Por Escrito
- 08 de outubro de 2018
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O que eu aprendi com o pr. Elben César, fundador da Ultimato
Por Ariane Gomes
Ainda me lembro bem do primeiro encontro com o pastor Elben César1 em novembro de 2008 quando, em viagem com meu pai e com o pastor da igreja em que sou membro em São Bernardo do Campo, SP, vim a Viçosa para conhecer o Centro Evangélico de Missões (CEM) onde, meses mais tarde, iniciaria o curso de missão integral.
Ele nos recebeu junto com a turma da Editora no costumeiro café das 9h45. Na ocasião, alguém fazia aniversário e uma mesa bonita e farta com pão, bolo, pão de queijo, suco e café era servida. Prazenteiro e sorrindo, nos abraçou e disse que nos esperava. Serviu-nos e tomou café conosco, fez perguntas e falou de Ultimato. Depois, levou-nos ao jardim de oração e ao prédio do escritório para conhecer cada funcionário. Enquanto caminhávamos, ele carregava uma Bíblia e vários papéis – hoje, imagino que deviam ser manuscritos para alguém digitar ou as provas de uma das edições de Ultimato.
Quem imaginaria que, dois anos depois, eu ingressaria como colaboradora na Editora e trabalharia como auxiliar daquele senhorzinho de cabelos brancos que amava Jesus. Pois foi isso mesmo que aconteceu. Em janeiro de 2011, fui convidada a morar e trabalhar em Viçosa por algum tempo e, com o apoio de minha família e igreja fiquei.
Dois desafios marcaram a minha experiência durante os anos de serviço ao pastor Elben. O primeiro foi aprender a desvendar os seus manuscritos. Sim, ele usava grafite, borracha e escrevia a mão todos os artigos de Ultimato, livros, cartas, e-mails etc, e nós, do escritório, passávamos tudo para o computador. E a letra era bem difícil de entender. Aos poucos aprendi, mas nunca deixei de cometer erros, às vezes graves e ele, cheio de humor, escrevia um bilhetinho ou ligava para fazer brincadeira com o que chamava de alguns “errinhos”.
Outro desafio foi acompanhar o seu ritmo de trabalho. Ele era incansável na produção de conteúdo escrito, no compartilhar de ideias, no pedido de pesquisa de informações, na organização de material do escritório, nas ligações para amigos e parceiros de Ultimato. O meu expediente começava às 7h e tão logo chegava ao escritório recebia dele uma pasta abarrotada de papéis para processar. Lá pelas 11h da manhã vinha outra pasta e, às vezes, à tardinha também. Em tempos de viagem dele o trabalho dobrava haja vista tantas providências, na maioria das vezes, gestos de generosidade e amizade relacionados a pessoas com as quais iria se encontrar.
Os seis anos de trabalho com o pastor Elben permitiram-me muitos outros desafios e aprendizados. Não vou gastar tempo falando deles aqui, mas não posso deixar de registrar como fui marcada pelo trabalho cercado por alegria e amor a Jesus Cristo. Isso transbordava na atitude, na oração, nas meditações compartilhadas com a equipe Ultimato, no texto, no acolhimento, na escuta atenta a cada um que ele encontrava diariamente ou recebia como visita no escritório.
Outra marca que ainda me impressiona é a dedicação à revista Ultimato – todos os textos eram acompanhados por oração, leitura atenta da Bíblia e de muitas referências bibliográficas, reflexão, pedidos de opinião a amigos, escrita e reescrita. Nenhum artigo era preparado à revelia, sem a inequívoca direção de Deus que ele, com convicção e alegria nos fazia saber existir.
Recentemente, pesquisando o conteúdo publicado por Ultimato a respeito de missões, fiquei admirada ao deparar com a existência de um fio condutor, e divino, dando forma e sentido à história da revista. Na pesquisa, encontrei o que notava na vida do pastor Elben: textos que exaltam a pessoa e obra de Jesus – da capa ao miolo – e que insistem em lembrar o pecado, o perdão e a graça, o valor da oração e da leitura proveitosa da Bíblia e a delicadeza com o outro – que pode ser o da beira do caminho, o vizinho, o irmão. Textos da vida diária, de pés no chão, da espiritualidade almejada, do serviço realizado, da missão à vista, do sonho que ainda não aconteceu – na vida pessoal, na igreja, na caminhada do povo de Deus.
Esse encontro aconteceu quando o pastor Elben já tinha nos deixado. Uma pena. Se ainda estivesse conosco, faria questão de dizer “muito obrigada” pela coragem, entusiasmo, persistência e por ter-nos deixado legado tão rico sobre o qual repousa a notável a bênção de Deus.
• Ariane Gomes é colaboradora da Editora Ultimato desde 2011. Atua como coordenadora de produção da Ultimato e gestora de conteúdos do Portal Ultimato.
