Ode à amizade
O singelo poema que escrevi no post anterior poderia muito bem ter outro título: “Ode à amizade”. Seu conteúdo reconhece que caminhar com amigos é muito melhor.
Tenho pensado nestes dias sobre o valor da amizade. Os melodramáticos a retiraram do contexto da missão (do meio do caminho), e com isso ela se tornou pobre e motivo apenas para reflexões vazias. Muito do que fazemos de significativo em nossas vidas só é possível porque temos amigos. Muito (ou quase tudo) perderia o sentido se não houvesse a amizade. A amizade é um assunto altamente espiritual!
Jesus reconhece seus discípulos como amigos (Jo 15.15). O que isso significa? O grande trabalho de Jesus foi assumir o sacrifício necessário para que o ser humano se reconciliasse com ele. Reconciliar é restaurar o relacionamento, é voltar a ser amigo.
Com a morte e a ressurreição de Cristo em favor de nós, tudo mudou. A amizade se tornou o maior presente e a maior obra da Trindade. Se algo faz sentido nesta vida dura, é que somos transformados em amigos. Nossa identidade diante de Deus é formada na perspectiva da amizade. A própria obediência resulta no reconhecimento da amizade (Jo 15.14).
Ser amigo é sentar junto, rir junto, chorar junto, comer junto, trabalhar junto, sonhar junto, caminhar junto. Mas é também viver um estilo de vida que não dificulta a reconciliação. Neste círculo de cumplicidade é que o amor se fortalece (Jo 15.12).
“Faça amigos” é quase sinônimo de “ame um ao outro” (Jo 15.17). Seguindo esta ordem, nosso caminho será muito mais rico e interessante.