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- 02 de maio de 2019
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Trilogia Cósmica: ficção científica pra ninguém botar defeito
Por Maurício Avoletta Jr. | Resenha
Um livro receber elogios, sinceramente, não quer dizer muita coisa. Agora, uma trilogia receber elogios de J.R.R. Tolkien, Madeleine L’engle, T.S. Eliot e George Orwell, aí sim, quer dizer muita coisa. E, em se falando da Trilogia Cósmica de C.S. Lewis, quer dizer muita coisa mesmo! Como o pastor Jonas Madureira costuma dizer aos quatro ventos: “você não pode passar dessa vida para a outra sem ler” esses livrinhos, que, por sinal, acabaram de ser relançados pela Editora Thomas Nelson, sob a tradução do professor Carlos Caldas.
Um livro receber elogios, sinceramente, não quer dizer muita coisa. Agora, uma trilogia receber elogios de J.R.R. Tolkien, Madeleine L’engle, T.S. Eliot e George Orwell, aí sim, quer dizer muita coisa. E, em se falando da Trilogia Cósmica de C.S. Lewis, quer dizer muita coisa mesmo! Como o pastor Jonas Madureira costuma dizer aos quatro ventos: “você não pode passar dessa vida para a outra sem ler” esses livrinhos, que, por sinal, acabaram de ser relançados pela Editora Thomas Nelson, sob a tradução do professor Carlos Caldas.
Muitos críticos afirmam – e eu concordo com eles –, que a Trilogia Cósmica, ao lado de O Regresso do Peregrino e Até que Tenhamos Rostos, que foram lançados pela Editora Ultimato, figuram como as melhores obras de ficção de Lewis. E qualquer um que ler esses livros concordará facilmente com essa afirmação. Lewis alcançou seu auge literário nessas obras.
A Trilogia Cósmica, composta por Além do Planeta Silencioso, Perelandra e Aquela Fortaleza Medonha, levantam temas de extrema importância para o debate teológico e filosófico e, o que é mais surpreendente, por se tratar de uma obra de literatura contemporânea, também entretém (!). Parece absurdo dizer que uma obra de literatura é boa, dentre outros motivos, porque ela é divertida. De fato, hoje em dia a literatura se tornou algo utilitário e, por vezes, panfletário. Lewis sempre foi um crítico desse tipo de literatura, ou, literatortura. Para ele – assim como para todas as pessoas sensatas – a literatura tinha o papel principal de entreter e levar o leitor para um mundo de possibilidades. A literatura não deve ser um tratado filosófico, caso o seja, não será mais literatura, mas um tratado filosófico!
Lewis sabia disso e ele sabia também que um bom escritor não escreve o que as pessoas querem ler, mas o que ele mesmo gostaria de ler. Quem escreve para agradar uma pessoa, acaba desagradando duas. Em sua Trilogia Cósmica, Lewis utiliza-se de toda a influência que recebeu da literatura de ficção cientifica de sua época, como H.G. Wells, por exemplo. No entanto, Lewis era sábio o suficiente para reter o que é bom. A literatura de ficção cientifica da época era extremamente escapista e ideológica. Todas sempre embebidas de muito cientificismo e materialismo que, como Lewis bem identificou, opunha-se à verdade cristã. Tendo isso em mente, após uma aposta com seu amigo J.R.R. Tolkien – em que Lewis deveria escrever uma história de viagem espacial e Tolkien de viagem no tempo –, começou a esboçar o que conhecemos hoje como a Trilogia Cósmica.
Lewis, do começo ao fim da trilogia, deixa claro o seu desgosto pessoal com o cientificismo, que busca na ciência um Deus infalível e soberano. Essa crítica é especialmente clara no primeiro livro da trilogia, Além do Planeta Silencioso, onde o filólogo Ransom é sequestrado por dois cientistas que o levam junto deles para Malacandra, mais conhecido por nós como o planeta Marte. Esses dois cientistas ignoram várias questões morais, não por não as conhecerem, mas porque eles estão lutando pelo progresso.
Do começo ao fim da trilogia, vemos críticas ao cientificismo, ao pensamento eugenista, ao materialismo e ao crescimento tecnológico desenfreado, contudo, há um tema que perpassa todos os três livros: a esperança. Isso mesmo, a esperança. Onde está a sua esperança? Aqueles que não depositam sua esperança em Deus, acabam, por vezes, a depositando em alguma ideologia qualquer, o que, seja ela qual for, é bastante perigoso. O filósofo brasileiro Francisco Razzo chamou esse fenômeno de imaginação totalitária. Ao colocarmos alguma ideologia como esperança da nossa existência, tudo passa a ser justificável. Afinal, é por um bem maior. Como o próprio Razzo diz: "Quem se importa com desesperos isolados quando se está tomado pelo entusiasmo messiânico da luta pela libertação da humanidade?"
Lewis mostra o que muitos outros antes dele também já mostraram. Há apenas uma única esperança para a humanidade. Essa esperança é uma pessoa e essa pessoa um dia irá voltar.
• Maurício Avoletta Junior, 23 anos. Congrega na Igreja Batista Fonte de Sicar (SP). Formado em Teologia pela Mackenzie, estudante de filosofia e literatura (por conta própria); apaixonado por livros, cinema e música; escravo de Cristo, um pessimista em potencial e um futuro “seja o que Deus quiser”.
>> Conheça o lançamento O Regresso do Peregrino, o primeiro livro escrito por C. S. Lewis após sua conversão.
• Maurício Avoletta Junior, 23 anos. Congrega na Igreja Batista Fonte de Sicar (SP). Formado em Teologia pela Mackenzie, estudante de filosofia e literatura (por conta própria); apaixonado por livros, cinema e música; escravo de Cristo, um pessimista em potencial e um futuro “seja o que Deus quiser”.
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