Nota
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Ainda me lembro bem do primeiro encontro com o pastor Elben César1 em novembro de 2008 quando, em viagem com meu pai e com o pastor da igreja em que sou membro em São Bernardo do Campo, SP, vim a Viçosa para conhecer o Centro Evangélico de Missões (CEM) onde, meses mais tarde, iniciaria o curso de missão integral.
Ele nos recebeu junto com a turma da Editora no costumeiro café das 9h45. Na ocasião, alguém fazia aniversário e uma mesa bonita e farta com pão, bolo, pão de queijo, suco e café era servida. Prazenteiro e sorrindo, nos abraçou e disse que nos esperava. Serviu-nos e tomou café conosco, fez perguntas e falou de Ultimato. Depois, levou-nos ao jardim de oração e ao prédio do escritório para conhecer cada funcionário. Enquanto caminhávamos, ele carregava uma Bíblia e vários papéis – hoje, imagino que deviam ser manuscritos para alguém digitar ou as provas de uma das edições de Ultimato.
Quem imaginaria que, dois anos depois, eu ingressaria como colaboradora na Editora e trabalharia como auxiliar daquele senhorzinho de cabelos brancos que amava Jesus. Pois foi isso mesmo que aconteceu. Em janeiro de 2011, fui convidada a morar e trabalhar em Viçosa por algum tempo e, com o apoio de minha família e igreja fiquei.
Dois desafios marcaram a minha experiência durante os anos de serviço ao pastor Elben. O primeiro foi aprender a desvendar os seus manuscritos. Sim, ele usava grafite, borracha e escrevia a mão todos os artigos de Ultimato, livros, cartas, e-mails etc, e nós, do escritório, passávamos tudo para o computador. E a letra era bem difícil de entender. Aos poucos aprendi, mas nunca deixei de cometer erros, às vezes graves e ele, cheio de humor, escrevia um bilhetinho ou ligava para fazer brincadeira com o que chamava de alguns “errinhos”.
Outro desafio foi acompanhar o seu ritmo de trabalho. Ele era incansável na produção de conteúdo escrito, no compartilhar de ideias, no pedido de pesquisa de informações, na organização de material do escritório, nas ligações para amigos e parceiros de Ultimato. O meu expediente começava às 7h e tão logo chegava ao escritório recebia dele uma pasta abarrotada de papéis para processar. Lá pelas 11h da manhã vinha outra pasta e, às vezes, à tardinha também. Em tempos de viagem dele o trabalho dobrava haja vista tantas providências, na maioria das vezes, gestos de generosidade e amizade relacionados a pessoas com as quais iria se encontrar.
Os seis anos de trabalho com o pastor Elben permitiram-me muitos outros desafios e aprendizados. Não vou gastar tempo falando deles aqui, mas não posso deixar de registrar como fui marcada pelo trabalho cercado por alegria e amor a Jesus Cristo. Isso transbordava na atitude, na oração, nas meditações compartilhadas com a equipe Ultimato, no texto, no acolhimento, na escuta atenta a cada um que ele encontrava diariamente ou recebia como visita no escritório.
Outra marca que ainda me impressiona é a dedicação à revista Ultimato – todos os textos eram acompanhados por oração, leitura atenta da Bíblia e de muitas referências bibliográficas, reflexão, pedidos de opinião a amigos, escrita e reescrita. Nenhum artigo era preparado à revelia, sem a inequívoca direção de Deus que ele, com convicção e alegria nos fazia saber existir.
Recentemente, pesquisando o conteúdo publicado por Ultimato a respeito de missões, fiquei admirada ao deparar com a existência de um fio condutor, e divino, dando forma e sentido à história da revista. Na pesquisa, encontrei o que notava na vida do pastor Elben: textos que exaltam a pessoa e obra de Jesus – da capa ao miolo – e que insistem em lembrar o pecado, o perdão e a graça, o valor da oração e da leitura proveitosa da Bíblia e a delicadeza com o outro – que pode ser o da beira do caminho, o vizinho, o irmão. Textos da vida diária, de pés no chão, da espiritualidade almejada, do serviço realizado, da missão à vista, do sonho que ainda não aconteceu – na vida pessoal, na igreja, na caminhada do povo de Deus.
Esse encontro aconteceu quando o pastor Elben já tinha nos deixado. Uma pena. Se ainda estivesse conosco, faria questão de dizer “muito obrigada” pela coragem, entusiasmo, persistência e por ter-nos deixado legado tão rico sobre o qual repousa a notável a bênção de Deus.
• Ariane Gomes é colaboradora da Editora Ultimato desde 2011. Atua como coordenadora de produção da Ultimato e gestora de conteúdos do Portal Ultimato.
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