Posts tagged envelhecer

39ª semana de 2012

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“Meu ponto de vista é que não existe ‘nós e eles’. A diferença entre ‘nós e eles’ é acidental, uma questão geográfica. Então, não importa se somos radicais muçulmanos ou extremistas cristãos malucos de direita de algum lugar do Meio-Oeste americano, isso depende totalmente de onde nascemos e do que nossos pais nos ensinaram. Isso se partimos do princípio de que há um grande plano, coisa que não acredito. Se existe um plano, do meu ponto de vista, se Deus tiver planejado tudo e feito tudo isso, ele não criaria extremistas mulçumanos na Arábia Saudita e extremistas cristãos no Kansas. Isso não seria evidência de seu trabalho. É a diferença entre todas essas posições extremas que me leva a crer que não há uma mão que nos guie.”
Roger Waters, 68, baixista inglês, ex-integrante do Pink Floyd – Revista Billboard – setembro de 2012

“É fundamental saber lidar com um aluno que diz não entendi’. Não adianta repetir a explicação. Ele precisa de outros recursos ou acessar a informação de um jeito diferente.”
Maria Auxiliadora Megid – Revista Nova Escola – setembro de 2012

“É uma geração mais introspectiva, de relacionamentos virtuais. Apesar disso, à medida que vai ficando mais velho, o adolescente tende a se tornar mais materialista. Garotos e garotas de 17 anos são mais consumistas que seus pares de 14 anos.”
Época Negócios – setembro de 2012

“O ator George Clooney, afirmou preferir um exame de próstata em público a ter um perfil no Facebook. Não vou a esse extremo… mas está claro que a vulgarização do uso das redes sociais afugente cada vez mais gente. A falta de regras de privacidade é outro temor real. O Facebook coleta nome de usuário, senha, contatos e localização. Cada vez que você visita uma página na web com o botão ‘curtir’, a rede social é avisada. Qualquer um acessa seus dados a partir de visitas a seu perfil por pessoas de sua rede de contatos.”
Ruth de Aquino – Revista Época – 24/09/2012

“A moralidade é uma virtude disputada. Mesmo aqueles que dela conhecem apenas o nome gostam de falar sobre virtudes morais como se fossem íntimos de longa data.”
Vladimir Safatle – Folha de S.Paulo, 25/09/2012

“O que é sagrado para mim não é tal ou tal outra opinião –ainda menos a minha. O que é sagrado é o próprio direito de expressar uma opinião e de viver segundo ela manda.”
Contardo Calligaris – Folha de S.Paulo, 27/09/2012

“Atribui-se a um famoso político brasileiro a frase ‘A política é a arte de fazer com que aquelas coisas que já iam mesmo acontecer aconteçam, porque nós fizemos acontecer.’ Além de irônica, essa máxima revela a ideia de política como fingimento. A política real é aquela que faz acontecer o que dificilmente aconteceria sem a nossa vontade e ação. Naquela ideia, política é oportunismo que se apropria da ação de outrem. Nesta outra, é resultado da ação de diferentes sujeitos que, para o bem ou para o mal, escolhem fazer algo além do já feito.”
Marina Silva – Folha de S.Paulo, 28/09/2012

“O escritor é um saqueador de histórias. Mas, ao contrário do paparazzo ou do colunista de fofocas de celebridades, não tem como objetivo precípuo a exposição da privacidade alheia, não faz da indiscrição maldosa sua meta. Na banalidade ou estranheza das histórias que recolhe, ele consegue divisar um filão secreto – o veio sagrado da vida, do sinuoso movimento do tempo, das forças maiores que se abatem sobre a fragilidade do homem, e a partir daí cria uma peça que dá testemunho do inefável acontecimento da existência.”
Sérgio Telles – O Estado de S.Paulo, 29/09/2012

