30 de dezembro de 2010
“Não sei se há um jeito feminino de governar, se há uma maneira feminina de, por exemplo, resolver conflitos. Temo até o contrário. Como se estereotipou a mulher como frágil, e como fragilidade não combina, em tese, com ser chefe (de governo ou qualquer outra chefia), exige-se das mulheres-governantes que sejam ‘machas’. Não é à toa que a mais famosa mulher-governante, Margaret Thatcher, acabou rotulada como ‘dama de ferro’. Tampouco Angela Merkel, a outra mulher chefe de governo de país relevante, faz algo muito diferente do que fizeram os homens que a antecederam. Tomara que Dilma o faça.”
Clóvis Rossi, Folha de S.Paulo – 29/12/2010
“Uma pessoa indignada não é necessariamente raivosa. Indignar-se com a justiça é estar alerta. […] Felizes são os homens e as mulheres que não aceitam passivamente os malfeitos dos governos e dos indivíduos. A indiferença nos faz menos humanos. A resignação pode nos tornar cúmplices. […] Indigne-se, mas não seja chato. Contribua para a mudança. Melhor ser um indignado otimista que um resignado deprimido.”
Ruth Aquino, Revista Época, 27/12/2010
“A filosofia que morreu foi a arte de interpelar o mundo, a começar por si mesmo, elaborando narrativas críticas da vida. Uma crença das últimas gerações é a do presente, contínuo: passado e futuro, experiência e projeto, fundamento e destino, não servem para nada. […] O mundo da cultura se tornou pior porque a filosofia morreu – filosofia, repito, no sentido de questionamento sistemático do mundo e do eu. Pensemos na medicina. Seus diagnósticos e terapias são, hoje, infinitamente melhores – mas cada vez menos médicos se perguntam sobre a medicina. É como se x + y não passasse de um jogo para distrair e aguçar o raciocínio. Ou a literatura para distrair dos problemas da vida.”
Joel Rufino dos Santos, historiador e escritor, Revista Época, 27/12/2010
“Para recuperarmos este século de atraso educacional, é preciso aumentar a velocidade das conquistas que obtivemos na última década. Nosso futuro promissor depende de materializarmos essas intenções com coragem para quebrar paradigmas, com humildade para fazermos arranjos políticos em torno do aprendizado, com audácia para sonharmos alto e com pragmatismo para não perdermos mais tempo.”
Ilona Becskeházy, diretora-executiva da Fundação Lemann, Revista Época, 27/12/2010
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