Castelo de cartas
O castelo está fechado. Ouve-se sons de risos, mas também gritos. O deus-desejo toma forma. Amores roubados. Sem escrúpulos, sem caráter, sem inocência.
As palavras não são suficientes. São frágeis diante da podridão humana. Mas uma onda varre a areia e destrói o castelo de cartas. Tão imponente, tão fraco! Vira chão em que se pisa.
Ninguém mais precisa voltar lá. Há muito mais aqui fora. Sol, sorrisos, amor, devoção, compaixão, justiça…
Mas por que ainda nos parece tão atraente lá dentro? É um absurdo querer algemas quando se pode caminhar livremente! É loucura desejar ser alguém pior do que somos.