A difícil pergunta
Por anos a pergunta de Jesus para Pedro me intriga: “tu me amas?”. Acho muito difícil respondê-la. Como amar (ato concreto, presente e visível) alguém invisível? Quando afirmo em canções, em orações e em conversas religiosas que “amo a Deus” será que tenho sido, de fato, honesto?
A história de Pedro me prova que é possível a alguém cair na armadilha de dizer que ama a Deus, mas não amá-lo quando as circunstâncias o levam para fora do espaço seguro da religiosidade.
Olho para dentro de mim, e preciso confessar: ainda não sei conjugar perfeitamente a convicção do amor de Deus por mim com a certeza de que o amo. Muitas vezes, há um vácuo difícil de explicar. Exatamente nestes momentos me identifico com Pedro no vazio entre o ideal e o real.
Entretanto, as palavras do amado apóstolo João me iluminam (1 João 2.5):
“Aquele, entretanto, que guarda a sua palavra, nele, verdadeiramente, tem sido aperfeiçoado o amor de Deus.” (RA)
“Porém, se obedecemos aos ensinamentos de Deus, sabemos que amamos a Deus de todo o nosso coração.” (NTLH)
“Mas, se alguém obedece à sua palavra, nele verdadeiramente o amor de Deus está aperfeiçoado.” (NVI).
João me ensina que a certeza da mutualidade do amor entre Deus e eu é aperfeiçoada (completada, levada até o fim, melhorada) pela prática da obediência. Não uma obediência superficial, dogmática, boba, sem consciência, mas sim uma vida que decidiu seguir os passos de Jesus (2.6). A partir daí, a pergunta “tu me amas?” ganha sentido na história, ganha responsabilidade diante de todos, mas principalmente diante de Deus e de minha consciência.
A obediência, longe de ser um fardo, é uma oportunidade de Deus para que eu amadureça em seu amor. Quando me embrenho nos caminhos de Jesus, descubro a constituição deste amor tão incrível, me entrego a ele, e me deixo ser transformado. Deixa de ser uma questão meramente sentimental e passa a ser uma vida inteira marcada pela quase inacreditável doação do Deus que se faz continuamente presente.
É verdade que nem sempre vou perceber as mudanças de imediato, mas no fundo sei que a difícil pergunta que teima em voltar tem sido respondida sinceramente em meu coração. “Tu me amas?”. “Senhor, tu sabes todas as coisas e sabes que te amo”.
Maurício
Lissânder,
Obrigado por esse texto tão lindo e tão sincero. Agradeço a Deus pela sua vida e pela forma maravilhosa pela qual Ele usa você para alcançar os outros.
Um grande abraço,
Maurício.
Lissânder Dias
Caro irmão,
Obrigado pelo generoso comentário.
Vê se aparece, hein?
Abraços.
Augusto
Lissânder, essa pergunta já me ocorreu várias vezes e eu sempre me identifiquei com a resposta de Pedro. Eu sempre me lembro de uma canção que diz: “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama…” Que Deus te abençoe sempre com textos tão inspirados.