Na cidade, Deus está
“Nas suas cidadelas Deus se revela como sua proteção” (Sl 48.3).
Deus é visto na canção do salmo 48 como um protetor da cidade. Não de qualquer cidade, mas da cidade do “Grande Rei”, Jerusalém.
Para os judeus, Jerusalém é a cidade santa. Para nós, cristãos, é santa toda a cidade em que pisamos os pés, em que trabalhamos, em que criamos nossos filhos e amamos as pessoas.
Sei que é difícil crer nisso, principalmente, quando nos sentimos deslocados ou exilados. O caos dos grandes centros urbanos, por exemplo, sugam nossa energia, alegria e esperança; o senso de insegurança drena nossa paz. Mas o poesia do salmista nos convoca novamente ao caminho da fé, da crença num Deus que também é, por assim dizer, urbano. Ele não caminha apenas pelos vales e montanhas, mas também pelo trânsito caótico, pelos morros urbanos, pelas pontes povoadas e pelas casas insalubres.
O salmo 48 nos ensina que:
- Na nossa cidade, Deus também está. Nela podemos construir um templo e louvá-Lo de todo o nosso coração;
- Nesse templo meditamos sobre o “amor leal” do Senhor (9);
- Deus percorre os contornos da cidade (12) para que a próxima geração também saiba que Ele é o nosso Deus para todo o sempre; e será o nosso guia até o fim (14).
Deus ama a cidade em que estamos porque Ele nos ama. Isso significa que podemos viver intensamente o contexto e crer que o Senhor trará redenção em favor de uma convivência justa e pacífica para todos.
Quando criou o ser humano, o Senhor antes construiu um jardim para ele viver. Ou seja, Deus se preocupa com o contexto em que estamos. Ele se preocupa com a cidade em que vivemos. Precisamos confiar em Seu trabalho de transformação – não somente de corações, mas também de lugares.
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