Posts tagged felicidade

29ª semana de 2013

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“A verdade é que não dá para entender, a existência não tem explicação, e o que não tem explicação é absurdo. Absurdo para quem, sensato como eu, quer entendê-la. Já o louco não busca explicações sensatas. Inventa alguma tão absurda quanto o próprio universo. Enfim, a existência é a existência, não precisa de lógica. E é, por isso mesmo, maravilhosa.”

Ferreira Gullar, Folha de S.Paulo – 14/07/2013

 

“A ética aprendida pelos nossos políticos, que a repetem automaticamente, é a que favorece a legislação em causa própria. Desaprender tal comportamento sob pressão das ruas é bom, mas insuficiente para mudar a face de um país submetido à truculência dos que deveriam apenas representar o povo soberano.”

Roberto Romano, O Estado de S.Paulo – 14/07/2013

 

“A fotografia foi a forma que encontrei de conectar o mundo com o que mais gosto. Através da fotografia pretendo inspirar as pessoas a desacelerar. Às vezes é preciso mudar hábitos para perceber a beleza que nos cerca. […] Quem não enxerga o próprio redor dificilmente vai se importar com um lugar distante.”

Marina Klink, O Estado de S.Paulo – 14/07/2013

 

“A vida está tão corrida que as pessoas querem ver algo leve, ágil no cinema. Fora disso é mais difícil dar público.”

Marcelo Adnet, O Estado de S.Paulo – 15/07/2013

 

“96% das pessoas veem TV no Brasil, segundo dados do Ibope – 43% desse universo vê televisão enquanto navega na internet, sendo que 29% comentam nas redes sociais sobre o conteúdo visto.”

Cristina Padiglione, O Estado de S.Paulo – 15/07/2013

 

“Medito todos os dias. Apesar de falar muito, escuto muito bem também.”

Cissa Guimarães, O Estado de S.Paulo – 15/07/2013

 

“Cientistas ligados à World Happiness Database, em Roterdã, Holanda mergulharam num estudo universal para entender as chaves da felicidade. A maior delas é exatamente ‘viver uma vida ativa’. Para ser feliz e ter uma vida recompensadora, diz o professor universitário Ruut Veenhoven, coordenador da pesquisa, é preciso ser atuante, na vida profissional e pessoal. ‘Envolvimento é mais importante para a felicidade do que sabedoria. Ser ativo é um pré-requisito mais poderoso para a felicidade do que entender o porquê das coisas, saber por que estamos aqui.’ Engajamento político e interesses pessoais ajudam a evitar tristeza e ódio, inércia e depressão, diz a pesquisa.”

Ruth Aquimo, Época, 15/07/2013

 

“Pelo fato de eu ser mãe, sei realizar várias tarefas ao mesmo tempo e tenho várias habilidades que não tinha antes, como fazer ‘malabarismos’, mentorear, educar, solucionar problemas e administrar. Agora sou muitíssimo mais produtiva nas horas em que trabalho. A maternidade deveria ser um ponto ao meu favor, não uma desvantagem nas empresas.”

Sara Uttech, The New York Times/Folha de S.Paulo – 16/07/2013

 

“Diálogo não é estratégia de persuasão.”

Rosely Sayão, Folha de S.Paulo – 16/07/2013

 

“É importante que possamos viver a relação com a liturgia e com a fé com simplicidade e sem superestruturas, porque vivemos excessivamente da burocracia, inclusive a Igreja.”

Papa Francisco, O Estado de S.Paulo – 16/07/2013

 

“Nem só de indignação, por mais justa que seja, a gente vive. Toda indignação, ainda que abençoada, seja na medida sensata quando é possível. E com a necessária dose de emoção, pois a emoção é um bom motor de boas causas, desde que não seja irracionalmente conduzida.”

Lya Luft, Veja – 17/07/2013

 

“O que as pessoas estão dizendo é que elas querem um mundo melhor. As pessoas que se movem têm ideal da causa, têm algo novo, que é o componente do prazer, de algo vivencial. Elas estão emprestando corpos e falas para esse movimento. É um avanço de consciência política muito importante.”

Marina Silva, O Estado de S.Paulo – 18/07/2013

 

“Qualquer crepúsculo do indivíduo é um crepúsculo da moral. Pensemos nisso, por favor, quando torcemos, agitamos bandeiras ou falamos, misteriosamente, na primeira do plural. […] Por que preferiríamos ser funcionários do horror a conviver com as incertezas cotidianas do juízo moral?”

Contardo Calligaris, Folha de S.Paulo – 18/07/2013

 

“Em vez de perguntar o que “eles”, os manifestantes brasileiros, querem, talvez fosse o caso de perguntar o que a nova cena política pode desencadear. Pois não se trata apenas de um deslocamento de palco – do palácio para a rua -, mas de afeto, de contaminação, de potência coletiva. A imaginação política se destravou e produziu um corte no tempo político.”

Peter Pál Pelbart, Folha de S.Paulo – 19/07/2013

 

“A referência de toda escrita é a memória do seu autor, que não necessariamente é a memória de coisas vividas. […] Assim como cada pessoa tem um timbre de voz, cada autor é capaz de ser bom ou idiota à sua maneira.”

