“Enquanto estavam lá, chegou o tempo de nascer o bebê, e ela deu à luz o seu primogênito. Envolveu-o em panos e o colocou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria”. (Lc 2.6-7, NVI)

 

O Natal não é somente um tempo de celebrar a bondade de Deus, mas também é uma denúncia constrangedora do egoísmo do coração humano. O menino nasceu, mas ninguém quis hospeda-lo. Seu perfil não condizia com o mercado. Sua fragilidade não embalava nenhuma bandeira política revolucionária. Sua incapacidade de elaborar pensamentos sofisticados o impedia de ser reconhecido pela filosofia ou mesmo pela religião.

Aos olhos dos homens, ele não passava de um menino pobre de pais desconhecidos.

Sim, ele era um menino. E carregava consigo toda a força de um menino. E carregava consigo toda imprevisibilidade divina de sobrepor-se à mediocridade humana. E carregava em seus ombros a majestade de Deus.

O Natal é uma misteriosa mistura de boa notícia e de incômoda notícia. Traz esperança, mas também vergonha. Traz alegria, mas também preocupação. Vai ao encontro do anseio mais profundo da humanidade, mas ao mesmo tempo irrita porque não compactua com uma cultura egocêntrica, libertina e superficial.

O Natal faz ressurgir a bondade humana, mas também nos lembra que fomos nós que não acolhemos Jesus, fomos nós que o matamos. Mas foi por nós que ele veio, morreu e ressuscitou.

Salve o rei que nasceu em Belém!

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