Opinião
- 10 de agosto de 2018
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O Dia dos Pais de Jesus
Por Gladir Cabral
O Deus Eterno poderia ter-se revelado a nós apenas como energia perfeita, como luz inacessível, como transcendência última, como o Totalmente Outro, mas decidiu apresentar-se a nós com o afeto e a ternura de um pai, cheio de calor divino e humano. Ele veio ao nosso encontro pelas encruzilhadas do tempo e pelos caminhos do mundo nos passos do seu Filho Jesus. Ao que parece, a paternidade é assim, uma experiência no tempo e na história.
Tal pai, tal filho. Tal filho, tal pai. Não é por acaso que Jesus, atendendo ao pedido de seu discípulo Filipe, que perguntara: “Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta”, afirma com surpresa: “Você não me conhece, Filipe, mesmo depois de eu ter estado com vocês durante tanto tempo? Quem me vê, vê o Pai” (João 14:8-9). Assim, olhando para o Filho, pode-se conhecer sobre a personalidade, sobre o caráter do pai.
A pergunta de Filipe pela revelação do pai é, sem dúvida, a pergunta pela própria identidade, pela descoberta da origem, a fonte da vida. Indagar pelo nosso pai é desejar saber quem somos. E a resposta de Jesus é clara: “Olhe para mim. Ouça minhas palavras. Creia em mim”. Então, sabendo que o “Filho é o esplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu ser” (Hebreus 1:3), precisamos conhecer Jesus, seguir seus passos, contemplar sua vida, ouvir sua voz.
Jesus nos mostra que o Pai é presença íntima e constante em nós. A relação entre Jesus e o Pai é de plena unidade e caloroso amor – “Eu e o Pai somos um” (João 10:30). Sua generosidade é muito grande. Jesus vem a nós para partilhar esse amor paternal. Ele não quer nos ver órfãos, não quer nos ver abandonados à nossa própria sorte, mas quer que sejamos adotados, que sintamos o mesmo amor, que vivamos a mesma experiência de encontro, confiança, alegria e paz.
Jesus nos mostra que a relação com o Pai é sempre intensa, como quando estava no Jardim das Oliveiras e orava sozinho no frio da noite pedindo que o Pai o poupasse de beber o cálice da dor e da morte. A relação dele com o Pai era profunda e complexa, com muito espaço para momentos de tensão e provação. Jesus, que sempre usufruiu da presença íntima e contínua do Pai, provou também o paradoxo do abandono e da solidão. Foram experiências pontuais, mas muito fortes. Não é todo dia que se pode dizer: “Meu Deus, por que me abandonaste?” (Mateus 27:46).
A relação entre Jesus e o Pai celestial não obscurece, pelo contrário, ilumina a relação que teve com seu pai humano, José. Jesus foi adotado por José, num dos momentos mais belos e paradoxais da história da redenção. Aquele que nos faz ser filhos adotivos de Deus foi ele mesmo filho adotivo da humanidade. De seu pai José, Jesus aprendeu tanto sobre amor, sacrifício, humildade, fidelidade, constância e fervor... Foi graças a seu pai José que a vida do menino Jesus foi salva dos desejos violentos e criminosos de Herodes. Sim, o Salvador do mundo um dia foi salvo por seu velho pai José.
Conheçamos nosso Pai, o mistério mais sagrado desta vida. Amemos nosso Pai e pensemos em seu amor constante e renovado. Se for o caso, entremos no jardim da solidão ou no vale da sombra da morte, provemos a desconcertante angústia do silêncio de Deus. Reconheçamos que o mesmo Pai nos concedeu um pai humano e frágil, às vezes temperamental, talvez distante da sabedoria de José, para que aprendêssemos o exercício do amor e ensaiássemos nossos voos pela vida.
Aprendamos com o Pai o que é perdão, o que é afeto, o que é emoção, o que é cuidado, o que é sacrifício, o que é silêncio, o que é generosidade e o que é graça. E com essas coisas todas, aprendamos também quem somos.
