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Descobertas sobre um Deus Amigo

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Diante do medo, tristeza, incertezas de discípulos confusos, Jesus diz: “O Amigo, o Espírito Santo, irá esclarecer tudo para vocês” (Jo 14.26).

Jesus estava consciente do que vinha pela frente. Despedidas, crucificação, término de uma etapa, que mudaria tudo, cumpriria algo já resolvido desde a eternidade. Mas também sabia que aqueles que andavam com ele estavam perturbados no coração, desorientados ficariam ainda mais. E ele quer cuidar, prepará-los para tempos difíceis. Gostariam que eles tivessem paz, mesmo em tempos de prováveis inquietações. “Não permitam que esta situação os aflija. Vocês confiam em Deus, não confiam? Confiem em mim” e, “não ficam deprimidos nem perturbados”, “eu os deixarei com assistência plena” (Jo 14.1, 27).

Ao lermos toda a história registrada no Novo Testamento vemos em boa parte o quanto o Espírito de Deus esclareceu, animou, renovou, conduziu, consolou, desafiou, enviou, enfim, fez-se amigo presente – Deus entre nós.

O Espírito de Cristo nos faz lembrar de que Deus sempre desejou oferecer essa segurança ao ser humano caído, aflito, temeroso, abatido. Sensação de derrota e abandono são frequentes em seres frágeis como somos.

E através do profeta Isaías, assim diz o Senhor Deus: “Não tenham medo, eu os redimi. Eu os chamei pelo nome. Vocês são meus. Quando estiverem atolados até o pescoço em problemas, estarei lá com vocês. Quando estiverem atravessando águas profundas, vocês não se afogarão. Quando estiverem entre a cruz e a espada, não será um beco sem saída — Porque eu sou o Eterno, o seu Deus pessoal, seu Salvador”. (Is 43.1-3) E insiste claramente: “não tenham medo: estou com vocês” (Is 43.5).

Jesus evidenciou esse desejo do Pai. Foi a revelação maior desse amor real e profundo que tanto nossa alma almeja. E o Espírito de Deus até hoje procura nos ajudar a vivenciar tão grande amor.

Àqueles que se condenam, àqueles que acham que não tem mais jeito, aos desesperançados e cansados até de si mesmo, àqueles que não sabem por onde ir, aos inseguros e assustados, há palavras seguras: “Diz o Eterno, o Deus que constrói uma estrada através do oceano, que inaugura um caminho através das ondas furiosas; O Deus que fez sair cavalos, carros e exércitos — e eles se deitaram e não conseguiram mais se levantar, foram apagados como um pavio: ‘Esqueçam o que aconteceu, não fiquem lembrando velhas histórias. Fiquem atentos. Não se distraiam. Vou fazer uma coisa diferente. E está para acontecer, não estão percebendo? Estou abrindo uma estrada através do deserto, fazendo correr rios em terras devastadas. Os animais selvagens dirão: ‘Obrigado!’ — os chacais e as corujas — Porque providenciei água no deserto, Rios através da terra ressecada.” (Is 43.16-20). A poética nos convida a lindas imagens que alimentam gente esgotada.

Jesus fez um convite válido para hoje: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Rios de água viva irão jorrar e brotar do íntimo de quem crer em mim, como dizem as Escrituras” (Jo 7.37-8). E é isso que o Espírito de Deus faz em nós. Abre-nos um caminho no coração, faz-nos enxergar por onde ir, nos tira do atoleiro confuso e angustiante, faz algo novo em nós. Do lado de dentro para fora. E usa o lado de fora para trabalhar coisas do lado de dentro. A terra devastada, o deserto, nada disso tem a última palavra. O Espírito nos lembra que Jesus é a esperança de pernas, a esperança feito gente. E nos convida a crer nele. O Deus presente e cuidadoso não nos abandona, seja qual for a situação. E até o silêncio nos fala em algum momento. Assim, vamos descobrindo como se dá o que Jesus disse: “O Amigo, o Espírito Santo, irá clarear, ensinar, esclarecer mais e melhor para vocês”.

Essa vida não é fácil, mas é cheia de esperança. A mais bela aventura.

Amigos do baú do coração

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Amigo não precisa de dia porque todo dia ele é – suficiente afeto.

Das coisas da vida, dentre as melhores, estão os amigos que ganhei. Algumas amizades construí, mas, a maioria foram presentes, daqueles que fazem a vida valer até nos dias maus. No bolo de amigos que ganhei tem um que quero hoje celebrar.

