã. Segundo o CDIAL, 20 anos atrás, existiam cerca de 40 centros muçulmanos de oração no país, número que incluía 18 ou 19 mesquitas. Hoje são 150 pontos de oração, 60 deles mesquitas. Não há dados recentes do IBGE, mas o Censo de 2000 apontou 27.239 muçulmanos no país -para o CDIAL, hoje já há 1,5 milhão de seguidores.”
Juliana Coissi – Folha de S.Paulo, 03/10/2011

“Neste momento em que o Brasil pensa tanto em inovação e em competitividade, é importante que o país olhe com olhos novos para os velhos problemas e para as velhas questões. É uma espécie de insanidade agir igual, fazer igual e esperar que dos mesmos procedimentos surjam novas respostas para nossos novos desafios e oportunidades. […] O mundo precisa trocar de pé em muitas e muitas áreas, abandonar crenças antigas, hábitos insustentáveis, práticas jurássicas. O novo mundo imporá mudanças cada vez mais rápidas; é bom você se acostumar a mudar.”
Nizan Guanaes – Folha de S.Paulo, 04/10/2011

“É lamentável que as escolas se preocupem tanto em ensinar as crianças a escrever e a fazer cálculos enquanto as possíveis formas de administrar o próprio estresse sejam totalmente negligenciadas. Não por acaso, tantas pessoas não suportam a pressão das contas, dos pneus furados e dos chefes autoritários – isso sem falar nos conflitos internos mais arraigados – e buscam alívio em comportamentos autodestrutivos, sendo o álcool e as drogas os mais comuns.”
Robert Epstein, doutor em psicologia pela Universidade Harvard – Revista Mente&Cérebro – outubro de 2011

“Fazemos parte de um ‘sistema’ coletivo de obrigações automáticas, sem espaço para gentilezas individuais e gratidão desnecessária.”
Arnaldo Jabor – Estado de S. Paulo, 04/10/2011

“Minha atitude é feminina e não feminista, pois me recuso a ver como exótico o fato de termos uma mulher na presidência. Fico inquieta quando me questionam sobre isso, pois, o contrário não causa espanto”.
Fernanda Montenegro,81, atriz – Estado de S. Paulo, 06/10/2011

“A crise econômico, com seus efeitos sobre a população (jovens em particular) é o ponto de convergência entre lutas contra ditaduras nos países árabes e as manifestações contra a primazia do sistema financeiro no Ocidente. Segundo Ruy Braga, o impacto da crise em cada margem do Mediterrâneo varia, mas produz revoltas. Na Europa, os jovens não aceitam os pacotes de austeridade, que podem aprofundar o desemprego e a estagnação. ‘ A perspectiva de que o futuro está comprometido tem um impacto psicológico muito forte. Nos EUA, pensar que um filho não vai superar o pai em qualidade de vida é inaceitável’.”
Diego Viana – Valor, 07/10/2011

37ª semana de 2011

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“Uma pesquisa realizada pelo Gallup revelou recentemente um recorde de desânimo entre os trabalhadores americanos, o que foi traduzido por economistas em números: a falta de engajamento tiraria cerca de R$ 500 bilhões da economia, em decorrência da perda de produtividade.”
Gilberto Dimenstein – Folha de S.Paulo, 11/09/2011

“Essa ‘epidemia’ de violências é assunto sério. […] Preconceito, ciúme, intolerância com diferenças, suposta identificação com ideais de um grupo, busca da afirmação da identidade, tudo isso, pode estar tornando essa geração mais impulsiva e agressiva do que as anteriores. Preocupante! Sem educação, sem limites e sem punição adequada, essa onda de violência entre os jovens vai continuar!”
Jairo Bouer – Folha de S.Paulo, 12/09/2011

“Temos passado essa lições aos jovens: ser corajoso é ser brigão, ser capaz de colocar a saúde e a vida em risco; o que importa é fazer, acontecer e aparecer a qualquer custo; ter êxito na vida é ganhar muito dinheiro, não importa como. Essa lições convivem com os mais novos diariamente, e os convencem.”
Rosely Sayão – Folha de S.Paulo, 12/09/2011

