ATO 1: Nascimento e Encarnação (26 de fevereiro a 04 de março)

Disciplina espiritual: Celebração

 

Como aprender a celebrar o início das coisas, com esperança e dedicação? Alguém disse que não devemos menosprezar os pequenos começos.  Outro falou que deveríamos prestar mais atenção em todo início registrado na Bíblia (geralmente, ele traz uma lição especial).

O primeiro livro da Bíblia é o livro dos começos (Gênesis). Começar pressupõe o novo. E novo é sempre uma evidência de que a vida continua, de que há movimento, energia e fé. Se por um lado, nossa geração é refém e viciada em novidades artificiais, por outro, Deus fez novas todas as coisas, e continua renovando, por meio do seu Espírito, nosso espírito, emoções e sonhos.

O mecanismo de sobrevivência ao qual estamos submetidos, por vezes, nos reduz à superficialidade de uma rotina funcional; não há espaço para reflexão e busca das raízes. Só importa os resultados, a produção e a eficácia. Com o tempo, nosso discurso também se torna apenas funcional, sem brechas para ouvir a voz do Espírito movendo tudo de ponta-cabeça.

O tempo vai passando e já não nos lembramos o que é viver na expectativa do sopro de Deus sobre a poeira que cobriu em camadas nossa vida medíocre.

O novo na Páscoa e em Jesus

O relato da primeira Páscoa (Êxodo 12) é a prova de que Deus planejava fazer algo totalmente novo com os judeus – um novo que precedia a salvação completa e eterna. Na história de Jesus Homem, o primeiro ato foi o seu nascimento, que celebramos efusivamente no Natal. O que nos esquecemos é que esse o primeiro capítulo de uma história maravilhosamente completa que culminou na morte e ressurreição de Cristo. Tudo está interligado.

Deus tomou a iniciativa e encarnou-se para se tornar o cordeiro pascal que “tira o pecado do mundo”. Ele realizou o verdadeiro começo de tudo. Mas isso não fará muito sentido se nós, ao ouvirmos e crermos nessa história, não celebrarmos a ação de Deus em nós. Por isso, a celebração não é apenas um impulso emocional, mas sim uma disciplina espiritual.

“Nós nos engajamos na celebração quando nos alegramos em nós mesmos, em nossa vida e no nosso mundo, em conjunção com nossa fé e confiança na grandeza, beleza e bondade de Deus. Nós nos concentramos em nossa vida e nosso mundo como obras de Deus e como presentes dele para nós”.¹

Na prática:

– Marque um encontro com amigos de fé para comer, beber, cantar e dançar e para relatar histórias das ações de Deus em sua vida e na vida do seu povo.

– Participe do culto de sua igreja local com a intenção de celebração pelo “novo” de Deus através do nascimento de Cristo. Reflita que esse é o primeiro de outros capítulos. Não tenha vergonha de sorrir e de escolher a alegria nessa semana. Isso só será possível se sua mente estiver focada no motivo da alegria: a atitude de Deus que se fez “Deus conosco”!

Exemplos bíblicos:

Miriã (Êx 15.20), Débora (Jz 5) e Davi (2 Sm 6.12-16) são exemplos bíblicos vívidos de celebração, assim como o primeiro milagre público de Jesus no casamento em Caná (Jo 2) e os períodos de festas do povo de Israel.

Celebre!

“Alegria e deleite santos são o grande antídoto para o desespero e uma fonte de genuína gratidão que começa nos nossos pés e irrompe pelo nosso corpo todo, até o alto de nossa cabeça, arremessando-nos por completo na direção do nosso bom Deus”.²

 

Notas:

  1. WILLARD, Dallas. O Espírito das Disciplinas, p 203. Editorial Habacuc.
  2. Idem

 


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ATO 1: Nascimento e Encarnação

ATO 2: Crescimento e Movimento

ATO 3: Missão e Escolhas

ATO 4: Comunidade e Amizade

ATO 5: Morte e Lamento

ATO 6: Ressurreição e Esperança