Ato 6: Ressurreição e esperança (02 a 08 de abril)

Disciplina espiritual: Oração

 

Perdemos todos os dias. Não somos onipotentes, e é inevitável a dor do fracasso. Mas a vida não se resume às nossas derrotas; o caminho a ser trilhado é muito mais largo e longo. Uma chama nos acompanha em dias nublados: a esperança.

O que é esperança? É não ser refém das circunstâncias desfavoráveis que teimam em definir nosso futuro e nossa fé. É depositar no Senhor da História a convicção de quem somos e quem seremos. Ter esperança é confiar em seu plano santo para a humanidade, independentemente do tempo, do espaço e dos recursos que possuímos.

A ressurreição de Cristo é o fato glorioso da esperança cristã. A partir daquela manhã de domingo, diante de um túmulo vazio, Deus sedimentou a esperança nas paredes de nosso coração. Após as lágrimas da morte na cruz, surgiu na alvorada os primeiros raios de um mundo novo. Cristo vive!

No Monte Sinai

Voltemos ao passado. Três meses após terem saído do Egito, os israelitas chegaram ao deserto do Sinai, e lá acamparam. Foi quando Moisés subiu o monte para encontrar-se com Deus. Lá, o Senhor disse essas lindas palavras a serem transmitidas ao povo:

Vocês viram o que fiz ao Egito e como os transportei sobre asas de águias e os trouxe para junto de mim. Agora, se me obedecerem fielmente e guardarem a minha aliança, vocês serão o meu tesouro pessoal entre todas as nações. Embora toda a terra seja minha, vocês serão para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa. Essas são as palavras que você dirá aos israelitas. (Ex 19.4-6 – NVI).

Deus estava semeando esperança no meio do seu povo, e fez isso expressando seu amor por ele. Encorajando-os a confiar em seu caráter e então a obedecê-lo, o Senhor prometeu aos israelitas uma realidade plena de santidade, quando a liberdade de ser quem foram criados para ser será totalmente real. “Reino de sacerdotes” e “nação santa” são duas expressões da vontade de Deus para nós que ressignificam a religião, tirando-a de compartimentos hermeticamente fechados e colocando-a no meio das pessoas. São o êxtase de uma relação que se completará plenamente.

O problema é que tudo isso parece tão distante da realidade que vivemos! De corações partidos, mentes distraídas, igrejas superficiais e vidas presas ao fascínio do pecado. Mas lembre-se: essa não é a realidade definitiva. Porque Cristo ressuscitou, cremos que o melhor ainda está por vir.

Para exercitar sua esperança, eu te proponho o hábito da oração. Não se trata apenas de um ritual religioso, mas sim de uma vida integrada com Cristo. Uma integração que vai transformando nossa mente, nosso coração e moldando nossa fé.

Oração: mais que uma disciplina

“A vida espiritual seria um empreendimento de baixa voltagem se a oração fosse principalmente empreendida como uma disciplina, e não como um meio de colaborar com Deus para realizar boas coisas e promover os propósitos do seu Reino. Mesmo assim, a oração pode ser uma disciplina altamente efetiva, conforme vemos no conselho do Senhor àqueles que estavam com Ele no Getsêmani: ‘Vigiem e orem para que não caiam em tentação.’

Orar com frequência nos dá a prontidão para orar de novo, sempre que necessário. Quanto mais oramos, mais pensamos em orar, e, quando vemos os resultados da oração – as respostas de nosso Pai aos nossos pedidos -, nossa confiança no poder de Deus transborda para outras áreas de nossa vida.

A oração, porém, só se estabelece em nossa vida para que floresçamos quando praticamos outras disciplinas tais como solitude e jejum.”¹

Exemplos bíblicos

– Os Salmos são orações cantadas ou recitadas. Leia, especialmente, o capítulo 51.

– A oração de Ana (1 Samuel 2)

–  O Pai Nosso (Mateus 6.9-13)

– Jesus ora por seus discípulos (João 17)

– A oração de Paulo pela igreja de Éfeso (Efésios 3)

– As orações dos santos são incenso (Apocalipse 8.3-5).

 

PARA PRATICAR

  1. Pare por um minuto, fique em silêncio e tente se lembrar das melhores experiências de oração que já viveu.
  2. Ponha em seu coração a firme resolução de voltar a viver essas experiências.
  3. Assuma o compromisso com Deus de manter, a partir de agora, um hábito de oração.
  4. Inclua em sua agenda diária algum tempo de oração. Ao mesmo tempo, desafie você mesmo a viver um estilo de vida de oração, interagindo com Deus em todo o tempo. Tente fazer isso por um dia. E depois repita.
  5. Encontre pessoas que oram regularmente e procure conhecer suas histórias com Deus.
  6. Participe de reuniões de oração de sua igreja.

 

PARA PENSAR

A verdadeira religião é a união da alma com Deus, a participação real da natureza divina, a própria imagem de Deus desenhada na alma; ou, na expressão do apóstolo, é Cristo formado em nós. A raiz desta vida divina é a fé; os ramos principais são o amor a Deus, a caridade para com o próximo, a pureza e a humildade. (Henry Scougal)

 

Nota

  1. WILLARD, Dallas. O Espírito das Disciplinas – Entendendo como Deus transforma vidas. Editorial Habacuc, p 209-210.

 


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Foto: Pixbay

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