Do sol que surge, pouco tenho
Ele ilumina a vida, nasce e se põe.

Da terra que piso, pouco tenho
Ela sustenta a vida, faz brotar sementes.

Da chuva que cai, pouco tenho
Ela lava a vida, reacende o verde.

Pouco tenho da natureza
Pouco de mim é concreto.

Mas se pouco tenho,
Ele é fartura:

Da justiça ensolarada,
Dos pés empoeirados,
Das lágrimas de amor.

Na inevitável presença da morte,
Superabundou a graça.

E eu, que sou grão de areia,
Já enxergo o mar sem fim.

 

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