Eu poderia falar todas as línguas que são faladas na terra e até no céu, mas, se não tivesse amor, as minhas palavras seriam como o som de um gongo ou como o barulho de um sino. Poderia ter o dom de anunciar mensagens de Deus, ter todo o conhecimento, entender todos os segredos e ter tanta fé, que até poderia tirar as montanhas do seu lugar, mas, se não tivesse amor, eu não seria nada. Poderia dar tudo o que tenho e até mesmo entregar o meu corpo para ser queimado, mas, se eu não tivesse amor, isso não me adiantaria nada. Quem ama é paciente e bondoso. Quem ama não é ciumento, nem orgulhoso, nem vaidoso. Quem ama não é grosseiro nem egoísta; não fica irritado, nem guarda mágoas. Quem ama não fica alegre quando alguém faz uma coisa errada, mas se alegra quando alguém faz o que é certo. Quem ama nunca desiste, porém suporta tudo com fé, esperança e paciência. O amor é eterno. Existem mensagens espirituais, porém elas durarão pouco. Existe o dom de falar em línguas estranhas, mas acabará logo. Existe o conhecimento, mas também terminará.

1 Coríntios 13:1-8 NTLH

Paulo passa a ideia de que o amor é algo profundo (uma afeição? um compromisso? um estado?) que afeta todas as nossas ações. Por ser profundo, não é tão fácil classificá-lo, mercantilizá-lo ou manipulá-lo.

Por ser ele – o amor – a realidade que dá sentido a tudo, até os gestos mais nobres (que, em teoria, não precisariam de defesa) devem ser, sim, submetidos ao escrutínio do amor.

O amor é a reviravolta sobre nossa existência. Ele muda de dentro para fora até o mais vil, porque reorganiza a bagunça que há no coração.

Começa a mudar por dentro, mas é de fora que ele vem. Este tipo de amor não nasce ao acaso. Ele precisa ser gerado além de nós, não por uma coisa, mas por uma pessoa. A Bíblia já nos lembra que o sobrenome de Deus é amor (1Jo 4.8). Ele é fonte única de onde jorra a água mais cristalina em meio ao caos do mundo.

E, por fim, o amor é o que faz ecoar perenemente nossas virtudes. Ele tem o poder de fazer permanecer o que por nós mesmos não teríamos condições. Nossos gestos são frágeis e inconstantes. Mas quando amamos, eles se tornam eternos.

Então, não importa qual partido você defende ou qual igreja participa ou o quanto é moralmente correto. Sem amor, tudo isso é palha. E palha se esvai com o primeiro sopro.