Vens
Vens, tu que tens um sorriso a me dar
Vens, entre os montes de tristeza, me acalmar
Tens meu coração, porção da terra a percorrer
Tens mãos, cheias de água ao rosto lavar
Que de mim, sabes o fim, e ainda o andar.
Tens a vida, compartilhada no olhar
Tens, da terra seca, pés rachados, no guiar
Mas no fundo, esperança, tanto a ver
Tens a teia, de cada veia a perfurar
Que de nós, sentes a dor, e ainda o findar.
Vens, pelo reverso dos descaminhos, a iluminar
Vens, aqui na sujeira do mundo, a purificar
Tens a reconciliação nos braços, abertos a querer
Como que fazendo e refazendo o tear
Pelo sangue, que de nós, veio e tens a dar.
Venhamos, pois, contigo!
Tenhamos, então, parte em ti!
Para tudo ser,
eu todo,
todo tempo.