Michel Laub, Folha de S.Paulo – 19/07/2013

 

“Eu não me importo em ter elementos autobiográficos no meu trabalho porque no cerne o que eu escrevo é ficção. Eu falo mentira como ganha-pão. Mentiras que criam nos leitores a possibilidade de ver a verdade. […] A vida não valeria a pena sem a possibilidade do amor. […] Das pessoas que você conhece quem está confortável com o mundo? Esse lugar não é fácil para nenhum de nós.”

Junot Díaz, O Estado de S.Paulo – 20/07/2013

 

“Devemos nos relacionar no tempo, que é intangível e permite mais liberdade. Nossa cabeça está programada para dividir; aqui e agora, eu trabalho; lá fora e mais tarde, eu vou me divertir. Essa separação é espacial. No tempo, você pode se divertir e produzir, somar, integrar os opostos, tudo. O mundo está mutante e móvel. Não se trata mais de um terreno sólido, estável, em que você se sentia relaxado. Como permanecer em cima de uma coisa que está se alterando o tempo todo? É como dançar em uma cama elástica. Se não achar o seu eixo, seu equilíbrio para ficar e se divertir, você cai fora ou perde o par. Há novidades chegando sem parar. E você precisa replanejar, negociar rapidamente com o contexto.”

Ricardo Guimarães, Claudia – julho de 2013

18ª semana de 2013

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“Sou alegre. Felicidade é passageira. Alegria é alegria de Deus. A Bíblia fala mais em alegria do que em felicidade.”

Heloisa Périssé, “Folha de S.Paulo” – 28/04/2013

 

“A malandragem avança sob a égide de lições não tão cívicas. Faça o que eu digo, não faça o que eu faço. Aos amigos, pão; aos adversários, pau. Nossa balança tem dois pesos e duas medidas. E a lei? Ah, é pra inglês ver.”

Gaudêncio Torquato, “O Estado de S.Paulo” – 28/04/2013

 

“O Brasil é o país em que mais se consome crack no mundo. Ele ocupa o segundo posto em relação à cocaína. Como avaliar o impacto de drogas no controle dos impulsos em jovens que talvez ainda nem tenham domínio sobre suas ações?

Longe de defender um jovem que detona bombas numa maratona ou de outro que mata a sangue-frio, acho pouco provável que alterar a maioridade penal dê conta dessa questão. Certamente, educação, atenção, perspectiva e projeto de vida teriam efeitos mais amplos e significativos.”

Jairo Bouer, “Revista Época” – 29/04/2013

 

“O contrário do provisório seria o permanente. O problema é que a permanência não passa de uma ilusão. ‘A única coisa permanente na vida é a mudança’, disse Heráclito. Tinha razão, o grego, pois a velocidade com que os elos que formam a corrente de nossa vida se sucedem é desesperadora. Até o que parece não mudar se transforma, o que significa melhorar, piorar ou simplesmente mudar.”

Eugenio Mussak, “Revista Vida Simples” – abril de 2013

 

“Alguns estudos já relacionaram o hábito de manter refeições regulares com toda a família reunida em volta da mesa a menores índices de gravidez na adolescência, dependência de drogas e obesidade. Um artigo publicado na Journal of Marriage and Family esclarece essa associação: comer juntos reflete outros aspectos do ambiente familiar, como maiores recursos econômicos, vínculos emocionais mais estreitos ou até mesmo pais mais autoritários. Segundo os autores, os cientistas sociais Kelly Musick e Ann Meier, relações familiares mais saudáveis compreendem principalmente o diálogo entre pasi e filhos, o que pode ser exercitado em várias oportunidades, como o trajeto de carro da casa à escola, por exemplo. Um estudo de 2010 da Universidade Colúmbia apontou, inclusive, que é dentro do carro que os adolescentes são mais propensos a conversar com os pais sobre assuntos que consideram importantes.”

“Revista MenteCérebro” – abril de 2013

 

“Para as mulheres brasileiras, diferentemente das de outras culturas, o trabalho tem que vir junto com uma vida familiar feliz, com tempo e pelo menos um filho. É como se elas tivessem três grandes áreas a dominar para ser felizes e bem-sucedidas: o trabalho, a família e a aparência.”

Mirian Goldenberg, “Revista Você SA” – abril de 2013

 

“Apesar das gravíssimas ameaças conhecidas, os investimentos em energias ‘limpas’ no primeiro trimestre deste ano ficaram 22% abaixo dos que foram feitos em igual período do ano passado. Em 2012 o investimento global em renováveis já cairá 11%, para US$ 269 bilhões. E, segundo a ONU, é preciso investir anualmente pelo menos US$700 bilhões para atender à população de 8 bilhões de pessoas em 2030.”

Washigton Novaes, “O Estado de S.Paulo” – 03/05/2013

11ª semana de 2013

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“As questões femininas contemporâneas devem ser consideradas nessa perspectiva global, apesar das singularidades de determinados países. A experiência mais impactante que tive trabalhando na questão da violência contra a mulher foi numa viagem ao Congo oriental, em 2008, após a assinatura do acordo de paz. Lá encontrei muitos movimentos, conversei com mulheres que passaram por abusos horríveis, em lugares onde o estupro é usado como estratégia de guerra. Primeiro, pensei: elas não vão querer falar sobre algo tão terrível. Mas, para minha surpresa, elas queriam falar, sim. Queriam contar suas histórias e compartilhar como estavam tentando reconstruir suas vidas. Outra singularidade encontramos no sul e no leste da África, onde há países com altos índices de aids entre mulheres, especialmente entre mulheres jovens. Ali há uma forte relação entre o HIV e a violência íntima, em relações abusivas por namorados e maridos. Esses países enfrentam uma epidemia dupla: o HIV e a violência contra a mulher.”

