“Nunca me encantei pelo sonho de casar de branco ou pela ideia de que o grande dia deveria ser ‘o mais feliz’ da minha vida. Mas perguntei a várias amigas minhas solteiras sobre essa questão e uma delas me deu uma resposta verdadeira e esclarecedora: a fantasia do dia do casamento é a de que ele representa a inegável verdade pública de que você foi escolhida. Então, durante esse dia, você é a criatura mais valiosa do mundo – um tesouro, uma princesa, um prêmio. Para muitas mulheres, que nunca se sentiram escolhidas, desejadas ou preciosas, esse é um sonho inabalável. E temo que muitas delas prefiram a cerimônia ao casamento em si. Parece um preço alto a pagar, mas ele vem de um profundo e triste desejo de ser amada e ganhar uma prova de que é valiosa.”

Elizabeth Gilbert, 41, escritora, Revista Marie Claire – outubro de 2010

 

“Pela porta do fanatismo passam todos os tipos de irracionalidades como preconceitos, desejo de calar o outro, investigações alopradas, boatos etc. E resolver a situação do país? Isso alfabetizados não se preocupam.

A imensa desigualdade social vira pó e a TV só mostra obras maquiadas. A propaganda, aquela que oferece ideias, morreu. Vicejou a publicidade, a venda de produtos. Os marqueteiros nos vendem qualquer um de maneira tão surpreendente que talvez esses candidatos mal se reconheçam diante do espelho.”

Hugo Possolo, 48, dramaturgo, Folha de S.Paulo – 15/10/2010

 

“Dilma parece disposta a fazer todas as concessões ao lobby religioso, o que é grave. Mas foi Serra quem arrastou esse cortejo do atraso para o centro da disputa política. Ao vestir a fantasia do neocarola, o tucano age mais ou menos como aqueles que acusavam FHC de ser ateu há um quarto de século”.

Fernando de Barros e Silva, Folha de S.Paulo – 15/10/2010