Olhos atentos. Rostos fixos. Muitos, centenas. Com rugas, sem rugas. Brancos, negros, pardos. O púlpito ecoa por meio do microfone. A voz é clara: há uma missão e um jeito de cumpri-la. Há uma voz, um chamado, um toque do Espírito no coração. Nascem convicções, surgem paixões dignas e nobres.

Experimente ir até um destes rostos. Puxe conversa. Peça para que ele conte sua história. Veja que Deus um dia o tocou, deu sentido à sua existência, colocou alegria em seu coração.

Daí nasce o senso de missão, de mandamento. Todo mandamento que vem de Deus é, na verdade, dar uma direção, traçar um caminho, mostrar uma luz.

Daí nasce o senso de missão: de Deus, do Criador, do Bom Pastor, do Salvador, do Mestre, do Ressurreto.

Eis o milagre: Deus pega pela mão e coloca nossos pés no seu próprio caminho. Deus nos mostra a vida inteira. O horizonte lá na frente. Lá. Vá em frente. Não pare. Não desanime. Não fraqueje. É muito melhor o que vem do que o que ficou.

Em meio a estatísticas e informações sobre tantos povos do mundo, guardo em meu coração algo mais profundo. Guardo os rostos. Sim, são os rostos dos que ouvem, mas também dos que estão apenas nas projeções do telão. É gente que Deus encontra. A missão não é um fim em si mesma. Ela é uma expressão concreta do ato de Deus em direção à gente. Missão é a decisão de ir até o outro e sua circunstância. Não é uma questão de alma. É questão de gente. Gente inteira assim como é inteiro o amor de Deus.

 

Nota: texto inspirado no 7 Congresso Brasileiro de Missões (09/10/2014), em Águas de Lindoia (SP).

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