Queria escrever uma oração sincera e simples, mas não encontro palavras.

Queria que as palavras viessem até mim, e não o contrário. Eu as receberia com sorriso nos lábios e um abraço bem apertado.

As palavras, elas não teriam acanhamento, pois lhes daria liberdade, sem rimas, sem versos pré-fabricados, sem jargões. Palavras por palavras, espontâneas, legítimas, que nascem do sopro da vida.

Minha alma anseia por palavras santas, sábias, que me orientem pelas esquinas e encruzilhadas. Honestamente, não quero “talvez”, “provavelmente”, “na minha opinião”. Estas são apenas faíscas de palito de fósforo – úteis em uma escuridão repentina, mas insuficientes para me guiar até o fim da jornada. Preciso de lâmpadas de verdade, que tragam esperança iluminadora e eterna.

O verbo encarnado é o vocabulário que preciso, pois suas palavras são confiáveis, libertadoras.

A vida não é uma folha de papel em branco. Há muito o que ser escrito. Palavras de Deus, profundas, verdadeiras. A vida não é um silêncio etero, vazio, sem cor. Há muito o que ser proferido e ouvido. Voz de Deus, inabalável, doce, salvífica.

Que Deus me encha de sentido nas partes obscuras da alma. Que a insuficiência da vida e os rompantes de ilusão não prevaleçam. Que o simples me reoriente até o essencial. Que eu me regozige nisso: não na ganância, mas em todo anseio de vida plena.

Que cada palavra seja preciosa como um diamante. Que seja tão compensadora quanto o sorriso de uma criança.

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