Por Cássia de Oliveira

É isso mesmo que você leu! O amor não é tudo o que você precisa. Foi chocante para você? Segundo Tim Keller, em seu livro “deuses falsos”, esse choque é devido à idolatria do amor romântico que a cultura contemporânea criou. As comédias românticas e a música pop pregam: “Você não é ninguém até que alguém o ame”. O amor e o casamento se tornaram um ídolo; um novo redentor que substitui o lugar de Deus nos corações.

Passamos a acreditar que se encontrarmos nosso verdadeiro parceiro de alma, todos nossos problemas serão solucionados. A realidade é que “ninguém, nem mesmo a melhor pessoa do mundo, tem como conceder à sua alma tudo o que ela necessita”. Acreditar nessa ilusão só nos levará à decepção. É injusto colocar nossos mais profundos anseios e esperanças numa pessoa mortal. Ninguém suporta um fardo desses.

Keller também diz que a paixão pode muito bem funcionar como uma espécie de droga, usada para fugir das dificuldades da vida. Não é que o autor seja um descrente do romance, na verdade, ele está chamando atenção para a grande catástrofe que é idolatrar o amor e o quanto isso nos impede de desfrutar de um relacionamento verdadeiro e saudável, como Deus planejou.

“Fazer do amor um ídolo pode significar permitir que o ser amado explore e abuse de você ou talvez cause uma terrível cegueira para as patologias do relacionamento. Uma ligação idólatra pode motivá-lo a violar todos os limites justos e adequados. Praticar a idolatria é ser um escravo”.

Nossa geração de solteiros tem buscado afirmação, identidade e redenção em cônjuges, quando apenas em Jesus encontramos tudo isso. “Jesus tomou sobre si nossos pecados e morreu em nosso lugar. Se nos comovermos profundamente com a visão do amor dele por nós, paramos de tentar nos redimir por meio de relacionamentos. Paramos de tentar transformar pessoas em salvadoras, pois temos um Salvador”.

Apenas quando entendermos esta verdade espiritual, seremos capazes de fazer boas escolhas na nossa vida amorosa, construir um relacionamento saudável e amar alguém pelo que a pessoa é, e não porque ela é usada para sustentar nossa autoimagem.

“Só existe um par de braços que lhe dará todo o desejo do seu coração e esperará por você no fim dos tempos: JESUS”.

– Tim Keller

Texto publicado originalmente no Blog Nam.orei.

Cássia de Oliveira é jornalista anunciando boas novas, cristã com senso crítico até dizer chega, devoradora de livros, fã de Jane Austen e defensora dos direitos das mulheres.

  1. Vivo a idolatria da paixão dentro do meu coração. Desde a pré-adolescência superenfatizei o valor de se ter um relacionamento, sempre com a mentalidade cristã, colocando isso como um dos objetivos mais altos da minha vida. Busquei fazer as coisas da maneira correta, moralmente falando, e sempre batia na mesma parede – que era muito óbvia por sinal – de não poder sustentar um relacionamento cristão de maneira tão precoce. Mas tudo bem, dava errado em um momento e semanas depois eu entregava meu coração de bandeja para outra pessoa esperando que as coisas fossem diferentes. Fato é que eu amava mais a sensação da paixão do que propriamente a pessoa com a qual eu me relacionava, o que gerava uma entrega e dependência totalmente desproporcionais da minha parte. Bom, hoje na juventude seria o período onde eu realmente poderia começar a ver os relacionamentos com a visão correta, e graças a Deus estou começando a perceber isso. Precisamos dedicar nossa solteirice ao Senhor, louvar a Deus com o dobro de vontade, ânimo, paixão, e descansar no Senhor supre todas as nossas carências emocionais! Se você for uma pessoa perfeccionista, tendenciosa a querer construir tudo com a força do próprio braço, como eu, busque cada vez mais entregar seu coração ao Senhor, e isso é uma batalha contínua, sempre queremos pegar o rumo do barco e caminhar conforme nossa vontade, mas não se entregue, não tem resposta mais sensata do que buscar a sabedoria como o temor do Senhor e viver pra glória dele.

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