“O Brasil está envelhecendo rapidamente segundo os últimos dados coletados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A expectativa de vida do brasileiro cresceu 25,4 anos, de 1960 a 210, indo de uma média de 48 anos para 73,4 anos de idade. Na ocasião da pesquisa (2010), o país possuía cerca de 19,4 milhões de pessoas com mais de 60 anos. Número maior do que as crianças até seis anos: um efeito da redução da natalidade e o aumento da longevidade. Este número se torna mais impressionante se levarmos em conta que, nos próximos 20 anos, espera-se que haja duas vezes mais idosos do que registrado em 2010. Os estudos de progressão apontam para essa possível realidade em 2050: quando 30% da população brasileira terá mais de 60 anos. Essa afirmação é de uma pesquisa realizada pelo IBGE, apenas avaliando uma taxa de aritmética – ela não leva em conta os avanços da medicina e a possibilidade de melhoria das condições de vida das classes média e baixa, fatores bem conhecido de influência nesses índices. Dos estados brasileiros, o que apresenta maior índice de longevidade é o Rio de Janeiro. No Rio, a proporção de idosos com 60 anos ou mais (14,9%) é próximo à de menores de 14 anos. Também possui a menor taxa de fecundidade do país 1,54% e, na região metropolitana do Rio cai para 0,9%, índice menor que o do Japão (1%), país cuja população vem diminuindo há muitos anos.”
João Oliveira – Revista Psique – setembro de 2012

35ª semana de 2012

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“Minha ficha caiu há alguns anos, na época de videocassete. Quando o meu quebrou, enviei a um técnico para consertar. Custou 25% do valor de um zero. Alguns meses depois, voltou a quebrar. Mais 25%. Na terceira vez, joguei o aparelho fora e comprei um novo. Não compensava continuar arrumando. Desde então, percebi que as coisas não são feitas para durar. Tudo fica tão defasado tão rapidamente que até assusto. Meu celular tem dois anos e é velho. Já surgiram dois novos modelos, com uma infinidade de recursos que eu não saberia usar. Com exceção de crianças e adolescentes, antenadíssimos, a maior parte das pessoas também não tem ideia de como usar todo o aparato tecnológico. Mas trocam de celular. Ou tablete. Sentem-se antiquados sem o novo modelo.”
Walcyr Carrasco – Revista Época – 27/08/2012

“Ser adulto é saber que o mundo não é um lugar ‘bom’. Começando por você e eu.”
Luiz Felipe Pondé – Folha de S.Paulo, 27/08/2012

“Costumo afirmar que gastar demais é tão perigoso quanto poupar demais, e isso tem tudo a ver com a construção de um futuro saudável para a economia pessoal e da sociedade. É por isso que a educação financeira não pode se limitar a planilhas, a cálculos e a simulações de investimentos, como muitas das primeiras experiências nesse campo têm sido praticadas nas escolas. Tenho visto métodos eficientes em transformar gastadores compulsivos em poupadores compulsivos. Infelizmente, um grave erro. A essência da educação financeira deve ser a busca do equilíbrio, e por isso também deveria ser parte dos esforços de sustentabilidade nas escolas e nos debates. Finanças deveria ser tema de aulas de ciências, filosofia e estudos da sociedade, objetivando educar os jovens para que tenham escolhas mais inteligentes e duradouras.”
Gustavo Cerbasi – Folha de S.Paulo, 27/08/2012

“A função do médico é preservar a vida do paciente, de modo que qualquer conduta que vá contra esse princípio é condenável. Essa é uma ideia simples, cativante e errada. O mundo é um lugar bem mais complexo e nuançado do que sugerem nossos esquemas mentais.”
Hélio Schwartsman – Folha de S.Paulo, 31/08/2012

“Eu já tive tantas crises na minha vida… tive uma bem grande quando tinha 21 anos. Para mim, envelhecer significa ter mais os pés no chão e ficar mais conectada com Deus, com meus amigos e comigo mesma. Hoje, tenho menos medo de intimidade, me sinto mais forte e mais bonita. Tenho de ser sincera: eu amo envelhecer.”
Alanis Morissete, 38, cantora – Revista Billboard – agosto de 2012

26ª semana de 2012

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“Mais gente está se tornando mais narcisista, ou está se apresentando para o mundo como se só se importasse consigo própria. Mais gente está ficando obcecada e compelida a checar constantemente o telefone. E há uma pesquisa que mostra que mais pessoas estão ficando deprimidas quando não têm coisas maravilhosas para mostrar aos outros no Facebook.”
Larry Rosen, psicólogo – Folha de S.Paulo, 25/06/2012

“Nessa idade ninguém vai mudar radicalmente o modo de ver as coisas, que é uma decantação de tudo que foi vivido. […] Acredito no poder da oração. Mas as instituições religiosas, e incluo todas as ordens, estão preocupadas com política e poder. Já os evangélicos cresceram enormemente como utilitarismo sistêmico produtivista, industrialista. Hoje já é uma religião para lá da religião.”
Gilberto Gil, 70, cantor – Folha de S.Paulo, 25/06/2012

