Festa natural (Salmo 19)
Os céus gritam de alegria, a aurora lança seus raios como fogos de artifício, a noite faz da lua um presente que ilumina a graça.
Vendo tudo isso, o homem se maravilha com a festa espontânea que a natureza faz para Deus. E ele se vê envolto à “voz sem palavras” dos céus, da terra, do dia, da noite. Quase uma epifania. Uma plenitude de sentidos em direção a quem criou a luz e o calor do sol.
Que efeito este maravilhamento traz ao coração do homem? Ele se rende não somente à presença de Deus, mas ao seu caráter, à sua “lei”. Esta lei tem sabor, textura, aroma. Não é uma invenção humana para aprisionar outros. É uma trilha que conduz ao destino, uma sombra que leva à realidade, uma cerca que protege-nos da fragilidade interior, das maldades do Inimigo e dos enganos do mundo.
O homem que vê uma “festa natural” a Deus, também reconhece quem Deus é e o que ele espera do homem. Porque não há como transformar Deus em um mero símbolo, sem vida, sem vontade, sem escolhas, sem propósito. Porque não há como distanciar Deus de quem somos e de nossos erros. Porque não há como proibir Deus de invadir-nos ao ponto de transformarmos de dentro para fora.
Não há amor a Deus sem amor à sua vontade. Não há amor à vontade de Deus sem amor a Ele próprio.
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Salmo 19
Os céus declaram a glória de Deus;
o firmamento proclama a obra das suas mãos.
Um dia fala disso a outro dia;
uma noite o revela a outra noite.
Sem discurso nem palavras,
não se ouve a sua voz.
Mas a sua voz ressoa por toda a terra
e as suas palavras até os confins do mundo.
Nos céus ele armou uma tenda para o sol,
que é como um noivo que sai de seu aposento
e se lança em sua carreira com a alegria de um herói.
Sai de uma extremidade dos céus
e faz o seu trajeto até a outra;
nada escapa ao seu calor.
A lei do Senhor é perfeita e revigora a alma.
Os testemunhos do Senhor
são dignos de confiança
e tornam sábios os inexperientes.
Os preceitos do Senhor são justos
e dão alegria ao coração.
Os mandamentos do Senhor são límpidos
e trazem luz aos olhos.
O temor do Senhor é puro
e dura para sempre.
As ordenanças do Senhor são verdadeiras,
são todas elas justas.
São mais desejáveis do que o ouro,
do que muito ouro puro;
são mais doces do que o mel,
do que as gotas do favo.
Por elas o teu servo é advertido;
há grande recompensa em obedecer-lhes.
Quem pode discernir os próprios erros?
Absolve-me dos que desconheço!
Também guarda o teu servo dos pecados intencionais;
que eles não me dominem!
Então serei íntegro,
inocente de grande transgressão.
Que as palavras da minha boca e a meditação do meu coração
sejam agradáveis a ti,
Senhor, minha Rocha e meu Resgatador!(NVI)