Ioná Raquel Nunes

Eu já achei que nunca conseguiria passar o dia 12 de junho sozinha. Caminhei na linha tênue entre querer casar e precisar casar, e acabei em outro extremo: comecei a ver o casamento como ruim.

Ser solteiro é bom. Sofremos pressão para casar, mesmo sem saber se é isso que Deus quer. Há mais tempo para servir à igreja e à comunidade. Vivenciamos alguns picos de ansiedade, mas não vivemos em desespero. Confiamos Naquele que tem nos mantido assim. Ser solteiro é bom, porque nunca vi Deus criar algo ruim. Solteirice é um dom que vem do Pai das Luzes, assim como o casamento.

A bíblia não considera um dom maior que o outro. Da mesma forma que um missionário em tempo integral não é mais santo do que o cristão que fica e atua no mercado de trabalho. Ambos são necessários em seus lugares específicos para o avanço do reino. Se a vontade Deus é boa, agradável e perfeita, porque vivenciar uma dessas duas coisas seria exatamente o contrário?

Acredito que o nosso problema desde a queda, é a ncessidade de considerar uma coisa superior a outra, como se Deus não pudesse criar duas coisas igualmente boas. Você pode reparar, estamos sempre comparando, pesando em uma balança o casamento e a solteirice, demonizando um e super exaltando outro.

Acredito quem deseja que os jovens cristãos solteiros casem, tem um desejo legítimo que experimentem o quão maravilhosa é essa aliança. Escolho pensar que falam sobre o assunto porque querem o bem dos envolvidos. Mas o casamento não é solução última para o homem, Jesus é. Antes de Deus nos entregar qualquer dom, ele nos chama para si. Nos relacionar com Ele, viver sua vontade – sendo um pequeno Cristo – e fazer tudo para sua glória é prioridade na vida de todo cristão. Isso pode ser feito sozinho ou acompanhado pelo resto da vida.

Se entendermos isso, em vez de tornar o casamento ou a solteirice um ídolo, vamos celebrar ambos os dons. Quem sabe por que Deus faz o que faz? Quem pode conhecer sua mente? Ainda que não entendamos grande parte de suas decisões, temos o privilégio de confiar Nele. Se tivermos em mente sua soberana bondade, o nosso modo de enxergar ambos os dons mudará, aí poderemos dar-lhes a devida apreciação e respeito que merecem.

  • Ioná Nunes, 26 anos. É jornalista e congrega na Igreja Cristã Evangélica.

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