Por Matheus LouresUlt_jovem_06_04_15_beleza_gratidão

Imagina que alguém te deu um presente, alguém que poderia estar fazendo um zilhão de outras coisas decidiu criar uma moldura no tempo para expressar o quanto gosta de você. Daquele que recebeu, espera-se uma resposta, o desabrochar da gratidão.

Agora pense em como é absurdo se a pessoa dirigisse a resposta ao próprio presente: “muito obrigado, ó divina caixa de chocolates, pois foi do seu agrado apresentar-se a mim para que eu saboreie de seus misteriosos e transcendentais sabores”. Pois é… isso é o que fazemos quando desfrutamos do belo, na natureza ou nas artes, e não reconhecemos que se trata de um presente do próprio Criador, para “nooossa alegria” (literalmente).

Portanto, não vamos nos perder na tendência do “sou grato à natureza, sou grato à arte, elas alimentam minha alma com seu poder libertador”. A experiência da beleza é somente uma janela para se avistar Aquele que esta além da criação, de Quem flui tudo que é belo e libertador. Entretanto, isso a concede uma nobre importância, uma valorização de tudo que é bonito, uma devida reverência nos momentos de beleza, pois Deus está comunicando algo e nos dando algo de si, pelo qual nossa alma está sedenta.

Vamos pisar no freio, desacelerar nossas vidas, ressignificar nossos conceitos de lazer e bem viver, para que nossa percepção seja aguçada e nossa alma tocada por tudo o que é belo. Para que desfrutemos da intensidade do pôr do sol, do ritmo das ondas do mar, da espontaneidade do vento que balança os coqueiros, do refrigério da cachoeira; da intensidade dos brincantes e foliões, do ritmo dos tambores, da espontaneidade de um palhaço, do refrigério de uma boa música.

Vamos fechar os olhos. Abraçar a tudo isso, vivenciar com intensidade. E ao abrir os olhos ver apenas o Pai das luzes. Provavelmente nos prostraríamos, mas, quem sabe conseguiríamos correr e nos atirar em seus braços. Novamente não enxergando, mas, agora por causa das lágrimas, guardando o ultimo fôlego para dizer: “Obrigado, muito obrigado… foi tudo lindo!”. Enfim, as coisas são muito mais pessoais do que se pensa.

  • Matheus Loures é missionário da Caverna de Adulão e pastor da Comunidade Seiva em Alto Paraíso de Goiás. Apaixonado por circo, teatro, audiovisual, música e todo tipo de arte bem feita… Leia mais textos no blog pessoal de Matheus.

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