Amigos há daqueles que são interessantes, os que são engraçados, os que são artistas (os que brincam com ideias e te levam junto), os que são belos, os que são leais. Ele é um ser cativante (e muito mais).

Esse amigo é um contador de histórias que me emociona a cada encontro. Ele tem poesia na língua, delicadeza no coração e uma mente, realmente, brilhante (além da careca).

Ele gosta de gente, nem sempre tão perto, mas ele se aproxima muito, como poucos.

Ele tem contos cotidianos porque vê o que pela maioria passa desapercebido. Ele tem memórias que desabrocham em causos risonhos, com pitadas folclóricas, que te levam para dentro. Ele tem pensamentos surpreendentes que arrancam-nos risos e lágrimas, muitas vezes simultaneamente.

Ele me ajuda a pensar melhor, a amar melhor, a aproveitar melhor a vida, inquietando-me e fazendo observações pouco prováveis. Sim, ele chega a ser irritante…

É também acelerado. Acompanha de tudo, sabe bastante e brinca com coisas sérias de tal forma que nos leva a perceber a seriedade da coisa.

Quem aguentaria um sujeito assim? Quem seria esse alguém à altura? Uma esposa singular. Que dialoga, que acolhe, que devolve, que se cala, que observa e critica, que chora e ri, que é leve sem perder a densidade da vida. Mais do que simpatia, entende de empatia. Ela que colore dias escuros do companheiro, e quando não, apenas permanece na escuridão deles, sim, ela veio para ficar.

Exercita o corpo, a mente, a alma, tudo discretamente, com sabedoria. Pessoa rara, certa para andar com ele.

Juntos tiveram duas meninas, hoje, mulheres. Imagine o que são duas filhas de um casal como esse? Sim, espetaculares em suas singularidades.

Ah, e em tempo, tem a Farofa, não na mesa, na casa. Uma cachorra sapeca que faz toda família multiplicar histórias e alegrias.

Idealização? Não ignoro limitações, fraquezas, mas isso é parte da vida de todos. Mas, reconhecer e celebrar as belezas das relações é algo necessário e delicioso.

C. S. Lewis dizia que “vivemos num mundo sedento de silêncio, privacidade e, portanto, sedento de meditação e amizade verdadeira”. E isso não é difícil de verificar, ainda que nem todos consigam assim nomear e reconhecer.

Quero meditar mais e melhor, mas em meio a essas que consigo, vejo melhor meus amigos, e desejo agradecer.

Hoje minha homenagem carregada de gratidão vai para Valdir e Diva que entraram há anos em minha história e me abençoam continuamente.

O monge cisterciano, Aelred de Rievaulx, que viveu no século XII d.C., parafraseou I Jo 4.16, dessa forma: “Deus é amizade, e todo aquele que permanece na amizade permanece em Deus”. Quero permanecer.

52ª semana de 2012

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“O medo, no ambiente de trabalho, possui potenciais consequências negativas ao bem-estar dos colaboradores e para os resultados da empresa. Modelos de gestão baseados no medo devem ser utilizados de acordo com a função biológica desse sentimento: em situações de perigo e emergência, nas quais outras alternativas não são viáveis. Nesses casos, podem ser muito úteis. No entanto, é preciso notar que bem-estar e produtividade são elementos que possuem direta correlação. Colaboradores infelizes e estressados produzem menos e entregam resultados abaixo de seus verdadeiros potenciais.”
Pedro Calabrez Furtado, “O Estado de S.Paulo” – 23/12/2012

“O aumento da escolaridade foi acompanhado de queda da desigualdade de renda no Brasil nos últimos anos. Essas tendências têm uma relação forte de causa e efeito. O maior acesso à educação explica fatia importante da redução na distância entre ricos e pobres no país. […] Embora tenha aumentado nas últimas duas décadas, a escolaridade no Brasil permanece baixa em comparação com a de outros países. Os adultos brasileiros têm, em média, pouco mais de sete anos de estudo, contra mais de nove anos na Argentina, quase dez no Chile e mais de 12 nos EUA. Segundo o economista Ricardo Paes de Barros, o país consegue, somente agora, sua primeira geração de adultos com cerca de 30 anos de idade e aproximadamente nove anos de estudo. No Chile, isso ocorreu em 1982 (com jovens nascidos em 1952). ‘Apesar do progresso que vem acontecendo no Brasil, nosso atraso educacional é enorme’, afirma Paes de Barros, que é secretário de Ações Estratégicas da Presidência da República. ‘É uma ameaça real, não porque o avanço educacional no Brasil seja lento, mas porque a tecnologia anda a uma velocidade ainda mais rápida, ou seja, precisamos acelerar ainda mais os progressos na área de educação’, diz Paes de Barros.”
Érica Fraga, “Folha de S.Paulo” – 23/12/2012

