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Foto: Katarzyna Kos

Quero um despertador! A explicação para o meu desejo é simples e não tem nada haver com uma moda retrô, ou com um estilo vintage. A questão toda é com relação a minha insônia e minhas noites mal dormidas, ou pouco dormidas. Além do mais, tem a ver com a excelente oportunidade que perco para um bom diálogo ou uma boa leitura.

O que isso tem haver com um despertador? Tudo!

Minha geração e as gerações mais novas não têm tanto contato com o despertador (digo, aquele despertador antigo, ou até mesmo o rádio despertador). Nosso despertador é o celular, na verdade o celular vem com quase tudo o que precisamos – o que, por sinal, é muito bom (ou não).

Como qualquer pessoa normal desse presente século, meu despertador está no celular, por isso quando vou dormir coloco o meu celular bem ao lado da minha cama – mas bem do ladinho mesmo. Fica bem próximo de mim e durmo confiante que na manhã seguinte ele despertará.

Até aí tudo bem, não há problema algum com o meu aparelho. Na verdade, o problema está comigo, pois sempre que deito para dormir, sou tentado a dar uma última olhada nos milhares de aplicativos. É nesse momento que acabo passando do horário para dormir, acabo adentrando a madrugada e assim perco o sono diante da luz do celular. Percebo ir embora os últimos minutos do dia, que poderiam ser aproveitados em uma conversa com minha esposa ou na leitura de um livro (o que para mim funciona como um sonífero), enfim, não me desligo.

Eu sei, talvez você diga: “Mas o problema é com você, isso é falta de disciplina!”. Tem razão, passa por aí, mas vai dizer que esse aparelho não tem um poder “enfeitiçador”? Vai me dizer que mesmo deitado, se ele der uma vibrada e uma apitada, você não fica tentado a dar uma olhadinha?

Não quero correr o risco, por isso passei a deixar o celular na sala e ir para a minha cama com o único objetivo de dormir, me desligar. O celular pode funcionar 24 horas/dia, mas eu não. Preciso de uma noite bem dormida, sem perder nenhum minuto.

Os judeus entendiam muito bem esse lance da necessidade do descanso. Por essa razão, seguiam bem a risca o shabat, recomendação divina para guardar o sábado. Uma lembrança de Deus de que não somos máquinas, precisamos de descanso, precisamos de uma noite bem dormida, um dia de lazer bem aproveitado, precisamos nos desligar, mesmo que seja por um dia, ou em épocas tão corridas, por uma noite!

• Calebe Ribeiro é um dos pastores de jovens da Igreja Presbiteriana do Recreio, no Rio de Janeiro (RJ). É também missionário da Missão Jovens da Verdade.

Foto: Katarzyna Kos / Unsplash

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