O fim da missão
Fim de finalidade, motivo da busca, alvo, sentido. Afinal, a despeito de todos os relevantes credos apostólicos e declarações oficiais da igreja, é fundamental que nosso coração repouse e aja confiadamente em torno da missão que Deus nos deu. Missão pessoal e coletiva, de um e de muitos. Disso depende muita coisa: os músculos, a mente, os hábitos, os diálogos, os sorrisos, os choros, a esperança.
Assistindo novamente a trilogia “O Senhor dos Anéis”, me vi encorajado a renovar meu compromisso com a Missão de Deus. A perseverança, o esforço, a coragem e o sacrifício dos personagens do filme (especialmente Frodo) em torno de um objetivo comum e claro me reanimaram a viver, a todo custo, em função da ordem de Deus.
Missão é um termo antigo, “até o século 16 usado apenas para a Trindade. Os jesuítas foram os primeiros a usá-lo em termos da difusão da fé cristã”, lembra David Bosch no livro Missão Transformadora, p 17 (Editora Sinodal). Ao longo dos séculos, os evangélicos também foram adotando a palavra, e hoje ela está em nosso vocabulário.
O fim da missão nos dá significado, nos envolve. Calçamos os sapatos e caminhamos. Olhamos para o horizonte e dizemos: “Sim, é para lá que eu vou”. Direção de sentido e de caráter, porque enquanto caminhamos, somos transformados. Enquanto nossos olhos encontram os olhos de Deus, já não somos os mesmos. Ele nos envia, e já não estamos mais no mesmo lugar. Dando-nos uma missão, Deus reconcilia o “ser” com o “fazer”.
Estamos aqui para cumprir a missão que Deus nos dá: seguir a Jesus Cristo, anunciar e viver o seu Reino. O que isso significa, na prática? O que está em jogo? Por hora, apenas vislumbro as respostas, mas uma coisa estremece meu coração: fazemos parte de algo muito maior e mais importante do que podemos imaginar. Há um cenário surpreendentemente amplo que nossos sentidos não podem alcançar, mas que, pela graça de Deus, ajudamos a construir. E se isso é verdade, somos os mais esperançosos de todos os homens.