“Provamos, a cada vez que obtemos sucesso, que somos mesmo uma espécie única, capaz de grandes feitos quando trabalhamos juntos, seja por livre e espontânea vontade, e até sob condições violentas. A cada obra concluída o espírito humano se renova, orgulhoso com o que fez. Mas tão importante quanto esse orgulho é a humildade de ver o quanto ainda não foi feito, o quanto ainda continua inacabado ou incompreendido. Se um dos objetivos da ciência é aliviar o sofrimento humano, seria inocente acreditar que tal objetivo será um dia alcançado. Livrar-nos das iniquidades sociais não seria suficiente, mesmo se possível.”
Marcelo Gleiser, “Folha de S.Paulo” – 23/12/2012

“É curioso como nos relacionamos com nossos amigos – com a maioria deles, digamos – estamos sempre tentando contar uma boa novidade ou sendo inteligente ou falando coisas muito interessantes, para que nos tornemos muito interessantes e assim possamos conservá-los. Mais curioso ainda é que não há amigo melhor neste mundo do que aquele em cuja companhia você se sente tão bem, mas tão bem, que pode até ficar calado pois parece que está só.”
Danuza Leão, “Folha de S.Paulo” – 23/12/2012

“Todos nós, jovens e menos jovens, estamos crescentemente dependentes da plataforma virtual. É fascinante o apelo da web. Investimos muito tempo digitando mensagens de texto, escrevendo nos blogs, postando fotos e comentários no Facebook ou curtindo videogames. […] A nova geração de adolescentes tem mais acesso à informação do que qualquer outra antes dela. Mas isso não se reflete num ganho cultural. Os índices de leitura e de compreensão de texto vêm caindo desde o início dos anos 1990. A conclusão é que, apesar do maior acesso às novas tecnologias, não se vê um ganho expressivo em termos de apreensão de conhecimento. A internet é uma formidável ferramenta. Não deve, contudo, perder o seu caráter instrumental. O excesso de internet termina em compulsão, um tipo de dependência que já começa a preocupar os especialistas em saúde mental. Usemos a internet, mas tenhamos moderação. Precisamos, todos, redescobrir a magia da leitura.”
Carlos Alberto Di Franco, “O Estado de S.Paulo” – 24/12/2012

“Hoje, no presépio de Belém, perto da manjedoura onde o menino Jesus recebeu os reis magos, nos lugares sagrados de Jerusalém, explodem os homens-bomba berrando ‘Feliz Natal, cães infiéis!’. Que estranho destino é esse da humanidade se fechando como uma cobra mordendo o próprio rabo, a morte no mesmo lugar no nascimento, o fim da civilização no mesmo lugar onde começou, ali entre o Tigre e o Eufrates, na Mesopotâmia. […] E hoje, com o futuro cada vez mais ralo, tenho saudades da precariedade de nossa vida antiga, da ingenuidade dos comportamentos, de um mundo com menos gente louca e má. ‘Ah! Você por acaso quer a volta do atraso?’ – dirão alguns. Não; mas sonho com uma vida delicada que sumiu, dos lugares-comuns, dos chorinhos e chorões, de tudo que era baldio, dos valores toscos da classe média.”
Arnaldo Jabor, “O Estado de S.Paulo” – 25/12/2012

““Entendo que haja interpretações diferentes sobre o significado de Jesus Cristo para a humanidade e que não todos concordem com os artigos da fé cristã –que ele é o filho de Deus que se fez homem, que uniu na sua pessoa o homem a Deus, que é o salvador da humanidade e outras afirmações preciosas à fé dos cristãos. Mas dá para duvidar da existência de quem desencadeou fatos tão notórios, que mobilizou multidões ao longo de sua pregação e até estremeceu o poderoso Império Romano. […] Como pode ser que o grande Deus, o todo poderoso, o puro espírito, se torne tão pequeno, frágil, corpóreo, tão humano? A resposta é uma só: unicamente por amor!”
Odilo Pedro Scherer, “Folha de S.Paulo” – 25/12/2012