Francoise Girard, “O Estado de S.Paulo” – 10/03/2013

 

“O que aconteceu com as mulheres nestas décadas foi saírem do jugo do pai, irmãos, sentir e agir como pessoas. Podem estudar, morar sozinhas, casar com quem quiserem ou não casar, ter filho ou não, dirigir empresas ou ônibus, pilotar aviões, fazer doutorados, brilhar nas ciências ou finanças, enfim: somos gente. Há muito que fazer, um longo caminho a percorrer. Altas executivas ainda são olhadas com desconfiança e às vezes lidam com condições desfavoráveis, culpas atávicas, falta de estruturada da sociedade para aliar profissão a vida pessoal, sobretudo a maternidade. Ainda há quem ganhe menos que homem na mesma função. Ainda há quem tenha de ‘caprichar dobrado’. Mas as coisas vão se resolvendo na medida em que nos fazemos respeitar.”

Lya Luft, “Revista Veja” – 13/03/2013

 

“A renúncia, como foi colocada pelo papa, é de uma transparência indiscutível. Sobretudo sabendo que ele nunca teve medo de dizer o que pensa, mesmo em frente a públicos que lhe eram hostis. Seu mérito maior não está em sua inteligência, mas em sua coragem de sustentar a fé católica numa cultura do ‘politicamente correto’, ou seja, do ‘carneirismo cultural’. Se sua inteligência teve importância, foi unicamente em função disso.”

Leonardo Boff, “Revista Cult” – março de 2013

 

“Quando finalmente viveremos num mundo em que as diferenças poderão desfilar livremente a exuberância de suas potencialidades e as fragilidades de suas deficiências?”

Evaldo Mocarzel, “Revista Bravo” março de 2013

 

“A ‘obrigação’ contemporânea de ser livre e feliz, que leva os que não se sentem assim a carregarem o peso de estarem ‘errados’. Se compramos a ideia tola de que o gozo está disponível a todos a todo o momento, ele passa a ser imperativo. E é isso que nos vendem a todo momento as propagandas veiculadas pelos meios de comunicação. A experiência de estar triste assemelha, segundo essa lógica, a uma falha moral que deveria ser corrigida. É fácil percebermos o quanto uma pessoa deprimida, para além daquilo que a deprime, sente-se culpada por seu estado. Além de triste, ela se vê como fraca e fracassada, incapaz de obter a felicidade como bem de consumo alegadamente acessível a todos.”

Pedro Ribeiro De Santi, “Revista Mente/Cérebro” – março de 2013

50ª semana de 2012

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“A atitude de reavaliar a carreira deve ser contínua, deve ser considerada meta durante todo ano: ponderar nossas emoções, imprimir cordialidade no nosso âmbito social e profissional, avaliar nossa imagem, investir na qualidade de vida, utilizar a flexibilidade e resiliência em situações adversas, atentar para o desenvolvimento de novas competências, conferir sustentabilidade na carreira e, sobretudo, buscar sempre o autoconhecimento. […] Torna-se cada vez mais indispensável, romper as amarras da acomodação em nossa vida pessoal e profissional e, assim, aproveitar a entrada de um novo ano para desenvolver a maior de todas as competências: a competência para a vida.”
Ruth Duarte, “O Estado de S.Paulo” – 09/12/2012

“Eu me sinto um intruso na vida. É como se eu não devesse estar aqui, uma espécie de outsider tentando comparar culturas, observando os defeitos e as qualidades e os costumes, os barulhos e essa paranoia toda, desde o berço até o túmulo. Então, vejo tudo de uma forma vesga (mesmo usando óculos).”
Gerald Thomas, “O Estado de S.Paulo” – 09/12/2012

“A felicidade e o bem-estar são as chaves da vida contemporânea. Vale tudo para ser feliz. Uma época dominada pela felicidade é uma época boba. […] Toda liberdade pressupõe riscos, e toda sociedade pautada pela felicidade social não suporta a liberdade.”
Luiz Felipe Pondé , “Folha de S.Paulo” – 10/12/2012

“A beleza da catedral de Brasília, cujas linhas arrojadas lembram mãos abertas ao transcendente, botão de flor se abrindo ao infinito, feixe de ramos de trigo evocando o pão da vida, o coração de boca aberta à fome de Deus.”
Frei Betto, “Folha de S.Paulo” – 10/12/2012

“DJ Qbert, americano de origem filipina, coloca-se: ‘acredito que nós artistas, assim como todas as pessoas, estamos aqui para fazer do mundo um lugar melhor. Fazer as pessoas felizes com nosso talento traz a mais profunda alegria. todos os dias eu sonho em ajudar as pessoas ao máximo. […] A maior felicidade é doar, e o maior demônio é o egoísmo. A ideia é mostrar as coisas que temos aprendido, mas também aprender com os alunos. Pensei em criar uma comunidade online que estimulasse todo mundo a melhorar com os segredos que expomos. Ali, eu também me considero um estudante, já que aprendo com as ideias dos outros DJs todos os dias’, diz o modesto virtuose.
Claudia Assef, “O Estado de S.Paulo” – 10/12/2012

