Pela dignidade dos rascunhos
Aqueles textos incompletos que escrevi me incomodam. O caderno está na mochila para que deles eu não me esqueça. A vida corre, mas meus rascunhos continuam lá, meio que aleijados, a espera de uma conclusão, de um desfecho. Tem sido mais difícil dar a eles um fim digno.
A vida é sempre mais rápida do que minha percepção a respeito dela. Tantas coisas aconteceram! Mas o último texto que publiquei já vai para mais de um mês. Enquanto isso, tantos outros escritos dançam em minha mente, e, eventualmente, começam a ser trasladados para a folha de papel. Viagens, situações, pensamentos sobre Deus e sobre os fatos da vida, lições do Miguel, anseios, etc. Para mim tudo é “campo aberto” para a literatura.
Não sou escritor, mas minha veia de jornalista pulsa. Não tenho a capacidade imaginativa de escritores como C. S. Lewis, mas gosto de escrever o que vivo e experimento. Gosto muito de crônicas. Daí o nome deste blog: “Fatos e Correlatos”.
É curioso que muita gente chega aqui por meio de uma despretensiosa crônica que escrevi em 2006: Uma Pequena Crônica. Ela já teve mais de 400 comentários e um absurdo número de visitas.
Prometo: não é desta vez que os textos ficarão presos no “armário” de meu caderno. Vou resgatá-los da obscuridade. Mas já aviso: eles não devem ter grandes expectativas. Não ficarão famosos e talvez continuem em outra obscuridade que seja. Mas se a dignidade de um texto está em ser lido, prometo ajudá-los nisso. Nem que o leitor seja eu mesmo.
Em breve.
Tábata Mori
É Lissânder, eu entendo muito bem. Não conseguimos nem eleger o qual deveria nascer primeiro… tão importantes são (para nós, claro).
Nós somos capazes de rascunhar muito mais do que terminar os rascunhos. Eu, pessoalmente, acho que os rascunhos têm o seu próprio lugar, eu só ainda não fui corajosa o suficiente para blogar rascunhos. Mas acho que vou fazê-lo!
Lissânder Dias
Concordo plenamente, Tatá!