Por Tiély Costa

Uma das grandes manias do ser humano é se comparar com o próximo, não é mesmo?! A comparação começa desde cedo quando os pais comparam os filhos ou quando o irmão mais velho se torna ponto de referência para o mais novo. Até mesmo no almoço de Ano Novo, quando a família reunida aproveita para comparar os primos é como se valesse comparar tudo, desde a vida acadêmica ao estilo do cabelo, aos relacionamentos e por aí vai. Atire a primeira pedra quem nunca teve a tia do “E os namoradinhos? Sua prima casou aos 20 e você já está chegando aos 30”.

A comparação é definida como uma figura de linguagem na língua portuguesa que consiste na ideia de relacionar dois termos diferentes numa mesma oração. Repare: dois termos diferentes. Parafraseando para nosso contexto de relacionamento interpessoal, seria comparar duas vidas diferentes, dois seres pensantes diferentes, dois corpos diferentes e pode ir além, quando se trata de duas culturas, famílias, condições financeiras: diferentes. Portanto, torna-se cruel colocarmos sobre nós o fardo chamado comparação. Não é que você esteja no capítulo 3 e o outro no capítulo 11 na vida, na verdade, é sobre cada um escrever uma história diferente. Cada pessoa tem sua própria luta e só quem vive sabe de fato o tamanho do leão que precisa matar diariamente.

Tive uma professora que dizia “Comparou; perdeu”. No fundo é exatamente isso, perdemos tempo ou paz. Vale assinalar que podemos nos inspirar em alguém desde que isto não se torne um desejo de ser a outra pessoa. Não existe isso. A sua vida só você vive. Alguns vão virar funcionários e outros patrões, uns vão viver doentes e outros morrer sem tomar remédios, uns vão casar aos 20 e outros não querem casar, uns vão ter três filhos e outros um cachorro.

“Valorize a sua jornada” parece frase de efeito e pode até ser, o importante é você conseguir contemplar as pequenas coisas dos dias comuns e contentar-se com a sua história, que é única. De vez em quando compensa, e muito, parar e reconhecer os motivos de sermos gratos. Você pode estar enfrentando um fardo imenso, e em algum lugar tem um outro ser humano enfrentando problemas diferentes e muito pesados.

Viver não se resume à “linha de chegada”, viver é sobre apreciar as coisas do dia a dia. As festas do Ano Novo são legais, no entanto, os dias de fevereiro a novembro também são preciosos. O fim de semana é o mais esperado, mas a segunda-feira também tem seu valor. Não caia na armadilha da comparação.

A Bíblia nos diz em Eclesiastes 3 que existe um tempo para todas as coisas. E quando vivemos de acordo com essa convicção, alcançamos a plenitude em Deus. Confiar em Deus é como aprender a nadar, não tem como aprender a nadar sem entrar na água. Por mais que o professor ensine, o aluno precisa se molhar e tentar. Do mesmo modo é a fé, precisamos aprender sobre Jesus e nos permitir ser cuidados por Ele. É preciso ouvir suas instruções e obedecer.

 

“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu: há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou; tempo de matar e tempo de curar; tempo de derribar e tempo de edificar; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar de alegria; tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar; tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de deitar fora; tempo de rasgar e tempo de coser; tempo de estar calado e tempo de falar; tempo de amar e tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz.” – Eclesiastes 3.1-8

 

  • Tiély Costa é estudante, artesã e membro da Igreja Batista Memorial em Viçosa, MG.

 

Saiba mais
» Contentamento, edição 375 de Ultimato
» Um Novo Dia, Emma Scrivener

 

A sabedoria grita nas ruas – quem vai ouvir?

A sabedoria é um estilo de vida, que integra o modo de ser e o de agir. O livro de Provérbios é um eco da Lei Divina implantada em nossa consciência e expressa nas Escrituras. Os escritos de Provérbios repetem em diferente estilo literário as intenções dos mandamentos registrados no Pentateuco, as exigências de Deus transmitidas pelos profetas, e são notáveis nos ensinos das Cartas Gerais e das de Paulo, bem como nas palavras de Cristo nos Evangelhos. Existe uma só sabedoria antes e depois de Cristo. Ela continua sendo “o temor do Senhor”.

  1. Adilson Tadeu de Souza

    Oi Tiély, obrigado por nos presentear com uma narrativa simples porém com profunda riqueza de verdades. “Quando nos comparamos estamos dizendo para nos mesmos que não podemos caminhar sem usar as pernas do outro”.

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *