Do que mais precisamos?
Bem aventurados os que não somente compreendem mas também enxergam todo o horizonte do reino de Deus (Mateus 5). Ele nos desafia a sair da mediocridade do mundo, das relações superficiais e interesseiras. O Deus da vida nos chama para valorizarmos a existência, não como uma posse egoísta, mas como um presente precioso para nós e para os outros.
Como é feliz aquele que não se assenta (não é seduzido) à mesa dos insensíveis à beleza do reino. Estes, apesar de aparentemente felizes, não passam de palha que o vento espalha (Salmos 1). São miseravelmente infelizes.
A experiência com Deus nos faz ir mais fundo na arte de viver. Nos arranca da ilusão e nos traz para a realidade. E nada mais real do que o arrependimento (Marcos 1.15). Só quem ainda não descobriu sua própria identidade menospreza a experiência do arrependimento, do confronto com sua própria miséria. O resultado deste confronto não é desespero, mas liberdade. O perdão de Deus traz a liberdade, porque nos livra dos autoenganos tão próprios da nossa humanidade.
Deus – a referência absoluta exterior – nos dá a condição para olharmos além de nós mesmos. Se em Cristo – Deus feito homem – enxergamos o ideal de existência a despeito de nossos erros, nele também aprendemos a confiar, a amar, a corrigir nossa caminhada, a crer em um futuro magnífico. Ele nos salva de nós mesmos e de uma eternidade divorciada de Deus.
Encontrar Deus é mais do que fazer uma escolha religiosa. É reconciliar-se com quem nos criou e nos ama “até o fim” (João 13.1). Me diga, do que mais precisamos desesperadamente?
“Senhor, para onde iremos se só tens as palavras de vida eterna?” (João 6.68)
Ézer Dias
Quanta sensibilidade!
Este texto poderia perfeitamente nos acompanhar no café de cada dia.