46ª semana de 2012
“A razão irracional não se manca: ofende a inteligência e a consciência do público e acha que ninguém se dá conta.”
Eugênio Bucci, “Revista Época” – 12/11/2012
“A função do intelectual é ler, escrever, dar aula, orientar pesquisas, participar do debate público, mas não assumir funções executivas porque somos obcecados por nossas visões de mundo, corretas ou não, somos monstruosamente vaidosos e pouco democráticos, pelo contrário, adoramos o poder, e nos achamos superiores moralmente.”
Luiz Felipe Pondé – “Folha de S.Paulo”, 12/11/2012
“Narciso é um jovem magnífico que se apaixona pela própria imagem refletida na água. Acabou consumido pelo amor-próprio e se tornou o nome da flor encontrada onde ele desapareceu. Somos todos Narcisos no Facebook, Orkut ou Instagram, quando publicamos fotos dos nossos sorrisos e melhores momentos.”
Marion Strecker – “Folha de S.Paulo”, 12/11/2012
“As pessoas de 50 anos querem – e precisam – manter-se ocupadas e remuneradas. […] Houve um tempo em que o desemprego rondava quem passasse dos 50 anos. Esse cenário já mudou. O grupo dos 50 foi o único em que o índice de emprego aumentou significativamente, de acordo com o último levantamento do IBGE: de 16,7%, em 2003, para 22% em 2011. Isso corresponde a 22,5 milhões de pessoas. Nas outras faixas etárias, o índice manteve-se estável ou diminuiu. Esse também é o grupo que menos sofre com o desemprego. O ranking mais recente do IBGE mostra que é a faixa de idade com o menor percentual de desocupação. Apenas 2,1% dos trabalhadores dessa idade estão sem trabalho, em comparação aos 4,4% entre os que têm de 25 a 29 anos. O que está por trás disso: ‘Entenderam que essas pessoas estão no auge de sua vida em termos de competências técnicas, atitudes e inteligência emocional’, diz Betty Dabkiewicz, consultora de Sinergia Consultoria. A experiência profissional e a maturidade dos profissionais de 50 anos são especialmente valorizados para cargos de confiança. É a idade dos líderes.”
Flávia Oshima, Margarida Telles e Natália Spinacé, “Revista Época” – 12/11/2012
“A fama é traiçoeira. Quando ela se vai, o artista passa a viver dos farrapos dos dias dourados. […] A pessoa se destrói na esperança de recuperar um sucesso que nunca mais voltará a acontecer. A fama é um vício do qual poucos conseguem se livrar.”
Walcyr Carrasco, “Revista Época” – 12/11/2012
“Um uso pesado da internet por parte dos jovens, sem muito controle dos pais e, ainda, sem a noção precisa dos riscos de se exibir, enviar fotos ou revelar informações íntimas. O pior é que, mesmo sabendo de alguns desses riscos, os jovens lidam mal com a exposição. Para muitos, aparecer na rede (independentemente de como isso acontece) é melhor do que sumir do mapa virtual. Ser ‘popular’, nesse contexto, poderia compensar alguns riscos.”
Jairo Bouer, “Revista Época” – 12/11/2012
“Na história, nada é garantido: tudo é, sempre, conquistado. O que nos separa de outros mundos possíveis (e horríveis) não é a inelutabilidade do progresso, mas a obstinação de pequenos grandes gestos. Entre nós e as trevas, há o corpo ferido de Malala Yousafzai, 14, baleada na cabeça pelo Talibã paquistanês porque promovia o ‘secularismo’ (ou seja, queria ir para a escola e pensar com a sua cabeça). Ou, a coragem da catarinense Isadora Faber, 13, que continua seu ‘Diário de Classe’ on-line, embora hostilizada por professores, por administradores.”
Contardo Calligaris – “Folha de S.Paulo”, 15/11/2012
“Para mim, é evidente que essa droga se tornou uma epidemia, não há outro termo, não há como amenizar. Por isso, a ação não pode ser exclusiva coordenação de ações de segurança pública, de educação, de reinserção social. Nós, da Saúde, queremos pôr o dedo nessa ferida do crack e ajudar a cicatrizá-la. Já não é sem tempo, a epidemia avançou mais rápido do que as ações de combate. […] Precisamos ter serviços diferentes para situações diferentes. É grave ter centenas de pessoas se drogando na Cracolândia, com suas famílias desestruturadas, sem perspectiva de reabilitação. Nesses espaços, é necessário ter consultórios de rua e pessoas capacitadas. Para esses casos, eu tenho a convicção clara, dentro do que a Organização Mundial de Saúde defende, de que a internação involuntária é fundamental para proteger a vida das pessoas viciadas. Temos regras e protocolos para isso. Não é usar a polícia para carregar o dependente para uma clínica qualquer. É preciso a avaliação de um profissional de saúde, é preciso escolher um local adeq2uado. Sou contra o recolhimento compulsório por policiais. Agora, eu defendo, sim, a internação involuntária em caso de risco de vida.”
Alexandre Padilha, “Revista Veja” – 16/11/2012
“Vivemos uma situação em que a força da competição, da imagem e do poder duela com o respeito e a cooperação. A Educação está percebendo a crise e entendendo que tem de enfrentá-la. Querendo ou não, os educadores promovem esse tipo de reflexão em cada relacionamento, julgamento, avaliação, crítica e proposição de regras. Assim, eles e a família devem atuar. No entanto, de formas diferentes. Os primeiros lidam com o coletivo e trabalham e trabalham com a questão da igualdade. Têm de tratar todos com as mesmas regras e os mesmos princípios. Já os familiares trabalham com os valores individuais, como a cooperação, a solidariedade, a generosidade e a bondade, e protegem os seus. Na família, como na escola, moral vivida é moral ensinada. De nada adianta fazer discursos se as práticas os contradizem.”
Maria Suzana Menin, “Revista Nova Escola” – novembro de 2012
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