“Cartões e cheques especiais são vias rápidas para o superendividamento. […] O anzol do crédito terá, em sua ponta, a minhoca do acesso mais fácil a bens e serviços. Mas continuará sendo uma pescaria indevida, de consumidores incautos, ávidos por mais conforto e lazer.
Maria Inês Dolci – Folha de S.Paulo, 25/06/2012

“Não há uma definição do amor romântico que agrade a todos. Para os pragmáticos, o amor é algo que inventamos para satisfazer uma necessidade. Para os céticos, é uma surpresa! Para quem sempre escolhe a pessoa errada, amar é sofrer. Para os obcecados, significa estreitar seu foco sobre um único objeto de desejo. Para as pessoas de pensamento estratégico, amar significa priorizar o bem-estar do(da) amado(a), porque a felicidade dele(a) aumenta a sua própria.”
Michael Keep – Folha de S.Paulo, 26/06/2012

“‘Política é a arte de engolir sapos.’ A frase pode ser alterada, trocando-se a palavra ‘arte’ por outra: ‘necessidade’. E não se aplica apenas aos profissionais que se dedicam e, em alguns casos, se beneficiam com a obrigação de comer batráquios, mas àqueles que torcem e chegam a se entusiasmar com os artistas ou com os necessitados de se alimentar com um produto que ainda não faz parte da cesta básica.”
Carlos Heitor Cony – Folha de S.Paulo, 26/06/2012

“As férias, para crianças e jovens, poderiam ser um tempo de descobertas e solidificação de aprendizagens se nesse tempo eles não fossem levados a ter novos compromissos, mesmo que sejam compromissos com o lazer.”
Rosely Sayão – Folha de S.Paulo, 26/06/2012

“Cerca de 58% dos profissionais graduados em engenharia trabalham em empresas de grande porte, segundo amostra de 105 mil currículos cadastrados no site de carreira vagas.com.br. Outros 24% estão em empresas de médio porte e 13%, em companhias pequenas.”
Maria Cristina Frias – Folha de S.Paulo, 26/06/2012

“Esse mundo imensamente midiático, em que se oferece a ilusão da liberdade radical de se autoinventar, é falso.”
Jonathan Franzen – O Estado de S.Paulo, 30/06/2012

“A escolha entre o nada e a coisa nenhuma é bem disfarçada no poder de ostentar que promete redimir do buraco subjetivo. Não tendo mais o que expressar, alguém simplesmente ‘ostenta’ um relógio caro, um computador moderninho, um carrão oneroso. Ou um piercing, um músculo forte. Tudo e cada coisa é reduzida à marca, emblema do capital e seu poder na era do Espetáculo. […] A saída é a arte, a poesia, a negação ativa contra o uso e o consumo de marcas. A prática anti-capitalista é um ateísmo e começa com a recusa aos seus deuses como simples profanação cotidiana.”
Marcia Tiburi, Revista Cult – junho/2012

“O tráfico de pessoas, principalmente para exploração sexual, é o terceiro crime mais lucrativo do mundo, atrás apenas do tráfico de drogas e armas. Segundo dados do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), 2,4 milhões de pessoas são traficadas, anualmente, para o trabalho forçado. A exploração sexual representa quase 80% dos casos detectados – seguido do trabalho escravo e do comércio ilegal de órgãos. De cada cinco vítimas, quatro são mulheres ou meninas e metade das pessoas traficadas são menores de idade. […] Um levantamento da Organização Internacional do Trabalho (OIT), baseado no Relatório Nacional sobre Tráfico de Mulheres, Crianças e Adolescentes para o Propósito de Exploração Sexual (publicado em 2002), mapeou 241 rotas de tráfico: 110 dentro do Brasil e 131 internacionais. As ações estão concentradas em 520 municípios. Os principais destinos no exterior são para Europa. Segundo o Ministério Público e a Polícia Federal, cerca de 70 mil brasileiros são traficados, anualmente, para o exterior, correspondendo a 10% dos lucros mundiais.”
Rôney Rodrigues – Revista Caros Amigos, junho de 2012

14ª semana de 2012

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“O número de brasileiros que diz ter lido pelo menos um livro em um período de três meses diminuiu em relação a 2007, segundo a pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, feita pelo Ibope Inteligência com o Instituto Pró-Livro. Em 2007, eles eram 55% da população (ou 95,6 milhões de pessoas). No resultado apresentado ontem em Brasília, o índice caiu para 50% da população (88,2 milhões). O número de livros lidos por ano, que inclui as obras indicadas pelas escolas, também caiu -de 4,7 por pessoa em 2007 para 4 em 2011. […]O MinC incluiu no Plano Nacional de Cultura a meta de que, até 2020, os brasileiros leiam quatro livros por ano fora do aprendizado formal.”
Nádia Guerlenda – Folha de S.Paulo, 29/03/2012