“Um relatório divulgado ontem pelo ADI (Alzheimer’s Disease International), ligado à Organização Mundial da Saúde, indica que 75% dos portadores da doença não foram diagnosticados. O estudo foi conduzido por cientistas do Instituto de Psiquiatria do King’s College, em Londres. Segundo o ADI, que reúne 76 associações dedicadas à doença, 36 milhões de pessoas convivem com o problema no mundo todo. Os cientistas descobriram que três quartos das pessoas com demência desconhecem a doença. Nos países mais ricos, apenas de 20% a 50% dos casos são reconhecidos e documentados. Nos mais pobres, a proporção pode chegar a apenas 10%.”
Mariana Pastore – Folha de S.Paulo, 14/09/2011

“Não é fácil para nenhum pai ensinar valores a seus filhos, quaisquer que sejam eles. Por mais que repitam o que julgam certo e melhor para seus filhos, se eles não se comportarem de acordo com o que estão dizendo, se isso não é o que realmente são, não vai adiantar. Não adianta um pai dizer que dinheiro não é importante se ele troca de carro todo ano e se preocupa com a aparência quando encontra os vizinhos. Acredito que os valores de alguém precisam estar em linha com o que ele é. Não com o que ele diz. Isso é crítico para pais preocupados em ensinar valores aos filhos.”
Peter Buffett – Revista Época, 12/09/2011

“Meu propósito é dominar corações e mentes. Incutir em cada um o medo do outro. Medo de lhe estender a mão, tocar em cumprimento a pele impregnada de bactérias nocivas. Medo de abrir a porta e receber um intruso ansioso por solidariedade e apoio. Com certeza ele quer arrancar-lhe algum dinheiro ou bem. Pior: quer o seu afeto. Evite o sofrimento, tenha medo de amar. […] Meu nome é medo. Acolha-me em sua vida! Sei que perderá a liberdade, a alegria de viver, o prazer de ser feliz. Mas darei a você o que mais anseia: segurança!”
Frei Betto – Revista Caros Amigos, setembro de 2011

“Uma das grandes preocupações de qualquer ser pensante por aqui é a educação. Fala-se muito, grita-se, escreve-se, haja teorias e reclamações. Ação? Muito pouca, que eu perceba. Os males foram-se acumulando de tal jeito que é difícil reorganizar o caos. […] Grande contingente de jovens chega às universidades sem saber redigir um texto simples, pois não sabem pensar, muito menos expressar-se por escrito. Parafraseando um especialista, estamos produzindo estudantes analfabetos.”
Lya Luft – Revista Veja, 14/09/2011

“Um em cada quatro brasileiros está disposto a abrir a carteira e abusar do cartão de crédito. Pesquisa do Boston Consulting Group, com 650 consumidores das grandes capitais do país, mostra que o grupo dos esbanjadores crescem de 7% para 26% nos últimos dois anos. Tomaram espaço dos muquiranas, cuja participação na amostra caiu de 59% para 25%. Não estão nem aí para a crise…”
Revista Época Negócios, setembro de 2011

33ª semana de 2011

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“O aumento do número de suicídios entre os jovens não é exclusividade do Brasil, acontece em diversos países. Mas qual seria a explicação? Não há causa única, mas uma série de fatores combinados. Os transtornos psiquiátricos são uma das principais causas, e a depressão é a mais importante delas. Por isso, qualquer alteração significativa do comportamento merece avaliação. Mas não é apenas a depressão que leva o jovem ao suicídio. No Japão, por exemplo, o alto grau de exigência no desempenho escolar, as cobranças excessivas por parte da família, o medo de fracassar e não atender às expectativas sociais e a alta competitividade também são fatores. […] No Brasil, há um risco maior nos jovens de populações indígenas, em pessoas que já tentaram suicídio ou de famílias em que alguém se matou, em jovens que fazem parte de minorias sexuais (adolescentes gays se matam mais do que heterossexuais), vítimas frequentes de bullying e de violência. Em comum, a sensação de que as dificuldades e as barreiras são tão grandes que não vale a pena lutar.”
Jairo Bouer – Folha de S.Paulo, 15/08/2011

“A vida é feita de escolhas. Uma das escolhas mais sérias na vida é o modo como vivemos a vida, se como graça ou como natureza.”
Luiz Felipe Pondé – Folha de S.Paulo, 15/08/2011

“Os periódicos científicos, onde pesquisadores publicam seus estudos, têm ganhado em importância. A tal ponto que, no Brasil, seguindo países como Holanda e EUA, alguns programas de pós-graduação já substituem a obrigação de escrever uma tese por artigos científicos. […] Hoje, o Brasil está em 13º lugar no mundo em quantidade de artigos publicados. […] Quem publicar mais nos melhores periódicos, ganha nota mais alta. E quem tiver as notas mais altas, recebe mais recursos, como bolsas.
A ligação direta entre a publicação de artigos e distribuição do dinheiro público para ciência tem tirado o sono dos pesquisadores, principalmente daqueles cujas revistas correspondentes à sua área não estão no topo.”
Sabine Righetti – Folha de S.Paulo, 15/08/2011

