A vida é movimento. E o movimento é o milagre da vida.

O Verbo, o sopro, a ação,
o som das palavras,
o sentido que as carrega no colo, nos braços, nas mãos…

Em companhia de Deus, fez nascer a vida,
a história,
as conexões,
começo, meio e fim.

O Verbo é presença que se torna única.
O Verbo É.
É tanto que nada se fez sem Ele,
nenhuma cor,
nenhuma surpresa,
nenhum pesar.

Presença real, inteira, epifania;
inescrutável, ao mesmo tempo.
Infinita presença, como um poço sem fundo.
Plenamente infinito.

Ele anda em direção à luz.
Na verdade, mais do que isso, tem a luz em suas mãos,
e faz malabarismos com ela.
Nele, a luz parece fácil, parece acessível.
Talvez seja.

Tornou-se humano. Refez a criação. Refez-se a si mesmo.
Juntou pessoas, amou pessoas, sacrificou-se por pessoas.
A Graça em uma mão; a verdade, em outra.

A glória do ser humano é Deus se fazendo um de nós, como nós.

Presença. Encarnacional. Visceral. Compassiva. Firme. Confronto. Exortação.
Espadas perfurando a alma.
Lágrimas molhando rostos.
Sangue escorrendo pelo corpo.
Fraqueza. Dor. Desolação, abandono, desesperança.

Morte.
Triste. Dia triste.

Mas a vida vence. Sempre vence. Mesmo depois da morte. Apesar da morte.

A vida balança, se solta, recrudesce, mas cresce de novo. Constante, contínua, eterna.

Sou sobreviver, sou força que brota na Fonte,
que move-se entre serpentes e flores.

Como cachoeira, sou queda e redenção.
Sou choro e sorriso.
Sou descrença e fé.
Sou o que Ele fez de mim, por mais que eu não queira ver ou sentir.

Sou Ele em mim.

A vida é movimento. E o movimento é o milagre da vida.

 

(João 1.1-18)

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