“Aos 104 anos, faleceu Oscar Niemeyer. Nenhum artista brasileiro foi reconhecido, de maneira praticamente unânime por seus pares em todo o mundo, como referência absoluta e incontornável. Nenhum, a não ser Niemeyer. Isso não é acaso nem algo desprovido de relevância. Por unir clareza e organicidade, suas obras conseguem o feito de ser monumentais e humanas. Mas “humanas” não no sentido daquilo que perpetua as ilusões burguesas do acolhimento da intimidade da home. Acolhimento que parece nos alienar definitivamente na crença de que nosso lugar natural é o espaço privado cheio de memorabilias. “Humanas” no sentido deste desejo humano, demasiadamente humano de retornar aos gestos primordiais e encontrar, neles, uma força construtiva inaudita. Na verdade, se uma ideia pudesse sintetizar a obra de Niemeyer, talvez fosse a ausência de medo. Nossas cidades parecem ter medo do vazio, dos espaços infinitamente abertos, da visão desimpedida, das formas improváveis que têm a força de dobrar o concreto armado, ou seja, da inventividade que parece se comprazer em negar toda a forma que se põe como necessária. Niemeyer não tinha medo de nada. Quantas vezes ele deve ter exasperado engenheiros que viam suas formas e pensavam: ‘Mas isso não pode ficar suspenso dessa forma. Mas não é possível deixar isso em pé’. Como se não bastasse a inventividade de sua obra e a coragem de suas escolhas, quis o destino que Niemeyer fosse a expressão artística mais bem-acabada do desejo brasileiro de modernidade.”
Vladimir Safatle, Revista Carta Capital – 10/12/2012

“Para que escrever? Nada adianta, nada. E como meu trabalho é ver o mal do mundo, um dia a depressão bate. A náusea – não a do Sartre, mas a minha. Não tolero mais a falta de imaginação ideológica dos homens de bem, comparada com a imaginação dos canalhas, o que nos leva à retórica de impossibilidades como nosso destino fatal e vejo que a única coisa que acontece é que não acontece nada, deprimo quando vejo a militância dos ignorantes, a burrice com fome de sentido, balas perdidas sempre acertando em crianças, imagens do Rio São Francisco com obras paradas e secas sem fim, o trem-bala de bilhões atropelando escolas e hospitais falidos, filas de doentes no SUS, caixas de banco abertas à dinamite, declarações de pobres conformados com sua desgraça na TV; odeio sucesso sem trabalho, a troca do mérito pela fama; repugnam-me os sorrisos luminosos de celebridades bregas, passos de ganso de manequim, horroriza-me sermos um bando de patetas de consumo, não aguento mais ver que a pior violência é nosso convívio cético com a violência, o mal banalizado e o bem como um charme burguês, não quero mais ouvir falar de ‘globalização’, enquanto meninos miseráveis fazem malabarismo nos sinais de trânsito, não aguento chuvas em São Paulo e desabamentos no Rio, enquanto a Igreja Universal constrói templos de mármore com dinheiro arrancado dos ignorantes sem pagar Imposto de Renda, festas de celebridades com cascata de camarão, matéria paga com casais em bodas de prata, políticos se defendendo de roubalheira falando em ‘honra ilibada’, conselhos de ética formado por ladrões, não suporto Cúpulas do G20 lamentando a miséria para nada, tenho medo de tudo, inclusive da minha renitente depressão, estou de saco cheio de mim mesmo, desta minha esperançazinha démodé e iluminista de articulista do “bem”, impotente diante do cinismo vencedor de criminosos políticos.”
Arnaldo Jabor, “O Estado de S.Paulo” – 11/12/2012

“Quando não temos a flexibilidade necessária para nos rirmos da vida, é a morte que acaba por se rir de nós.”
João Pereira Coutinho, “Folha de S.Paulo” – 11/12/2012

“Em tempos de consumo desenfreado e lançamentos mil nesta época do ano, é claro que as crianças competem entre si sobre quem irá ganhar isso ou aquilo que se torna, não mais que de repente, um objeto de desejo de um grupo enorme.”
Rosely Sayão, “Folha de S.Paulo” – 11/12/2012

“O devaneio excessivo é o hábito de Dom Quixote, Madame Bovary, dois terços dos adolescentes, quase todos os autores de novelas e romances etc. Transformar esse hábito, tão humano, em “transtorno”, é uma tentativa de regular nossas vidas com a desculpa higienista: tudo nos é imposto para nossa “saúde” e nosso bem. Pararemos de sonhar porque é mais “saudável” prestar atenção só no que está na agenda de hoje? No fundo, nada disso me estranha. Desde o século 19, as regras para uma vida saudável (física e psíquica) são nossa nova moral. E esse ataque contra o devaneio era previsível: qualquer forma de poder prefere limitar os sonhos de seus sujeitos.”
Contardo Calligaris, “Folha de S.Paulo” – 13/12/2012

“A pressão que vem da base hoje é muito grande. Aprendi que nesse cenário tem de haver transparência. É preciso criar espaço para o diálogo. Formar líderes requer investimento, tempo e paciência para aceitar que nem todos estarão aptos.”
Leonardo Freitas, 45, executivo, “Revista VocêS/A” – dezembro de 2012

“Os evangélicos são fundamentalistas às vezes. E fundamentalismo é uma coisa que a gente quer afastar de qualquer forma do Brasil. Deus continua em alta, Deus continua sagrado. O que está sendo contestado é a postura das igrejas.”
Seu Jorge, músico, “Revista Billboard” – dezembro de 2012