“Um dos maiores desafios da saúde pública atual é superar a “fome oculta”, que se caracteriza pela deficiência de micronutrientes, vitaminas e minerais essenciais. Sem alarde, a fome oculta prejudica o desenvolvimento de milhões de pessoas no planeta, leva à morte. Muito se investe na capacitação de recursos humanos, mas ainda pouco se faz para conter esse enorme dreno do capital humano global. […] No Brasil, 40% das crianças ainda sofrem de anemia e 20%, de hipovitaminose A. Somadas, essas carências afetam milhões de brasileiros, quase a metade da população de crianças e gestantes. […] Uma dieta saudável e balanceada representa uma aspiração a ser perseguida pela sociedade. A educação de mães e crianças é fundamental nesse esforço de longo prazo. A fortificação de alimentos básicos é uma das estratégias de melhor custo-benefício, preconizada pela OMS e pela Unicef. […] Apesar das conquistas sociais dos últimos anos, ainda não asseguramos o acesso de toda a população aos micronutrientes essenciais. Assim como país rico é país sem pobreza, país saudável é país sem desnutrição e obesidade. Possibilitar o desenvolvimento pleno do potencial de nossas crianças e cidadãos é um desafio de todos nós. Vamos vencer a fome oculta.”
Peiman Milani e Hércia Martino, “Folha de S.Paulo” – 25/12/2012

“Os líderes Prozac fazem discursos delirantes, acreditam em suas próprias palavras e desencorajam visões alternativas e críticas. Alguns são carismáticos e nutrem fiéis seguidores: eles ignoram problemas e tornam suas organizações menos preparadas para enfrentar crises. Quando encontram terreno propício, criam uma ‘cultura positiva’, que pune ou aliena funcionários não praticantes. […] O otimismo excessivo pode estimular o cinismo, erodir a confiança e provocar o afastamento da realidade.”
Thomas Wood Jr., Revista Carta Capital – 25/12/2012

“Em 2011, houve 24.206 estupros notificados na Índia, mas em apenas 26% dos casos os acusados foram condenados, segundo o Escritório Nacional de Registros de Crimes.
O número real de estupros certamente é subestimado. A maioria das vítimas nunca denuncia o crime às autoridades. Mulheres estupradas são alvo de enorme preconceito -e raramente conseguem se casar na Índia. Estudos apontam que apenas 1 em cada 50 casos de estupro são notificados. Quando as vítimas finalmente tomam coragem e denunciam, enfrentam uma polícia misógina. Os policiais indianos afirmam que as vítimas de estupro ‘mereceram, porque provocaram’. Dizem isso, literalmente. A revista indiana ‘Tehelka’ filmou, secretamente, entrevistas com 30 investigadores em delegacias de Déli e arredores, em abril deste ano. Dezessete dos 30 investigadores afirmaram repetidamente que a maioria das acusações de estupro eram falsas, que as mulheres “convidavam” ao estupro ao usar roupas provocantes e que muitas queriam extorquir os acusados. […] Com essa predisposição, não surpreende que a maioria das investigações de estupro sejam falhas. Para muitos, essa visão de mundo sexista não é privilégio dos policiais: está encravada em boa parte da sociedade indiana.”
Patrícia Campos Mello, “Folha de S.Paulo” – 26/12/2012

“O mundo não acabou outro dia, mas vários mundos acabam todos os dias, sempre que morre um escritor -ou um ator, um sambista, um arquiteto, um cientista, um gari, até mesmo um político. Hierarquias são perigosas, mas a morte de um escritor parece atingir fundo as pessoas, inclusive as que nunca o leram. Supõe a perda de um ou mais mundos organizados, que ainda não foram e não serão cristalizados em palavras. Pior ainda quando são escritores populares, porque muitos de seus contemporâneos sentiam-se parte de tais mundos. É como se a morte deles os privasse de seu chão.”
Ruy Castro, “Folha de S.Paulo” – 26/12/2012

“Em geral, pensamos a literatura a partir de sua função social, seu conteúdo psicológico, questões de estilo. Mas, com essa ênfase em seu aspecto externo, esquecemos o fundamental: a literatura é acima de tudo um diálogo expandido. Um eu-tu apreendido em estado de graça. Oscilação incessante entre intimidade e solidão.”
“Valor Econômico” – 28/12/2012