“Nos dados sobre religião da POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares), do IBGE, que pesquisou o tema em 2003 e 2009. No período, só entre evangélicos, a fatia dos que se disseram sem vínculo institucional foi de 4% para 14% -um salto de mais de 4 milhões de pessoas. […] Para especialistas consultados pela Folha, a pesquisa, feita a partir de amostra de 56 mil entrevistas, é suficiente para dar boas pistas do movimento.
O pesquisador Ricardo Mariano, da PUC-RS, reconhece que vem ocorrendo aumento de protestantes e pentecostais sem vínculos institucionais, ainda que ele tenha dúvidas se o crescimento foi mesmo tão intenso quanto o revelado pelo IBGE. […] De acordo com o professor, parte dos evangélicos adota o ‘Believing without belonging’ (crer sem pertencer), expressão cunhada pela socióloga britânica Grace Davie sobre o esvaziamento das igrejas ao mesmo tempo em que se mantêm as crenças religiosas na Europa Ocidental. Para a antropóloga Regina Novaes, uma pergunta que a pesquisa levanta é se este ‘evangélico genérico’ tem semelhanças com o católico não praticante. Para ela, ‘ambos usufruem de rituais e serviços religiosos mas se sentem livres para ir e vir’. […] Outro dado interessante da POF é que aumentou o número dos que declararam uma religião não identificada pelos pesquisadores, o que indica que na década passada mais igrejas surgiram e passaram a disputar o “supermercado da fé”, na expressão depreciativa utilizada pelo papa Bento 16.”
Antônio Gois e Hélio Schwartsman – Folha de S.Paulo, 15/08/2011

“Ferimentos a bala são parte da rotina. As vítimas da guerra civil estão sempre nos nossos corredores. Já vi um mesmo cirurgião atender até dez num único dia.
Crianças em estado de desnutrição extrema, muitos casos de malária, doenças respiratórias. As principais vítimas são as crianças. Elas sofrem com a ignorância dos pais. A falta de educação também é uma epidemia, porque tem um impacto direto na saúde.”
Abdirizak Ali Mohamed, 22, estudante de medicina na Universidade Benadir em entrevista para Marcelo Ninio – Folha de S.Paulo, 16/08/2011

“Um dos sinais de inteligência de um bom líder é a capacidade de perceber antes dos outros o fim e o início de cada um dos estágios de sua carreira. Há muito de emocional nessa capacidade.”
Betania Tanure – Valor, 19/08/2011

“Valores como justiça, liberdade e dignidade não são ocidentais ou orientais, nem dependem de uma religião ou crença, disse minha amiga. São apenas valores humanos, mas a história da humanidade é uma sucessão interminável de calamidades e injustiças. Meus clientes são jovens franceses e imigrantes, todos desempregados. Depois de conhecer a vida deles, tento entender o nosso tempo, que não me orgulha nem um pouco. A maioria das pessoas vê esses desempregados e drogados como seres maléficos à sociedade. Eu os vejo como jovens sem qualquer perspectiva de futuro, derrotados antes mesmo de entrar na dança da vida.”
Milton Hatoum – O Estado de S. Paulo, 19/08/2011

“A matemática continua sendo a disciplina do currículo básico com os índices de aproveitamento mais baixos nas avaliações institucionais. […] O Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), que avalia o desempenho em leitura, matemática e ciências de jovens de 15 anos, coloca o Brasil nas últimas posições, num ranking de 65 países. Quatro em cada 10 jovens brasileiros nessa faixa etária não sabem multiplicar. […] O problema é antigo e preocupante, pois a má qualidade do ensino de matemática é um dos fatores que vêm limitando a formação de engenheiros em número suficiente para atender às necessidades da economia nacional. Em 2008, os cursos de engenharia ofereceram 239 mil vagas, mas só foram preenchidas 140 mil. Ou seja, não faltam vagas nas universidades – faltam, sim, vestibulandos com conhecimento mínimo de matemática. O País forma cerca de 47 mil engenheiros por ano, ante 650 mil, na China, e 220 mil, na Índia.”
O Estado de S. Paulo, 19/08/2011

“O Facebook, rede social criada por Mark Zuckerberg, atingiu a marca de 25 milhões de usuários no País. Apesar da penetração relativamente baixa em razão da concorrência do Orkut – que ainda é o líder nacional -, o Brasil já é um mercado ‘top 5’ em termos absolutos para o site, afirmou ontem o vice-presidente da empresa para a América Latina, Alexandre Hohagen.”
Alexandre Matias – O Estado de S. Paulo, 19/08/2011

31ª semana de 2011

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“A ciência e a religião nascem das mesmas ansiedades que torturam e inspiram o espírito humano.”
Marcelo Gleiser- Folha de S.Paulo, 31/07/2011

“Na dependência, você não escolhe. A droga fala mais alto. A fissura, o desejo de repetir a experiência prazerosa, é soberana. Nesse processo, as escolhas são bem poucas. […] E para quem acha que dependência é uma questão de caráter ou de escolha artística, a verdade não é bem essa. Dependência é doença! E gênios também ficam doentes e morrem por causa da sua doença!”
Jairo Bouer – Folha de S.Paulo, 01/08/2011

“Quero enfatizar que a música não é puramente técnica, feito algo concebido em laboratório, mas sim uma coisa que se relaciona com o que acontece numa época e pode ser temperada com sentimento intenso, com emoção. […] É frequente no jornalismo cultural os julgamentos definitivos, isso é bom, aquilo não presta. O real na maioria das vezes está entre os dois extremos. A arte, como a vida, constantemente mistura o bom e o ruim. […] Nossa cultura gosta de elevar as pessoas feito deuses e depois derrubá-las e destruí-las. É quase um ritual de sacrifício.”
Alex Ross – Folha de S.Paulo, 03/08/2011

“Afinal, não é do desconhecimento dos cientistas de diversas áreas que as mulheres estão longe de alcançar em postos de comando de agências de fomento, em comitês assessores e nas reitorias de universidades a mesma presença que têm na produção científica nacional. Ou seja, mesmo que uma mulher tenha chegado ao mais alto posto da República, é desolador ver que mesmo ela tem que se curvar às formas desiguais de como o poder está distribuído no interior da comunidade acadêmica.”
Luciano Mendes de Faria Filho/Eliane Marta Santos Lopes – Folha de S.Paulo, 04/08/2011

“Explicações são devidas à sociedade, que tem o direito de conhecer os argumentos do governo e da oposição, e não só assistir a um cabo de guerra que esconde o essencial. Disputas políticas são saudáveis quando têm por objeto diferentes projetos e ideias, e não quando motivadas só por espaços de poder. […] Enquanto pesquisa Datafolha diz que 79% dos brasileiros são contra a anistia de multas a quem desmatou ilegalmente, quase 80% dos deputados aprovaram o projeto que concede tal anistia e incentiva novos desmatamentos. A simples possibilidade acenada pelo projeto já resultou em aumento de 28% no desmatamento na Amazônia, segundo os dados preliminares do Inpe, que sinalizam uma tendência. Agora é a vez dos senadores. Eles têm a oportunidade de se reconectar com as expectativas sociais e afirmar bases para um desenvolvimento que valoriza nossas florestas e biodiversidade, nossa agricultura, nossas cidades e a qualidade de vida dos brasileiros.”
Marina Silva – Folha de S.Paulo, 05/08/2011

“O desejo de mudança em profissionais de até 34 anos atualmente é maior que o de gerações anteriores, segundo a consultoria DBM. Cerca de 35% dos profissionais dizem que gostariam de ficar na empresa por mais de cinco anos e 12%, que gostariam de ficar de dois a três anos.”
Folha de S.Paulo, 05/08/2011

“Aproximadamente 29 mil crianças menores de cinco anos morreram de fome nos últimos três meses na Somália, segundo estimativa divulgada pelo governo dos EUA.
[…] Esse número pode se elevar ainda mais, pois segundo levantamento da ONU ao menos 640 mil crianças somalis estão desnutridas. O surto de fome é resultado da pior seca dos últimos 60 anos, que se abateu sobre a Somália e já se espalha pelo Chifre da África. Segundo a ONU, aproximadamente 10 milhões de pessoas já foram atingidas na Somália, no Quênia, no Djibuti e na Etiópia. […] Além da seca, a fome somali é fruto de um país devastado pela guerra civil -que não tem um governo central desde 1991. Apesar da existência de um governo provisório, quem exerce o poder de fato são milícias e ‘senhores da guerra’.”
Folha de S.Paulo, 05/08/2011