“Ando mais por dentro de mim do que na estrada. […] Mexer com gratuidades me enriquecem. […] Inventei desver o que via para ver novas coisas.”
Manoel de Barros, 96, poeta, “Revista Cult” – dezembro de 2012

48ª semana de 2012

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“A obesidade é uma doença definida como aumento de gordura corpórea. Mas não é verdade: ela é uma doença muito complexa. Trata-se do acúmulo de gordura corpórea, aumento da ansiedade, da compulsividade, imediatismo, certo grau de depressão. Há alterações culturais e emocionais. Gosto de dar o exemplo do gordo e do magro que saem para comprar um carro. O gordo volta de tarde com o carro, sem placa, sem documento e não tem problemas com isso. O magro foi a dez concessionárias e volta para casa com uma planilha para escolher o carro na semana seguinte. Quando pergunto ao obeso quando vamos operar, ele responde: ontem. A doença não está no estômago. Ela está no metabolismo, na cultura, na cabeça, no comportamento. Preciso tratar esse paciente observando essa abrangência. […] Tive vários casos de pessoas que passam a apresentar comportamentos exagerados. Dizem que quem opera (cirurgia bariátrica) vira alcoólatra, mas há pesquisas mostrando que isso não é verdade. A pessoa não vira alcoólatra. Ela já bebia, mas ninguém percebia. Agora que come pouco, chama a atenção a bebida. Pode ocorrer [de transferir a fonte de prazer para outras coisas], mas não é a regra. Porém, muita coisa que estava sublimada aparece. Tive uma paciente que operou e o marido me disse que não consegue mais pagar as contas dela, virou uma compradora compulsiva. Mas ela já era assim, só que não saía de casa porque não conseguia andar. Agora pode e vai às compras. Houve também uma jovem que operei que depois competia com a amiga para ver quem ficava com mais rapazes. Seguiu fazendo terapia e hoje está equilibrada.”
Thomas Szegö, “Revista IstoÉ” – 28/11/2012

“A Bíblia ensina: salvação da alma para os que não aceitam e praticam essa fé e condenação para os que não aceitam. Isso está escrito de maneira simples e objetiva. Acredita quem quer. O destino após a morte é definido pelas escolhas que o ser humano faz em vida. O céu e o inferno não são folclore. Aceitar o Senhor Jesus como seu Salvador é o único caminho da salvação eterna da alma. E essa é a maior riqueza de qualquer pessoa. Não existe bem maior do que a salvação da nossa alma. […] Não me considero um empresário. Não tenho riqueza maior na vida do que minha fé. Não tenho nada a perder.”
Edir Macedo, “Revista IstoÉ” – 28/11/2012

“Hoje em dia, várias pessoas, sobretudo as mais jovens, olham para sua igreja e acham que ela não se importa com o sofrimento real que temos no mundo hoje, aqui e agora. No entanto, é disso que Jesus mais falou. Esses jovens têm amigos, inclusive amigos ateus, que parecem ter mais compaixão pelos outros, pelos pobres e marginalizados, do que a própria igreja à qual pertencem. […] Precisamos entender que temos verdadeiros infernos na Terra neste exato momento. Há gente faminta, gente sem acesso a água potável. A Terra está cheia de sofrimento humano. […] Acredito em céu e inferno como dimensões da nossa existência aqui e agora.”
Rob Bell, “Revista Veja” – 28/11/2012

“O Senado acaba de incluir disciplinas de ética no currículo do ensino fundamental e médio. Espero que se evite a monumental estupidez de ensinar ética normativa, ou seja, de querer enfiar valores em nossas crianças – goela abaixo, como se fossem partículas consagradas. Para crianças como para adultos, “aprender” ética significa aprimorar a disposição a pensar moralmente, ou seja, a capacidade de debater, em nosso foro íntimo, os enigmas complexos (e, muitas vezes, insolúveis) que a realidade nos apresenta.”
Contardo Calligaris – “Folha de S.Paulo”, 29/11/2012

“A corrupção no Brasil ‘pinga do teto e escorre pelas paredes’. Só assim Rosemary Noronha, simples secretária de certo órgão, poderia nomear pessoas para cargos tão acima de sua posição na hierarquia. O único a não se espantar com isso talvez fosse Nelson Rodrigues. Para ele, não havia pessoa insignificante: ‘O mais humilde mata-mosquito pode se julgar um Napoleão, um César, e agir de acordo’. Como tinha costas quentes, Rosemary convenceu-se de que era a Cleópatra de si mesma.”
Ruy Castro – “Folha de S.Paulo”, 30/11/2012

“Pesquisa determinou que idosos religiosos sofrem menos com transtornos mentais. Ao todo 1.980 idosos moradores de uma região de baixa renda de São Paulo responderam a diversas questões, que fizeram parte do Investigando o papel do suporte social na associação entre religiosidade e saúde mental em idosos de baixa renda: resultados do São Paulo Ageing & Health Study (SPAH). Os autores contam que o objetivo do trabalho foi analisar a associação entre dimensões de religiosidade e a prevalência de transtornos mentais comuns entre idosos. Eles testaram ainda o suporte social como mecanismo de mediação dessa suposta associação. Segundo os pesquisadores, 90,7% dos idosos consideram-se religiosos, sendo que 66,6% eram católicos e 41,2% frequentavam uma ou mais vezes alguma atividade religiosa semanalmente. O artigo mostra que ‘a prevalência de transtorno mental comum para os que frequentam serviço religioso foi aproximadamente a metade daqueles que nunca frequentam’. Essa relação pode ser positiva quando se pensa em suportes para tratamentos diversos na terceira idade.”
“Revista Psique” – novembro de 2012