“Governos vivem de aplausos, já problemas reais dependem de soluções efetivas para ser solucionados.”
Hélio Schwartsman, “Folha de S.Paulo” – 29/12/2012

“Em meio ao caos após a devastação do furacão Sandy, o governador de Nova York, Andrew Cuomo, disse que a exceção meteorológica está se tornando rotina. Aproveitou o choque da população para fazer as conexões entre a erosão da costa, o nível do oceano e a temperatura. Virou o debate que tem tratado aqui a ciência ambiental como panfletagem ideológica.”
Lúcia Guimarães, “O Estado de S.Paulo” – 31/12/2012

“O Ministério Público de São Paulo iniciou um programa para capacitar professores da rede estadual que atuam como mediadores escolares. O objetivo é, até o fim de 2013, oferecer conhecimentos específicos sobre justiça restaurativa e, assim, auxiliá-los na prevenção e resolução de conflitos. O objetivo da justiça restaurativa – diferentemente da cultura punitiva, que busca um culpado para o conflito – é identificar o que causou o problema e intervir na situação a partir de três princípios: diálogo, reflexão e responsabilização. Só neste primeiro ano, mil professores serão capacitados no Estado. Os docentes são indicados pela direção da escola em que atuam. “Nossa ideia com esta parceria com a Secretaria de Educação é evitar que a violência surja e, nos casos em que ela aparecer, conseguir resolver o caso sem atitudes drásticas, como a expulsão. Pelo contrário: usar essas situações como oportunidades de mudanças e de aprendizagem”, afirma o promotor Antônio Carlos Ozório Nunes, coordenador do programa. […] Com 47 anos de idade e 15 de magistério, o professor Tarsis Campos foi indicado para fazer a capacitação porque atua há três anos como mediador na escola estadual Wilson Ramos Brandão, que tem cerca de 800 alunos e fica na periferia de Sorocaba. Apesar da experiência, ele conta que o curso promovido pelo MP tem ajudado na promoção de consensos. “Minha missão é ensinar aos alunos que entrar em consenso não é pedir perdão, é não partir para a violência”.
Ocimara Balmant, “O Estado de S.Paulo” – 31/12/2012

“O Boko Haram, grupo radical islâmico que atua na Nigéria, degolou ontem 15 cristãos em Musari, nordeste dos país. A região é reduto do grupo islâmico Boko Haram, que luta contra a influência ocidental na Nigéria. De acordo com autoridades locais, as vítimas dormiam na hora do ataque. A maioria delas foi morta com facões. Os alvos, segundo a política, foram escolhidos porque eram cristãos. Muitos deles haviam se mudado para outras partes da cidade justamente em razão de ataques do Boko Haram.”
“O Estado de S.Paulo” – 31/12/2012

47ª semana de 2011

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“Dados do Censo 2010 divulgados na última semana revelam que a fecundidade no Brasil caiu para 1,86 filho por mulher. Chama a atenção, em primeiro lugar, a grande velocidade com que o índice despencou. Meio século atrás, em 1960, ele era de 6,2. Isso significa que o Brasil fez em cinco décadas o que a Europa levou mais de cem anos para conseguir. Como reduzir a fertilidade e, por extensão, a população não constitui um fim em si mesmo, é preciso analisar as implicações do fenômeno. […] Decisões antipáticas, como alterar (e para pior) o regime da aposentadoria, precisam ser tomadas. No limite, é preciso pensar em abrir o país à imigração, outra medida impopular. Os obstáculos são tantos que a tendência é empurrar a encrenca para nossos filhos e netos. É pena, pois o atraso torna o problema mais difícil de administrar.”
Hélio Schwartsman – Folha de S.Paulo, 20/11/2011

“A ciência avança por meio de seus fracassos. Novas ideias são necessárias quando as velhas não podem explicar as observações. Portanto, não há explicações finais, apenas explicações melhores. […] É difícil combinar objetividade e subjetividade. […] Talvez devamos ouvir as sábias palavras de Sócrates, que há mais de 24 séculos já dizia que o essencial é conhecer a si mesmo.”
Marcelo Gleiser – Folha de S.Paulo, 20/11/2011

“Ter um dom é uma coisa preciosa, seja ele escrever, fazer publicidade ou cozinhar.”
Danuza Leão – Folha de S.Paulo, 20/11/2011

“Temos de aprender a conviver com a nossa insignificância, por melhores que nos consideremos.”
Gilberto Dimenstein – Folha de S.Paulo, 20/11/2011

