Não fuja!
“No Senhor me refugio. Como então vocês podem dizer-me: ‘Fuja como um pássaro para os montes?’”. (Sl 11.1 – NVI)
Foge quem não tem onde se refugiar, quem se sente completamente desprotegido. O salmista não considera a fuga como opção para ele porque crê que Deus o acolhe no dia do perigo, no momento em que o medo se apodera de seu coração.
Quando visitei Tirana (capital da Albânia) em 2022, fiquei impressionado com a quantidade de bunkers (casamatas) espalhados pela cidade. Li depois que são 700 mil em todo o país, que foram construídos ao longo de 40 anos por Enver Hoxha, o líder da nação, como política de um programa nacional de defesa. Eu visitei um desses abrigos subterrâneos no centro de Tirana, que se tornou um museu cheio de salas e exposições sobre a história sangrenta da Albânia. O próprio Hoxha construiu um bunk luxuoso para ele.
Mas não há bunk ou caverna que possa garantir a vida eterna. Não há torre que seja segura o suficiente para nos garantir o futuro. A vida é frágil demais para nossos esforços humanos.
Deus é a realidade que nos conduz até os “pastos verdejantes” (Sl 23). Primeiro, ele nos acolhe por sua graça; depois, nos cura e nos revela nossa verdadeira identidade em Cristo. Em seguida, o Senhor nos concede um misto de dependência e de coragem para continuarmos prosseguindo em meio aos perigos da vida. Dependência Dele, como filhos amados que somos; coragem que nasce na convicção de que Ele é rocha eterna e tem planos que, de fato, estão transformando o mundo. Deus nos eleva como águias para que possamos enxergar melhor a realidade e faz com que a estrela da manhã brilhe em nossos corações (2 Pe 1.19). Ele traz clareza e discernimento.
O Senhor é nosso farol que ilumina as “noites escuras da alma”. Ele é a sombra que alivia os efeitos dos raios do sol em nossa caminhada. Ele é o “caminho, a verdade e a vida” (Jo 14.6).
Diante disso tudo, eu pergunto: por que fugiríamos?
Foto: Pixbay