28ª semana de 2011
“A atividade profissional das mulheres tende a melhorar a qualidade de vida das famílias não só em função da renda obtida, mas também da qualidade dos gastos. As mulheres investem em suas famílias, em média, 90% do que ganham no trabalho. Já entre os homens, o percentual fica entre 30% e 40%. As informações são do banco Goldman Sachs, citando dados do Banco Mundial. De acordo com a instituição, as mulheres gastam mais com itens como alimentação, educação, roupas e cuidados com a saúde – principalmente para os filhos. Já os homens gastam mais com bebida alcoólica e cigarro.”
Folha de S.Paulo, 10/07/2011
“Quando uma nova descoberta é anunciada, cabe à comunidade científica julgar o seu valor. Quanto mais importante a descoberta, mais cuidadosa deve ser esta análise. […] Erros podem persistir por um tempo, mas não indefinidamente. Essa é a força da ciência.”
Marcelo Gleiser – Folha de S.Paulo, 10/07/2011
“Segundo cientistas, um simples passeio num parque é capaz de aumentar a capacidade de um indivíduo para solucionar problemas. Submetidos a uma experiência comandada por neurocientistas, grupos foram convidados a realizar uma bateria de provas várias vezes num dia. Um deles, porém, era convidado, entre um exame e outro, a caminhar por um bosque. Os demais caminhavam apenas pela rua, sem tanta presença da natureza. Nessa experiência, comandada por neurocientistas da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, constatou-se que o passeio entre as árvores estava associado a um desempenho melhor nos testes. O resultado coincide com os de uma análise, divulgada no final do ano passado, feita com base em 25 estudos sobre a reação cerebral de pessoas que andam ou correm em ambientes verdes. Estes mostraram que, de modo geral, há redução da ansiedade, da depressão, do cansaço e da tristeza.”
Gilberto Dimenstein – Folha de S.Paulo, 10/07/2011
“O ‘pensamento positivo’ não existe. É mito. É uma clamorosa estupidez.
Sim, o apoio psicológico é necessário em momentos de fragilidade oncológica, afirma Jimmie Holland (psiquiatra no memorial Sloan-Kettering, em Nova York, e há mais de 30 anos acompanha doentes com câncer.). O bem-estar psíquico é importante para os doentes e para as suas famílias. E é importante também não deixar que a depressão se instale: quando há tratamentos para fazer, não é boa ideia ficar na cama todo dia, chorando a respetiva sorte. Mas ‘ser positivo’ é outra história: é acreditar que a nossa vontade otimista, nosso humor solar, nossa forma de ‘encarar a vida’ e outros clichês mentecaptos serão capazes de reverter uma doença impessoal. Essa crença é típica do racionalismo moderno na sua recusa extrema de aceitar o imponderável.”
João Pereira Coutinho – Folha de S.Paulo, 12/07/2011
“Se a geração de empregos é uma preocupação mundial, entre os jovens é uma preocupação maior ainda. A forma como a educação é pensada hoje em tantas partes do mundo não está apta a atender à demanda desses jovens e às necessidades desses tempos. […] O mundo precisa de várias formas de saber. E o sistema educacional deve estar preparado para várias formas de ensinar. Com um sistema educacional mais objetivo e mais sintonizado com as diferentes realidades e demandas do mundo, nós construiremos a primavera do saber, dando a oportunidade, seja no ensino universitário ou no técnico, para o ser humano desabrochar como puder ou quiser.”
Nizan Guanaes, publicitário – Folha de S.Paulo, 12/07/2011
“Educação tem que ser discutida todo dia no jantar. Que nem novela. A gente não sabe tudo sobre os personagens? O interesse pela educação deveria ser nesse nível.”
Seu Jorge, 41, cantor – Folha de S.Paulo, 13/07/2011
“Em sua opinião, uma memória global é tanto uma maldição quanto uma benção. A incapacidade de esquecer, defende Mayer-Schönberger (professor da Universidade de Oxford), limita a capacidade das pessoas de tomar decisões e de criar laços.”
Stuart Jeffries – Folha de S.Paulo, 13/07/2011
“Nos países pobres, a nova classe média vai rapidamente exigir mais e melhores escolas, água, hospitais, transportes e todo tipo de serviços públicos.
Não existe governo no mundo que atenda a essas exigências na mesma velocidade em que elas se produzem. A instabilidade política provocada por esse abismo já é visível em muitos países. As consequências internacionais ainda não são tão evidentes. Mas serão.”
Moisés Naím – Folha de S.Paulo, 15/07/2011
“No DVD, começo falando da felicidade, dizendo que ela não está numa conquista, como as pessoas estão pregando por aí: “Você vai ser feliz, vai ter prosperidade”. Tenho tentado mostrar que Deus não está agindo aumentando uma conta de banco, ou te dando uma porta de emprego. Pra mim, Deus não é isso. Fui entendendo Deus de uma forma diferente. Vi que algumas coisas em que eu acreditava, ou fui levada a acreditar, não estavam na Bíblia. Eu interpretava uma frase errada dentro de um contexto. Por exemplo, numa passagem da Bíblia está escrito que para se curar da lepra era preciso dar sete mergulhos no rio Jordão. Então [eu pensava]: se Deus precisava que eu desse sete mergulhos, hoje Ele precisa que eu dê uma oferta, que eu entregue meu dízimo. E até meu dízimo não estar entregue, não vou receber meu milagre. Hoje vejo que Deus conhece o meu coração. Se eu entreguei ou não alguma coisa para Deus.”
Caroline Celico, 23 anos [esposa do jogador de futebol Kaká] – Folha de S.Paulo, 15/07/2011
“Eu sempre me faço uma pergunta: ‘O que podemos fazer?’ A primeira coisa é se informar. Há tantas informações disponíveis, novos dados que surgem e, no entanto, somem o tempo todo. Informe-se ao máximo, converse com as pessoas, aperte os políticos. É preciso fazer muita pressão. […] Seu tempo é um luxo, não se acomode aceitando as coisas passivamente. Invista nas coisas, lute por uma causa.”
Vivienne Westwood, estilista, Revista Marie Claire – julho de 2011
“É necessário um fator ambiental – violência, problemas financeiros, de relacionamentos, drogas, bullying – para desencadear o transtorno mental em pessoas que tenham predisposição genética. Em meus 11 anos como psiquiatra, nunca vi alguém surtar quando tudo à sua volta está bem. Sempre tem um fator que é o estopim. […] A diferença do transtorno mental para outras doenças da medicina é a intensidade. Com outras doenças você consegue ter um diagnóstico categórico. Com transtornos mentais é contínuo, gradativo, não existe sim ou não. Há pessoas que a gente vê em nosso dia a dia que manifestam alguns traços, são mais esquisitas, e que para ter o diagnóstico às vezes falta meio passo.”
Gerardo de Araújo Filho, médico psiquiatra, Revista Cult – julho de 2011
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