“Por várias vezes senti completo controle da situação até perceber que não havia previsto tudo – mesmo porque isso é impossível -, e o excesso de autoconfiança acabou sendo meu algoz.”
Eugenio Mussak, “Revista Vida Simples” – novembro de 2012

“Quer ser feliz agora? Comece esquecendo essa história de ter filhos – eles não irão trazer a epifania que você tanto espera. Não perca seu tempo jogando na loteria – se você agarrar a lei das probabilidades pelos chifres e ganhar, depois de um ou dois anos não estará nem um grama mais contente do que hoje. Talvez esteja até pior. E, para alcançar a bem-aventurança no trabalho, não se importe tanto com o salário. É um pormenor, uma bobaginha. […] Variáveis de estudos evidenciam que tentar fechar essa tal felicidade em estatísticas e aprisiona-la num modelo de regras a seguir pode levar a um atoleiro difícil de escapar”.
Fabiana Corrêa, “Revista Lola” – novembro de 2012

11ª semana de 2012

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“Em tempos de ansiedade, é natural que a culpa comece a ser jogada nos outros. […] Partes de um lado e outro se empenham para amplificar as acusações, num esforço que em nada contribui para a solução do problema. Simplesmente divide as pessoas, ofuscando o fato de que estamos todos no mesmo barco.”
Nitin Nohria – Harvard Business Review, março de 2012

“Um dos argumentos mais populares entre os defensores da permanência da cruz é o de que a maioria da população é cristã. Bem, a maior parte dos brasileiros também é flamenguista ou corintiana. A ninguém, contudo, ocorreria ornar os tribunais com bandeiras e flâmulas desses clubes. Maiorias não bastam para definir a decoração de paredes públicas. De resto, nem todos os cristãos são entusiastas do crucifixo. Algumas denominações protestantes o consideram um caso acabado de idolatria, pecado cuja prática meus ancestrais judeus costumavam punir com o apedrejamento até a morte.”
Hélio Schwartsman – Folha de S.Paulo, 11/03/2012

“Não é exatamente o ato do consumo que nos faz felizes. Felicidade é um estado de espírito e não uma reação momentânea a um acontecimento. O que realmente contribui para nosso bem-estar é a maneira com que aproveitamos os acontecimentos em nossa vida. […] Se você quer ser mais feliz, planeje e poupe antes de consumir. Ambicione, conquiste e aprenda a degustar por um bom tempo suas conquistas, no lugar de cultivar o pobre vício em consumo.”
Gustavo Cerbasi – Folha de S.Paulo, 12/03/2012

“Se há um tipo de estabelecimento que cresce nas cidades é o depósito. Há depósitos para aquilo que não queremos mais por perto, que não usamos mais. Poderiam ser chamados de depósitos de lixo, mas nem sempre é lixo o que eles guardam. O mundo do consumo fez crescer vertiginosamente o descarte: descartamos o aparelho de telefone celular quase novo porque saiu um outro com novíssimas funções. Descartamos o computador recente e em pleno funcionamento porque saiu um modelo menor e mais leve; descartamos o sofá da sala que já tem o nosso cheiro e se adaptou ao formato de nosso corpo porque a linha em uso agora é de outro estilo; e o aparelho de TV porque já está ultrapassado etc. Queremos descartar para poder consumir mais. E isso transformou-se em um problema, já que o que não usamos mais atrapalha nossa vida, dá uma aparência a ela que rejeitamos, recusamos. Há um outro tipo de estabelecimento que também cresce nas cidades, não tanto em quantidade, e sim na ampliação dos serviços que oferece: a escola. Até poucos anos atrás, a escola era o lugar para onde os mais novos eram encaminhados com o objetivo de estudar e/ou aprender a conviver com outros. Hoje, a escola transformou-se em um local que serve para muitas outras coisas. Ela serve, por exemplo, para abrigar crianças (falo de crianças integrantes de famílias de classe média para cima) cujos pais trabalham tanto que não podem ir buscar seus filhos no horário que as aulas terminam. Dessa maneira, a escola permanece aberta até altas horas, até que os pais sejam liberados de seus afazeres e possam ir buscar seus rebentos.”
Rosely Sayão – Folha de S.Paulo, 13/03/2012

“A bicicleta é política, um instrumento para questionar a forma como São Paulo vem sendo concebida e propor alternativas que possibilitem o convívio, o uso democrático do espaço público e a circulação de pessoas. Uma arriscada tarefa, quando a incivilidade é a regra.”
Gabriel Di Pierro Siqueira – Folha de S.Paulo, 14/03/2012

“Há 25 milhões de fumantes no Brasil e um crescente número de adolescentes que experimentam cigarros diariamente, candidatando-se à dependência e às consequências do tabagismo. Prevenção à iniciação é a palavra de ordem no cenário atual.”
Paula Johns e Clarissa Nomsi – Folha de S.Paulo, 17/03/2012

