O novo sempre vem?
Eu sei que é fácil evocar o novo nesses dias. Afinal, o novo tem cheiro de recomeço. E num ano cansativo como 2023, o que mais desejamos é poder recomeçar. Por outro lado, sejamos realistas: nada muda quando não mudamos. Precisamos olhar para dentro de nós e identificar os mecanismos biológicos, psicológicos e espirituais que nos fazem continuar do mesmo jeito em aspectos que precisamos mudar.
Discernir o que somos e o que gostaríamos de ser é uma das artes mais importantes na busca pela renovação da vida. Mas tá muito difícil fazer isso, já que somos facilmente seduzidos pelas projeções ilusórias sobre nossa identidade.
Gasto mais tempo tentando ser outra pessoa do que aprendendo a me amar como Deus me fez. Perco mais horas da minha existência “selecionando” quem é agradável a mim do que crescendo junto com outras pessoas na jornada da maturidade. Transformo minha espiritualidade em algo utilitarista apenas para poder parecer sábio, enquanto vivo uma vida medíocre, superficial e refém de jargões existencialistas bem inúteis.
Nem dinheiro, nem sorte, nem champanhe, nem calendário… nada disso tem o poder de nos mudar. Precisamos mesmo é da força do Espírito Santo que, como um sopro santo, reafirma dentro de nós o DNA de filhos de Deus e de pessoas inteiras, cheias de potenciais. O Espírito sopra o vento indomável da ressurreição em nossas narinas e nos mostra que o “novo sempre vem”. Não porque está em minhas mãos, mas porque está nas mãos Dele.
O tempo é um servo daquele que é Senhor – o único Senhor.
O novo é o sorriso do Senhor do tempo, que diz: “eis que faço novas todas as coisas”.
Feliz 2024!
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