Esperar
Com o que sonha um ansioso? O que espera um triste? O que virá a um sem esperança? Para onde vai um confuso?
A todos eles, o tempo é uma mistura de dádiva e terror. Uma fonte de medo ou um abrigo com lareira em dias frios.
Esperar é mover músculos, emoções e cérebro em direção a uma fé que não pode provar, mas que existe, sim. Esperar é decidir estar, enquanto a realidade ainda não se completa. É ter humildade para acolher e aceitar o mistério.
Não há espaço para esperas nos dias de hoje. Pouco menos para paciência. Mas o mundo, que nunca para de girar, depende dos que sabem esperar. Eles trazem equilíbrio às almas cansadas de correr e trazem um ritmo que respeita todos os outros ritmos.
Como aprender a esperar? Há muitos caminhos, mas um é sobremodo excelente: o Natal. Siga o ritmo do Natal (que começou ontem com o Advento). Permita-se desacelerar em torno das coisas fúteis e aprecie (como um bom café) os começos da vida. Do anúncio de uma gravidez, às dúvidas do esposo; da fuga para outra cidade à decisão de permanecer em uma estrebaria; da fé simples à revelação da profecia; do nascimento do bebê à sobrevivência em um país estrangeiro. Do movimento das estrelas ao (após quilômetros de peregrinação) encontro único e especial com o Deus-menino.
O Natal tem um ritmo próprio, que surpreende e nos desafia a adentrar no mundo de Deus. Um Deus que caminha conosco e nos convida a participar de uma jornada eterna.
“Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai no ermo vereda a nosso Deus. Todo o vale será exaltado, e todo o monte e todo o outeiro será abatido; e o que é torcido se endireitará, e o que é áspero se aplainará. E a glória do Senhor se manifestará, e toda a carne juntamente a verá, pois a boca do Senhor o disse.” (Isaías 40:3-5 – ACF)