“Na secularização, Deus não é pronunciado, o que não significa que esteja ausente. Ele está presente sob o nome de justiça, amor, retidão, boa consciência, solidariedade e compaixão. Ilusão dos cristãos pensarem que Deus esteja presente somente onde seu nome é pronunciado, pois muitos se dão por piedosos e comportarem-se como malfeitores. Nosso mundo político está cheio deles. Já o ‘secularismo’ é a patologia da secularização ao afirmar que só existe este mundo e qualquer aceno a algo que o transcenda é ilusão ou alienação.”
Leonardo Boff, O Estado de S. Paulo – 01/04/2012

“O conselho que tenho para oferecer aos líderes é a importância da empatia no desenvolvimento da humildade, a importância de compreender as situações pelas quais as pessoas que trabalham na empresa estão passando. Se o objetivo é envolvê-los no trabalho, é fundamental compreendê-los de fato, bem como os desafios que enfrentam.”
Jaimes Champy, O Estado de S. Paulo – 01/04/2012

“Pergunte-se a um grupo de médicos qual o órgão mais importante do corpo humano e certamente assistiremos a diálogos intermináveis e inconclusos. O fígado é o filtro, o coração é a bomba, o cérebro toma decisões, cada um com sua fatal indispensabilidade. Impossível o funcionamento aceitável do corpo sem o concurso dessas peças. Coração sem fígado envenena-se, fígado sem cérebro desgoverna-se, cérebro sem coração morre de inanição e, dizem os poetas, de falta de emoção… Sustentabilidade urbana, conceito complexo e mal conhecido, apresenta também seus três componentes orgânicos essenciais, inexoráveis e indispensáveis: o espaço ambiental e cultural, o desenvolvimento econômico e a responsabilidade social. Inútil privilegiar um deles em detrimento de qualquer dos outros.”
João Crestana, O Estado de S. Paulo – 04/04/2012

“Os fundamentalistas são todos iguais: ‘apenas’ querem que a lei de seu deus seja mandatória para todos os demais.”
Contardo Calligaris – Folha de S.Paulo, 05/04/2012

“A corrupção é o capital sem lei. Todos os que a invocam, ainda que marginalmente, viram seus servidores. Sem exceção. Sem uma única exceção.”
Eugênio Bucci, O Estado de S. Paulo – 05/04/2012

“Concordo em gênero, número e caso com dom Tarcísio Scaramussa, da CNBB, quando ele afirma que não faz sentido nem obrigar uma pessoa a rezar nem proibi-la de fazê-lo. […]Como ateu, não abraço nenhuma religião, mas, como liberal, não pretendo que todos pensem do mesmo modo. […] A minha impressão é a de que não faltam oportunidades para conhecer as mais diversas mensagens religiosas, onipresentes em rádios, TVs e também nas ruas. Na cidade de São Paulo, por exemplo, existem mais templos (algo em torno de 4.000) do que escolas públicas (cerca de 1.700).”
Hélio Schwartsman – Folha de S.Paulo, 06/04/2012

“Sentimos nostalgia das coisas que estão desaparecendo da vida contemporânea. Quando eu era criança, a família só tinha um aparelho de telefone, a torradeira durava 25 anos. […] Fiz 65 anos em fevereiro. Nos Estados Unidos, sou oficialmente um cidadão que entrou na velhice. É um choque. O avanço dos anos começa a tomar conta de você. Tanta gente importante para mim tem morrido. […] Você se pergunta: como aquele menino ficou tão velho? […] Me irrita, às vezes, ficar ouvindo a falação incessante de jovens com tão pouca história de vida.”
Paul Auster, O Estado de S. Paulo – 06/04/2012

“A evolução do cérebro humano esteve associada às demandas da complexidade do ambiente social. […] Surgiram evidências de que certas regiões do cérebro são mais desenvolvidas em pessoas que mantêm contato com maior número de parentes, amigos e colegas de trabalho. […] Está cada vez mais evidente que o cérebro é uma ferramenta social.”
Drauzio Varella – Folha de S.Paulo, 07/04/2012

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