Espera
“Um velho pecador é um temível e assustador espetáculo”. W. Tozer
Friagem, o mar obscuro da solidão
Guarda-se e, adormecido, fingi-se mar;
Pela poeira da estrada, segue-me o coração,
A esperar por um gesto, sorriso, olhar.
Porém, sozinho, não sou um só.
Aguardo-me sê-lo, sem tristeza,
Pela pureza perseguida, pela beleza;
Por sentir o medo dos raios de sol.
Coração meu, não espere por nada!
Meu universo ainda está confuso.
Das pedras que me maltratam, risadas;
Do futuro que me espera, absurdo.
De todos que me esperam, tu és o mais fiel;
De todas as minhas lágrimas, espero a redenção,
Mesmo que da espera, infindável réu,
Venha poesia, insônia, solidão.
De todos que me suportam, tu és o mais paciente,
Porque parece que me conheces há tempos;
E na confusão do que sou, vou ou dou,
Não esperas nada de mim, a não ser que eu espere em ti.
07, setembro, 2004.