20ª semana de 2012
“Queremos ouro sem garimpo, brilho sem polimento.”
Antonio Prata – Folha de S.Paulo, 16/05/2012
“Os desafios do século 21 exigem novas formas de ver, pensar, sentir e agir, forçando-nos a criar modelos de referência inéditos na história da humanidade. Os limites do crescimento a qualquer custo estão sendo expostos e as questões da ética ocupam espaço cada vez maior no debate contemporâneo. […] O ser humano é intrinsecamente um ser social, o que nos permite sonhar com a utopia de uma sociedade em que a cooperação seja o eixo do desenvolvimento.”
Maria Alice Setubal – Folha de S.Paulo, 17/05/2012
“O Brasil ocupa a 63ª posição no ranking mundial de países com mais domicílios que têm acesso à internet. São cerca de 33% dos 6,192 milhões de unidades levantadas pelo Censo de 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O país está na média mundial, mas poderia estar em posição melhor se não fosse a falta de conhecimento e de interesse da população, segundo o novo mapa da inclusão digital elaborado por FGV (Fundação Getulio Vargas) e Fundação Telefônica. De acordo com o estudo, 64,6% das pessoas excluídas (6,6 milhões) não sabem ou não acham necessário conectar-se à rede mundial. Mesmo a inclusão de 40 milhões de pessoas na classe C não foi suficiente para ampliar o acesso à internet. […] Os quatro primeiros países com mais domicílios que têm acesso à rede mundial são Suécia, Islândia, Dinamarca e Holanda, com índices superiores a 90%. A Suécia, mais bem colocada, tem 97% das casas com internet.”
Venceslau Borlina Filho – Folha de S.Paulo, 17/05/2012
“Vivemos no mundo do imediatismo, em que a tecnologia encurta distâncias, aumenta a produtividade e permite a conexão instantânea de pessoas, coisas, produtos e lugares. É a era dos computadores ultraportáteis, dos tablets e dos negócios bilionários que podem ser comandados a partir da palma da mão, por meio de um smartphone. Nem sempre as pessoas estão preparadas para aceitar mudanças igualmente necessárias em suas vidas e em suas carreiras. Ainda é característica da maior parte dos profissionais se manter arraigada a processos antigos que trazem segurança, como um cargo estável e/ou um salário razoável por mês. Um dos exemplos vem de profissionais excelentes, mas inflexíveis, que ainda atribuem, por exemplo, valor excessivo à hierarquia empresarial e não compreendem que, na nova dinâmica dos negócios, o cargo dá lugar ao profissional multifunção. Ele pode até não ter um título grandioso no papel, mas é essencial para o crescimento da empresa. No mundo das transformações velozes dos negócios, estar aberto aos riscos das mudanças de áreas, de empresas e até de profissão nunca foi tão necessário. Agora, mais do que nunca, é necessário que os jovens profissionais pensem em suas carreiras futuras como um plano de negócios: com estruturas de base, com as etapas necessárias para o crescimento -e seus desvios em caso de imprevisto- e o objetivo final.”
Alexandre Hohagen – Folha de S.Paulo, 17/05/2012
“As consequências da hiperconectividade contemporânea começam a ser estudadas. Já sabemos que ela leva as pessoas a uma conexão profusa, mas superficial. Uma superficialidade perversa da qual pouco ainda sabemos. É muito bom precisar de uma informação e obtê-la em dois minutos. Não sei se é tão positivo se “entupir” de notícias, ti-ti-tis, não se aprofundar em nada e não se conectar verdadeiramente com ninguém. […] O pensamento, para se desenvolver, precisa de tempo. De quietude e de isolamento para a maioria. Os grandes criadores produziram em anos de investimento as suas obras. O “insight” criativo vem de olhar o nada, do tempo livre, da meditação. Como isso pode acontecer no frenesi da necessidade de ‘precisar saber tudo o que está acontecendo’? A hiperconectividade pode passar a inibir o mergulho do ser humano dentro de si mesmo, de sua bagagem e emoções. A pessoa, e não a telinha, é o lugar onde se desenvolvem as grandes relações humanas e os caminhos da genialidade. No polo oposto, os muitos benefícios da inclusão digital não caberiam neste espaço. É o dilema de Sofia dos nossos tempos. Ou, talvez, serão apontadas, como numa sequência darwiniana, novas formas do pensamento humano produzir.”
Marta Suplicy – Folha de S.Paulo, 19/05/2012
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