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“Como o Pai me amou, assim eu os amei; permaneçam no meu amor”. (João 15.9)

“Simão, filho de Jonas, tu me amas?” (João 21.16)

Porque tu és a minha rocha e a minha fortaleza; assim, por amor do teu nome, guia-me e encaminha-me. (Salmos 31.3)

 

O maior mistério da vida não é a origem do universo ou a fórmula para a juventude. O maior mistério é o amor. De tão misterioso, muita coisa errada fala-se sobre ele. Mas sua origem, permanência e crescimento continuam sendo algo quase que inexplicável.

Um sentimento? Um causa? Uma decisão? Um Deus? “O amor é forte como a morte”, já diria o poeta bíblico. No entanto, mesmo a realidade da morte seria insuportável sem a ideia de que o amor vivido é maior do que a perda.

Apesar das canções alardeadas pela palavra e dos discursos públicos efusivos, a experiência de amar verdadeiramente é algo que exige de nós mais do que vontade emocional; é preciso uma longa caminhada de decisões, compromissos e perseverança. Mesmo assim, sempre seremos como que Moisés pisando em solo sagrado. Será necessário tirar as sandálias, enquanto a voz fica embargada e o coração pulsa fortemente diante do sublime.

Não somos páreos para o amor. Nosso coração é egoísta demais. E o amor é além-muros; é contra a maré; extrapola as dimensões de nosso pequeno mundo.

Por isso, é preciso iniciar a experiência do amor fora de nós mesmos. É preciso ter uma referência externa, o fio de luz que vem ao nosso encontro, enquanto ainda aprendemos a engatinhar. O amor não começa em nós; começa Nele. Não fosse assim, não seria amor. Seriam apenas sentimentos que criamos. É em Deus – em seu caráter, sua vida, sua morte e sua ressurreição – que o amor ganha força, coerência e estabilidade. É em Jesus Cristo – o Deus que amou até o fim – que a dor, a morte e o pecado tornam-se medíocres. Em Cristo o amor ganha, como nunca, seu lugar na experiência humana e revela ao mesmo tempo a miséria do nosso coração.

Nem sempre o amor nos trará, no primeiro momento, sensações leves, de bem-estar. Por vezes, por causa da dureza do nosso coração, ele nos atingirá como que um soco no estômago para só então mostrar que não há outro caminho maior e mais belo. Mesmo que ainda misterioso.

Considere a Páscoa como uma experiência e uma oportunidade de amor verdadeiro – de Deus por nós e de nós por ele. Se não for assim, será apenas um feriado.

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