“O superendividamento é um assunto que vem tirando o sono de muitas famílias. Os 40 milhões de brasileiros que ascenderam à classe média e os outros tantos que se sentem mais seguros com a estabilidade econômica do país não estão apenas contando com uma renda mais elevada, mas também buscando um maior padrão de consumo. É a necessidade de extravasar um desejo reprimido durante décadas.”
Marta Suplicy – Folha de S.Paulo, 17/03/2012

“O cinema é uma arte tão umbilicalmente ligada ao tempo que poderíamos dizer que todo filme, qualquer filme, por humilde que seja, não deixa de fazer uma referência a ele. Ou a ele estar subordinado. É de sua natureza. O cinema torna presente o que já desapareceu. Traz de volta “à vida” monumentos que não mais existem, modas que já passaram, pessoas que morreram. Em certo sentido, a fotografia, técnica mais antiga, e da qual o cinema deriva, também faz isso. Com uma diferença e vantagem para o cinema – ele traz de volta à vida não apenas as formas mortas, mas seu movimento e sua duração.”
Luiz Zanin Oricchio – O Estado de S. Paulo, 17/03/2012

“Uma qualidade importante dos grandes inventores é estar permanentemente apaixonados pelo que fazem. ‘As pessoas mais criativas quando fazem algo que amam’, afirma Teresa Amabile, professora da Hrvard Business School.”
Amanda Kamancheck – Revista Você S/A, março de 2012

30ª semana de 2011

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“Os homófobos foram incapazes de diferenciar uma expressão de carinho paterno de uma prática erótica entre dois homens. Como hipótese, especularia que os agressores pouco receberam afeto de homens, seja de seus pais ou de outros homens de suas redes afetivas. Uma hipótese alternativa é a de que se houve afeto paterno, esse foi mediado pelo temor homofóbico . Essa ausência levou os agressores a desconfiar do corpo de outros homens.”
Debora Diniz, antropóloga, professora da Universidade de Brasília – O Estado de S.Paulo, 22/07/2011

“Estamos nos tornando uma nação de psicóticos? A questão que tem inflamado debates nos EUA, por conta do aumento no uso de drogas antipsicóticas, chegou ao Brasil. Essa classe terapêutica já é uma das mais comuns entre as de venda controlada por aqui. Dados de um recente boletim divulgado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) mostram que a maior parte (44%) dos 143 tipos de medicamento controlado à venda no país servem para tratar transtornos mentais e comportamentais. Os antipsicóticos, indicados principalmente para esquizofrenias e transtornos bipolar e maníaco-depressivo, respondem por 16,1% do total. Os antidepressivos vêm em seguida, com 15,4%. […] O mercado de antipsicóticos movimentou R$ 306,8 milhões nos últimos 12 meses, segundo a IMS Health, consultoria especializada na indústria farmacêutica. […] Segundo estudo da Universidade Columbia (EUA), as receitas de antipsicóticos para crianças de dois a sete anos, para tratar doenças como transtorno bipolar, dobraram de 2000 a 2007. Estima-se que 500 mil crianças nos EUA usem essas drogas. […]A pediatra Ana Maria Escobar, do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo, conta que é cada vez mais frequente a indicação de remédios para crianças, mesmo quando não há um distúrbio psiquiátrico. “Atendi um menino que já estava tomando remédio para deficit de atenção, mas o que ele tinha era um problema auditivo. Não aprendia porque não ouvia’.”
Cláudia Collucci – Folha de S.Paulo, 25/07/2011

“Crentes e ateus matam, mentem e roubam da mesma forma.”
Luiz Felipe Pondé – Folha de S.Paulo, 25/07/2011

“De nada adianta lembrar que estudos recentes da OCDE mostram que os imigrantes contribuem mais para a seguridade social do que usam tais serviços, ou seja, geram mais riquezas do que consomem. De nada adianta lembrar isso, porque não estamos no domínio do argumento, mas no dos afetos patológicos cada vez mais naturalizados como discurso no jogo político.”
Vladimir Safatle – Folha de S.Paulo, 26/07/2011

“No ano passado, fiquei conhecendo um hóspede numa pousada, que me perguntou: ‘Você é feliz?’. Achei que a pergunta carregava um juízo de valor e era relativa e reducionista, exigindo que eu destilasse a minha dinâmica emocional complexa em uma palavra. Para mim, a felicidade é uma emoção em meu fluxo constante de estados de ânimo, que mudam conforme as circunstâncias. Não é um estado de espírito perpétuo.”
Michael Kepp – Folha de S.Paulo, 26/07/2011

“Nos negócios, preguiça mata. As novidades exigem maneiras novas de pensar, de produzir, de distribuir, de comunicar, de vender. […] Não basta adaptar. É preciso repensar, recriar, inovar.”
Nizan Guanaes – Folha de S.Paulo, 26/07/2011

“O mercado de notebooks vive uma era de ouro no Brasil. Entre 2006 e 2010, as vendas de computadores portáteis cresceram mais de dez vezes. Desde o ano passado, já se vendem mais notebooks do que máquinas de mesa no país -7,15 milhões de unidades, ante 6,85 milhões de desktops em 2010, segundo a Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica). Para 2011, os analistas esperam um crescimento superior a 30% sobre o volume do ano passado. Se confirmadas as previsões, o Brasil será em breve o terceiro maior mercado de notebooks do mundo –atrás apenas de China e Estados Unidos.”
João Paulo Nucci – Folha de S.Paulo, 27/07/2011