24ª semana de 2011

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“A nostalgia não é um dos sentimentos mais em voga na praça. Talvez porque ela seja uma espécie de caldo Knorr emocional: um tempero artificial, mistura de esquecimento com saudade, que garante cor e sabor a situações que, quando vividas, lá atrás, nem foram assim grande coisa.”
Antonio Prata, Folha de S.Paulo, 15/06/2011

“O mercado brasileiro de entretenimento e mídia apresentou o maior crescimento entre as principais economias do mundo em 2010 e atingiu US$ 33,1 bilhões.
Segundo estudo da consultoria PwC em 58 países, no ano passado o Brasil cresceu 15,3%, à frente de Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul, alguns dos principais mercados do mundo. […] Os segmentos que tiveram mais representatividade no Brasil foram serviços de TV por assinatura e acesso à internet, em consumo, e publicidade em televisão, entre os anunciantes. Os três segmentos registraram um aumento superior a 20% no ano passado. […] Impulsionado por jogos on-line, em redes sociais e aplicativos para celulares, o mercado de games deve crescer, em média, 7,7% ao ano no Brasil até 2015. O ritmo será superior ao consumo de revistas, músicas e livros, que deve aumentar de 2,4% a 7,4%.”
Camila Fusco, Folha de S.Paulo, 15/06/2011

“Dos adolescentes brasileiros entre 14 e 18 anos, nove em cada dez possuem um celular, segundo relatório da consultoria inglesa ‘The Future Laboratory’, representada no Brasil pela Voltage. A pesquisa aponta também que a maioria dos jovens troca de aparelho a cada 14 meses e que 32% deles compram um novo celular apenas para se atualizarem tecnologicamente ou adquirirem um modelo diferente. O estudo inglês ainda mostra que os adolescentes no Brasil passam mais tempo em frente à televisão do que ao computador. São 11 horas semanais na TV, contra sete na internet.”
Maria Cristina Frias, Folha de S.Paulo, 16/06/2011

“Não se muda a sociedade, ou a educação, com planos grandiosos e metas genéricas.
Mais dinheiro não implica melhores resultados. São necessárias políticas consistentes e persistência na implementação. Nos anos 90, o Brasil universalizou o ensino fundamental; desde então, continua a expandir a educação na pré-escola e no ensino médio. Mas ainda persiste em grande escala o analfabetismo escolar e funcional, e o abandono escolar entre adolescentes não se reduz. A melhoria dos resultados do Pisa, em 2009, é boa notícia, porque nossa qualidade estava estacionada há décadas. Mas é pouco, pois 55% dos jovens de 15 anos nas séries apropriadas ainda não sabem o mínimo requerido de linguagem, e 73% desconhecem o patamar básico em matemática. Formamos muito pouco com alto nível de desempenho; com isso, comprometemos a competitividade do país.”
Cláudio de Moura Castro, João Batista A Oliveira, Simon Schwartzman, Folha de S.Paulo, 16/06/2011

“Estamos vivendo uma escassez de profissionais qualificados; e a geração Y, que nasceu na década de 80 e foi criada no mundo digital, está dando uma banana para as empresas que pensam que, para atrair e reter talentos, basta aumentar salários.
Essa geração, na verdade, quer muito mais do que isso, como mostrou pesquisa recente da Cia. de Talentos. Nela, 35 mil jovens em todo o país contaram o que querem na hora de escolher as empresas para trabalhar. Cultura e ambiente de trabalho, oportunidade de desenvolvimento e qualidade de vida vêm acima da remuneração!”
Alexandre Hohagen, Folha de S.Paulo, 16/06/2011

“O casamento nos permite acusar alguém de nossa própria covardia -assim: eu quero fazer isso ou aquilo, mas tenho preguiça e medo; por sorte, agora que me casei, posso dizer que desisto porque assim quer minha parceira. Um casal não deveria servir para justificar as desistências de nenhum de seus membros; ao contrário, ele deveria potencializar os sonhos e os desejos de cada um dos dois.”
Contardo Calligaris, Folha de S.Paulo, 16/06/2011

“ ‘A prostituição infantil é muito sutil. Não é ostensiva. Os homens presenteiam as meninas com tênis, um celular e isso é suficiente para que consigam dormir com elas’, diz a delegada Noelle Xavier, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente de Porto Velho. Muitas vezes os pais da garota são coniventes, segundo Noelle, pois a miséria é o principal motivador da prostituição infantil.”
Maria Laura Nevez, Revista Marie Claire, junho de 2011

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