17 de outubro de 2010
“A pós-modernidade de botequim tomou conta do debate, falso aliás, porque nada é debatido. Ainda não sabemos quais os projetos de nação que estão em jogo nestas eleições, decidiremos sem saber o que estamos decidindo, pois continuar tornou-se mais importante do que mudar.”
José de Souza Martins, filósofo, Estado de S.Paulo – 17/10/2010
“A ciência não diz o que devemos fazer com o conhecimento que acumulamos. Essa decisão é nossa, em geral tomada pelos políticos que elegemos, ao menos numa sociedade democrática. A culpa dos usos mais nefastos da ciência deve ser dividida pro toda a sociedade. Inclusive, mas não exclusivamente, pelos cientistas. […]
A culpa do que fazemos com o planeta é nossa, não da ciência. Apenas uma sociedade versada na ciência pode escolher o seu destino responsavelmente.”
Marcelo Gleiser, físico, Folha de S.Paulo – 17/10/2010
“Com base em uma investigação realizada nos últimos 20 anos com americanos acima de 50 anos de idade, cientistas da Universidade de Stanford, especializados em estudos da longevidade, sustentam que a aposentadoria prejudica a memória e, portanto, acelera a decadência do indivíduo. A razão: a falta de uso tiraria o vigor do cérebro. Semelhantes conclusões são encontradas em pesquisas realizadas em outros 12 países europeus.
Esses dados foram divulgados na semana passada, no mesmo dia em que o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) revelou uma projeção sobre o envelhecimento da população brasileira- defendendo que o país deveria mudar urgentemente sua visão sobre o que é ser velho. Num futuro breve, a idade média do nosso trabalhador será de 45 anos. Na apresentação dos dados, os pesquisadores daquele instituto relacionaram a aposentadoria como mais um estímulo de problemas como a depressão e o alcoolismo. […]
Em São Paulo, uma universidade está oferecendo cursos de madrugada: as aulas começam às 23h e acabam quase às 2h. Estamos vivendo na era da aprendizagem permanente. Estuda-se o resto da vida nos mais variados lugares. […] Para mim, esse sonho da aposentadoria é um pesadelo. É o que indica aquelas pesquisas sobre a memória. Deveríamos ensinar à criança, desde o berço, que a vida só se torna uma bela aventura, com sentido, se não pararmos de ter curiosidade, de aprender e de criar. Fazer planos para não fazer nada é a morte.”
Gilberto Dimenstein, Folha de S.Paulo – 17/10/2010
“A riqueza do Chile do norte está escondida debaixo da terra. E, para se chegar a ter alguma coisa, é preciso mergulhar na escuridão. É uma zona dura e de homens fraternais, pois as dificuldades de um são as de quem está a seu lado também. […] Quanto mais difícil é sua vida, mais sensível é um homem à dor e à solidão do outro.”
Antonio Skármeta, filósofo, escritor e ex-diplomata chileno, Estado de S.Paulo – 17/10/2010
“Uma mensagem para os 33: que o mar de luzes, câmaras e flashes com que foram recebidos lhes seja leve. É certo que sobreviveram a essa longa temporada no inferno, mas no final era um inferno seu conhecido. O que virá agora, companheiros, é um inferno completamente inexplorado por vocês: o inferno do espetáculo, o alienante inferno da televisão. Digo-lhes apenas uma coisa: agarrem-se a sua família, não a soltem, não a percam de vista, não a frustrem. Aferrem-se como se aferraram à cápsula que os tirou das profundezas. É a única maneira de sobreviver à avalanche midiática que os cobrirá.”
Hernán Rivera Letelier, escritor chileno, Estado de S.Paulo – 17/10/2010
“A lei é recente, mas o fenômeno é antigo nas varas de família. Pesquisas apontam que 80% dos filhos de pais separados sofrem algum tipo de alienação parental. ‘No grau mais leve, o guardião, normalmente a mãe, faz comentários críticos sobre qualquer coisa que a criança fale sobre o pai. Ou então diz que vai ficar sozinha e triste quando ela for visita-lo’, conta a psicóloga Maria Dolores Toloi, que há 15 anos trabalha como assistente de perícias psicológicas no Tribunal de Justiça de São Paulo. […] ‘Quando a criança entra nesse jogo e passa a participar da campanha de difamação, está instalada a Síndrome da Alienação Parental (SAP).’
A criança passa a ver o genitor alienado como uma pessoa desinteressada, incapaz de amá-la. ‘Baixo rendimento escolar e autoestima, uso de drogas, depressão e suicídio são problemas comuns nesses casos’, diz o psicólogo Diego Bragante. […]
Exemplos de alienação parental:
●Distância: negar o direito de visita ao outro genitor; impedir contato telefônico; mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, para dificultar a convivência.
●Difamação: realizar campanha de desqualificação da conduta do outro genitor; fazer denúncias falsas de abuso visando à suspensão do direito de visita.
●Obstrução: omitir informações pessoais relevantes sobre a criança ou adolescente, até mesmo escolares, médicas e alterações de endereço.”
Estado de S.Paulo – 17/10/2010
“O poderoso Vaticano, que impõe suas leis, é todo formado por homens, e as freiras não têm voz para nada.”
Danuza Leão, Folha de S.Paulo – 17/10/2010
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