Leia mais textos sobre paternidade:
» Pai nosso – uma declaração de amor no dia dos pais
» Ao me perder na paternidade, encontro o cuidado de Deus
O Deus Eterno poderia ter-se revelado a nós apenas como energia perfeita, como luz inacessível, como transcendência última, como o Totalmente Outro, mas decidiu apresentar-se a nós com o afeto e a ternura de um pai, cheio de calor divino e humano. Ele veio ao nosso encontro pelas encruzilhadas do tempo e pelos caminhos do mundo nos passos do seu Filho Jesus. Ao que parece, a paternidade é assim, uma experiência no tempo e na história.
Tal pai, tal filho. Tal filho, tal pai. Não é por acaso que Jesus, atendendo ao pedido de seu discípulo Filipe, que perguntara: “Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta”, afirma com surpresa: “Você não me conhece, Filipe, mesmo depois de eu ter estado com vocês durante tanto tempo? Quem me vê, vê o Pai” (João 14:8-9). Assim, olhando para o Filho, pode-se conhecer sobre a personalidade, sobre o caráter do pai.
A pergunta de Filipe pela revelação do pai é, sem dúvida, a pergunta pela própria identidade, pela descoberta da origem, a fonte da vida. Indagar pelo nosso pai é desejar saber quem somos. E a resposta de Jesus é clara: “Olhe para mim. Ouça minhas palavras. Creia em mim”. Então, sabendo que o “Filho é o esplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu ser” (Hebreus 1:3), precisamos conhecer Jesus, seguir seus passos, contemplar sua vida, ouvir sua voz.
Jesus nos mostra que o Pai é presença íntima e constante em nós. A relação entre Jesus e o Pai é de plena unidade e caloroso amor – “Eu e o Pai somos um” (João 10:30). Sua generosidade é muito grande. Jesus vem a nós para partilhar esse amor paternal. Ele não quer nos ver órfãos, não quer nos ver abandonados à nossa própria sorte, mas quer que sejamos adotados, que sintamos o mesmo amor, que vivamos a mesma experiência de encontro, confiança, alegria e paz.
Jesus nos mostra que a relação com o Pai é sempre intensa, como quando estava no Jardim das Oliveiras e orava sozinho no frio da noite pedindo que o Pai o poupasse de beber o cálice da dor e da morte. A relação dele com o Pai era profunda e complexa, com muito espaço para momentos de tensão e provação. Jesus, que sempre usufruiu da presença íntima e contínua do Pai, provou também o paradoxo do abandono e da solidão. Foram experiências pontuais, mas muito fortes. Não é todo dia que se pode dizer: “Meu Deus, por que me abandonaste?” (Mateus 27:46).
A relação entre Jesus e o Pai celestial não obscurece, pelo contrário, ilumina a relação que teve com seu pai humano, José. Jesus foi adotado por José, num dos momentos mais belos e paradoxais da história da redenção. Aquele que nos faz ser filhos adotivos de Deus foi ele mesmo filho adotivo da humanidade. De seu pai José, Jesus aprendeu tanto sobre amor, sacrifício, humildade, fidelidade, constância e fervor... Foi graças a seu pai José que a vida do menino Jesus foi salva dos desejos violentos e criminosos de Herodes. Sim, o Salvador do mundo um dia foi salvo por seu velho pai José.
Conheçamos nosso Pai, o mistério mais sagrado desta vida. Amemos nosso Pai e pensemos em seu amor constante e renovado. Se for o caso, entremos no jardim da solidão ou no vale da sombra da morte, provemos a desconcertante angústia do silêncio de Deus. Reconheçamos que o mesmo Pai nos concedeu um pai humano e frágil, às vezes temperamental, talvez distante da sabedoria de José, para que aprendêssemos o exercício do amor e ensaiássemos nossos voos pela vida.
Aprendamos com o Pai o que é perdão, o que é afeto, o que é emoção, o que é cuidado, o que é sacrifício, o que é silêncio, o que é generosidade e o que é graça. E com essas coisas todas, aprendamos também quem somos.
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» Pai nosso – uma declaração de amor no dia dos pais
» Ao me perder na paternidade, encontro o cuidado de Deus
É pastor, músico e professor de letras na Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc). É autor, em parceria com João Leonel, do e-book O Menino e o Reino: meditações diárias para o Natal. Acompanhe o seu blog pessoal.
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Site: http://ultimato.com.br/sites/gladircabral/
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