“Cantor tem que ser bonito porque imagem vende. Se não for, pelo menos tem que estar bem cuidado. Minhas cantoras fazem dieta quando engordam, porque dou ataque. Nunca achei que isso pudesse entrar em choque com minha igreja. Se são filhos de Deus, [artistas] têm que ser pessoas que mostram que são felizes.”
Yvelise de Oliveira, 60, presidente da maior gravadora gospel do país, a MK Music – Folha de S.Paulo, 20/11/2011

“Jung dizia que muitas terapias estagnam porque acende-se uma lanterna no escuro mas ilumina-se o lugar errado do bosque. Na educação tem sido assim. Coloca-se o facho por sobre a reciclagem do professor, a tecnologia na sala de aula, o aumento de horas na escola ou melhor gestão do sistema. Apesar de tudo isto ser obviamente relevante, passa ao largo do cerne. Estamos em transição, e tempos efêmeros causam perplexidade institucional. Viemos das caixinhas de currículo, disciplinas e mestres exigentes, e estamos rumando para o ensino autopropulsionado, a diluição da importância da estrutura escolar, e o fim das barreiras artificiais que métodos e cartilhas impõem.
Ricardo Semler – Folha de S.Paulo, 21/11/2011

“A religião vem sendo tratada como uma espécie de bem de consumo individual, de forma que valores essenciais, como o senso de comunidade, de lealdade e de transcendência, têm se perdido.”
Rodrigo F. de Sousa, teólogo – Revista Claudia – novembro de 2011

“Franqueza e transparência são fundamentais para as relações de amizade. Sem tais características, o relacionamento amoroso que caracteriza a amizade não sobrevive. Aliás, nem sequer vive. Outra característica básica de pessoas que querem ser amigas de outras é a maturidade para controlar os próprios impulsos em favor da amizade. Saber renunciar a prazeres imediatos para preservar o amigo é condição fundamental. […] Devemos nos perguntar se, num mundo que dá extremo valor ao individualismo, à realização de nossos caprichos e ao prazer imediato, há lugar para a amizade. Deve haver. Afinal, são os amigos que dão sabor à nossa vida, que a iluminam, que fazem com que valha a pena viver, mesmo enfrentando as mazelas inevitáveis com as quais nos deparamos. Podemos fazer algo para que os mais novos conheçam essa alegria?”
Rosely Sayão – Folha de S.Paulo, 22/11/2011

“Desejo não é igual a vontade, é trama mais complexa. Começa com nossos instintos animais e vai se enriquecendo com aquilo que o atrai. A admiração é uma dessas coisas. Mas tudo começa com a imitação. Como no aprendizado da língua. Imitamos o português que ouvimos: sotaque; sofisticação ou falta dela; riqueza ou pobreza vocabular.”
Francisco Daudt – Folha de S.Paulo, 22/11/2011

“O Brasil moderno, se quiser governar na Rocinha, deverá merecer a autoridade que ele pretende exercer, ou seja, deverá fazer o que ele, durante muito tempo, não fez: cuidar de seus sujeitos.”
Contardo Calligaris – Folha de S.Paulo, 24/11/2011

“Sendo verdade que passamos a viver de modo mais rápido, individualizado e fora de controle, inseridos em redes e estruturas cortadas por riscos e crises permanentes, então ficou mais difícil controlar o que quer que seja. A corrupção adquiriu ‘vida própria’, atingindo áreas e pessoas antes tidas como inatingíveis. Também cresceu a percepção social dela, o que a torna ainda mais intolerável. Isso não significa que sejamos impotentes perante esse problema, que se alimenta de hábitos seculares, bebe em muitas fontes e afeta tanto o setor público quanto o privado. Não poderemos, porém, eliminá-lo pela raiz se o reduzimos à responsabilidade pessoal ou acharmos que a solução virá de mera (e difícil) mobilização da sociedade civil. Avanços consistentes dependerão de múltiplas ações combinadas e só alçarão voo sustentável se estiverem articulados com uma perspectiva reformadora e democrática do Estado e da política.”
Marco Aurélio Nogueira – O Estado de S.Paulo – 26/11/2011

“Posso dizer que o dia mais importante de minha infância foi quando descobri que sabia ler. Eu tinha de 4 para 5 anos. Foi como assistir ao próprio parto.”
Ruy Castro – Revista Claudia – novembro de 2011

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