“Já que é impossível (e bem pouco prático) viver fora do grid de informação digital, é preciso administrar a imagem pública. […] Com a popularidade de acesso aos meios de publicação, o indivíduo urbano, globalizado e massificado usa as redes como válvula de escape para manifestar sua identidade e, nesse processo, se expõe de forma inimaginável.”
Luli Radfahrer – Folha de S.Paulo, 27/07/2011

“Vanderlei Matos da Silva morreu aos 29 anos vítima de problemas no fígado após passar três anos e meio misturando defensivos químicos para cultivo de abacaxi.
A história dele e de outros agricultores está no documentário ‘O Veneno Está na Mesa’, lançado pelo cineasta Silvio Tendler. […] Desde 2008, o país é o principal mercado no mundo para esses produtos. Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o consumo anual chega a 5,2 litros por habitante. Muitas vezes, os produtos são usados de forma abusiva, segundo testes feitos pela agência. O último deles, realizado em 2010, apontou problemas em 29% das amostras de alimentos examinadas. No caso do pimentão, esse percentual chegou a 80%. ‘É um problema que incide na vida de todo mundo, mas parece que as pessoas optaram pela política de avestruz’, diz Tendler, que já dirigiu documentários sobre o cineasta Glauber Rocha e o ex-presidente João Goulart.”
Denise Menchen – Folha de S.Paulo, 27/07/2011

“Para tudo na vida é necessário que estejamos disponíveis para aprender. Sempre, por mais que achemos que saibamos muito, é tempo de melhorar nossas capacidades. E não adianta nada tentar esconder as limitações que porventura tenhamos, pois se não as temos claro nunca poderemos minimizá-las.”
Sócrates, ex-jogador de futebol – Revista Carta Capital, 27/07/2011

“A ONU advertiu, na quarta-feira 20, para um surto de fome na região da Somália, Etiópia e Quênia. O problema foi agravado pela seca no chamado Chifre da África, a maior dos últimos 20 anos. ‘Esta não vai ser uma crise curta. A ONU e seus membros esperam combater esta situação pelo menos durante os próximos seis meses’, declarou Valerie Amos, subcoordenadora de Assuntos Humanitários da ONU. O governo brasileiro anunciou a doação de 20 mil toneladas de feijão e milho para a Somália, considerado o país mais afetado. […] O Brasil ocupa atualmente a oitava posição entre os países que mais doam alimentos a nações mais pobres.”
Revista Carta Capital, 27/07/2011

“Os comitês organizadores dizem que não houve nenhum legado urbanístico do Pan. A preparação para o Pan foi uma desorganização total, houve fortes indícios de superfaturamento e, no final, o evento custou dez vez mais. O (parque aquático) Maria Lenk não é adequado para os Jogos Olímpicos e será reformado. O estádio do Engenhão foi orçado em 120 milhões de reais, mas custou 430 milhões. Desorganização e falta de transparência totais.”
Christopher Gaffney, geógrafo, prof. da UFF – Revista Carta Capital, 27/07/2011

“Só 29% dos brasileiros (33% de homens e 24% de mulheres) investem pensando na aposentadoria, apesar de a maioria se preocupar em como vai pagar as contas depois de parar de trabalhar. Essa é uma das conclusões de uma pesquisa inédita da seguradora MetLife entre 500 funcionários de empresas do país. Os brasileiros poupam pouco… (% da poupança doméstica em relação ao PIB): China 55%, Índia 31%, México 22%, Brasil 15%. Ainda assim, a maioria teme não ter dinheiro para arcar com despesas básicas depois de parar de trabalhar. As preocupações centrais: 70% temem não conseguir pagar a assistência médica; 69% acreditam que os recursos poupados vão acabar antes do previsto; 63% acham que não vão poder sustentar os pais e sogros.”
Revista Exame – 27/07/2011

“Você pode subir num púlpito e falar de questões utópicas, ideais humanos de honestidade e justiça, mesmo não sendo capaz de fazer 100% aquilo que prega. Toda vez que faço uma prédica, que estou falando uma coisa absolutamente verdadeira sobre o que é certo e justo, eu sei que não faço 100% do que falo. Luto com esse indivíduo em mim que quer fingir às vezes que é capaz de escolher 100% o que é bom.”
Nilton Bonder, 53, rabino, autor de 21 livros – Valor, 29/07/2011

“Para mim, a arte permite conhecer algo mais elevado e profundo da condição humana -e agradeço a Deus por essas mensagens. Até o medo faz parte dessa plenitude.
O pavor que grita no quadro de Munch é o de um tempo em que não agredíamos tanto a natureza e, embora nos sentíssemos vulneráveis, talvez não o fôssemos tanto quanto hoje. O pavor que sentimos em relação à natureza talvez seja o que ela sente em relação a nós. Sou grata pelo aprendizado. Magnífica a arte, de incessantes profecias, até quando ignoraremos o que seu olhar antecipa?”
Marina Silva – Folha de S.Paulo, 29/07/2011

“Segundo a psicanálise, um dos motivos que levam a esses abusos do poder é a hipertrofia do narcisismo: o indivíduo tem de sua capacidade e do seu poder uma ideia tão exagerada que se julga acima de tudo e de todos. As regras não valem para ele: acredita que sua grandiosidade lhe permite fazer o que é vedado aos demais, apenas porque assim o deseja.”
Renato Mezan, psicanalista, Revista Poder – julho de 2011

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