Por Jeferson Rodolfo Cristianini

Confessai, pois, os vossos pecados uns aos ouros, e orais uns pelos outros, para serdes curados. (Tg 5.16)

A Bíblia nos mostra como Deus criou tudo e plantou o homem no jardim perfeito, mas também, como o homem se esconde de Deus após a Queda. É emblemático o comportamento de Adão que, com medo, se esconde do Senhor com quem falara todos os dias.

Assim tem sido o comportamento do ser humano, teologicamente chamado de “filho de Adão”. Ao ouvir Deus perguntar e chamar por Adão, ele responde dizendo “Ouvi a tua voz no jardim, e, por que estava nu, tive medo, e me escondi” (Gn 3.10). Deus pergunta a Adão como ele se viu nu, afirmando que ele havia desobedecido, mas ao invés de assumir a culpa e confessar o seu pecado de desobediência e rebeldia, Adão culpa a mulher dada por Deus. Ele terceiriza a sua responsabilidade para fugir da confissão de seu pecado (cf. Gn 3.12). Deus vai conversar com a Eva, e ela segue o mesmo comportamento de seu esposo Adão e não confessa sua culpa nem assume o seu pecado, e coloca a culpa na serpente. Eva também terceiriza a sua responsabilidade (Gn 3.13).

Como descendentes desse primeiro casal, nós já nascemos em pecado, ou seja, com a tendência para o pecado, e pecamos contra nosso Deus. Davi, o grande poeta e rei, disse: “Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu a minha mãe” (Sl 51.5). Ele reconhece que nascemos com a tendência ao pecado, pois o pecado manchou a existência humana, mas também recorda que movidos pelo Espírito Santo de Deus, podemos desfrutar da libertação por meio da confissão: “Confessei-te o meu pecado e a minha maldade não encobri; dizia eu: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a maldade do meu pecado” (Sl 32.5). Confessou e foi perdoado.

O apóstolo Paulo diz que todos pecaram e carecem da glória de Deus (cf. Rm 3.23). A Bíblia diz que não há um justo sequer, uma pessoa que não seja pecadora, e por isso precisamos ter a real noção de que somos pecadores e precisamos de Jesus, nosso Salvador, para nos libertar da justiça e do juízo de Deus. O Espírito Santo é quem nos convence do pecado, da justiça e do juízo e nos leva à confissão de pecados para a reconciliação com Deus, e confessando que Jesus Cristo é o Senhor de nossas vidas (cf. Jo 16; 1.4; 1Co 12.4; 1Jo 4.2). É obra do Espírito Santo mostrar quão falhos e pecadores somos e como precisamos confessar que carecemos de perdão, misericórdia e graça que vêm de nosso Deus, cheio de amor e compaixão (cf. Ef 2.4). O evangelho nos ensina a confessarmos nossos pecados para que sejamos sarados pela graça de Deus.

O sábio Salomão deixou registrada essa linda orientação: “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia” (Pv 28.13). Quem não confessa não prospera diante de Deus, e fica amarrado em seus pecados e suas terríveis consequências, mas quem confessa e deixa o pecado alcança misericórdia do Senhor, pois Ele perdoa.

Tiago nos ensina a fazer uso da confissão de pecados no contexto de oração mútua e de intimidade espiritual: “Confessai, pois, os vossos pecados uns aos ouros, e orais uns pelos outros, para serdes curados” (Tg 5.16). Ele relaciona a confissão à cura da alma. É bom confessar.

João, o apóstolo do amor, também nos orienta sobre a confissão: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1Jo 1.9). Ele nos orienta a confessarmos nossos pecados a Deus confiando que Ele é fiel e que, ao confessarmos, Deus vai nos perdoar e nos purificar de toda a injustiça.

O que precisamos fazer então? Confessar ao Senhor nossos pecados para encontrarmos perdão e purificação. O perdão nos garante paz e a purificação nos coloca na busca pela santidade, que o Espírito Santo, opera em nossas vidas. Esta é a razão pela qual precisamos do evangelho em nossas vidas. Não somente no ato da salvação, mas em toda a nossa peregrinação espiritual, visando a nossa santificação.

Martinho Lutero disse que precisamos ouvir o evangelho todos os dias, pois todos os dias o esquecemos. O evangelho nos confronta em nossos pecados e encoraja a confiarmos nossas vidas a Jesus, nosso Senhor.

O pastor e teólogo puritano John Owen disse: “A causa principal do esfriamento espiritual são os pecados acariciados no sótão do coração”. Precisamos restaurar nosso vigor espiritual confessando nossos pecados de estimação e lutarmos contra eles. A confissão restaura nossa vida. A confissão nos salva. A confissão nos cura. A confissão renova nossa espiritualidade e nossa devoção a Deus. A confissão é o caminho para se manter quebrantado diante do Deus Santo. Confesse seus pecados e desfrute do perdão do Senhor!

  • Jeferson Rodolfo Cristianini é pastor da Igreja Batista Nova Canaã Sorocaba.

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