Opinião
- 17 de junho de 2021
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Não se assuste com as divisões da igreja
Por Pedro Dulci
Qualquer olhada rápida na rede social de alguns líderes da igreja pode transmitir a sensação de mal estar com tantas brigas e divisões entre a igreja.
Preguiça é a palavra que descreve o sentimento de muitos diante de tais posturas na rede social.
Outros vão dizer que isso é típico do protestantismo. Desde que nós nascemos, já está implícito em nosso DNA a fratura e a divisão.
Tem se tornado popular a interpretação de alguns teólogos de que a Reforma Protestante é responsável pela divisão doutrinária da igreja moderna.
Inclusive, essa visão tem se tornado uma ferramente nas mãos dos defensores da igreja romana para argumentar que, diferentemente, dos evangélicos, eles são unificados em suas relações e propostas doutrinárias. Fake!
Tanto a interpretação histórica modinha, quanto seu uso pelos romanos é um claro desconhecimento da história. Qualquer estudante de teologia e filosofia sabe que o século 13 e 14 foram marcados por uma aumento inaudito nas visões teológicas diferentes — em razão da mistura que os teólogos cristãos fizeram com a filosofia grega e árabe.
Não foram os Protestantes que multiplicaram as leituras bíblicas e, com isso, dividiram a igreja. Na verdade, é o contrário! Eles reagiram a imensidão de propostas doutrinárias que surgiram nos séculos anteriores de uma igreja fraturada e sincrética sem nenhum respaldo bíblico — com uma teologia muito mais influenciada pelo neoplatonismo e pelas leituras aristotélicas.
E isso deveria ser uma lição para nós hoje, evangélicos. Todas às vezes que sínteses filosófico-teológicas estranhas à Palavra de Deus são feitas, necessariamente elas gerarão divisão e multiplicação doutrinária que não edifica a igreja.
Além disso, aprendemos também que a resposta a esse clima de divisão e briga é um retorno a Palavra de Deus! Um claro esforço intencional ao texto bíblico, em sua inteireza e originalidade como fizeram os primeiros reformadores.
Nunca foi tão necessário um espírito genuinamente protestante que não alimentava a divisão pela divisão, mas que buscava responder essas divisões que já estavam presentes há séculos e precisavam de respostas bíblicas!
Autor de Fé Cristã e Ação Política, Pedro Lucas Dulci, é filósofo e pastor presbiteriano. Casado com Carolinne e pai de Benjamin, desenvolve pesquisa em ética e filosofia política contemporânea e estudos sobre o diálogo entre ciência e religião, com estágio na Vrije Universiteit Amsterdam. É teólogo e coordenador pedagógico no Invisible College.
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