Igreja Batista Barão de Taquara, no Rio de Janeiro, comemora 80 anos

Por Phelipe Reis

Dia 21 de abril de 2019 a Igreja Batista Barão de Taquara, no Rio de Janeiro, completou 80 anos. Mas foi no dia 3 novembro o culto de celebração pelo aniversário, com participação de orquestra e do coro da Primeira Igreja Batista de Campo Grande. De acordo com o pastor Carlos Novaes, na ocasião também foi celebrado o centenário do pastor David Malta, pastor emérito da igreja.

Organizada em 1939, no bairro de Jacarepaguá, na cidade do Rio de Janeiro, a igreja recebe o nome da praça que fica em frente ao templo. Entre vários pastores que passaram por lá, destaca-se o pastorado de David Malta Nascimento – o mais longo e produtivo, 42 anos – período de ampla extensão patrimonial, construção do templo atual e do edifício de educação religiosa, organização de várias igrejas filhas e crescimento expressivo em vários setores.

Em conversa com a redação, o pastor Carlos Novaes conta que está há 21 anos à frente da igreja. Sendo o sucessor do pastor David Malta, Novaes comenta: “Tive a honra de sucedê-lo e dar continuidade a essa primorosa obra de expansão do Reino de Deus por meio da nossa igreja local”. Para ele, participar da história dessa igreja “possui um singular significado [...] é aqui que realizo meu ministério mais longo e profícuo. E reconheço que tudo aquilo que aqui conseguimos realizar foi devido a essa parceria harmoniosa e recompensadora entre o pastor e a igreja.”

No decorrer dos anos, a IBBT se tornou uma referência entre as igrejas da denominação batista, por sua efetiva atuação social. O pastor Carlos Novaes conta mais sobre a história da igreja. Confira abaixo.

Soubemos que o pr. David Malta desafiou a igreja, incluindo as gerações mais novas, a comprometer-se com as dimensões sociais e políticas do contexto brasileiro na perspectiva da construção do reino de Deus. Considerando isso, qual é o legado dele para a IBBT?
Além do pastorado da igreja, David Malta Nascimento foi reitor do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, assumiu diversos cargos denominacionais e ainda atuava como advogado. Era um notável administrador e um orador contundente. E especialmente desenvolveu uma enfática e abrangente visão social. Organizou, na década de 50, um movimento denominado Diretriz Evangélica, de conscientização a respeito das desigualdades sociais e da ação da igreja no mundo para atenuar o sofrimento, a opressão e a exploração, com evidentes decorrências políticas. Obviamente, a igreja que pastoreava também foi orientada a valorizar a ação social da igreja no contexto em que estava. Projetos sociais foram incrementados e, sem dúvida, seu rebanho aprendeu que não podemos apenas falar de céu e eternidade, pois a missão da igreja também abarca a denúncia da opressão, das misérias e das desigualdades causadas pela ambição humana. O movimento Diretriz Evangélica deixou uma herança de mentalidade entre evangélicos nesse sentido.

O que a IBBT celebra aos 80 anos?
Em primeiro lugar, queremos demonstrar gratidão. Sabemos que a graça de Deus nos conduziu e nos trouxe até este momento. Se não fosse a sua misericórdia, nada teria acontecido. Depois, celebramos aqueles que escreveram essa história. Pastores e congregados que já não estão conosco, mas que deixaram suas marcas, seu exemplo de dedicação e amor, os frutos de semeaduras difíceis e desafiadoras. Celebramos, enfim, o fato de chegar aos 80 anos como referência da proclamação do evangelho, de valorização do que é conteúdo essencial e flexibilização das formas, pois é muito importante também caminhar pela história com essa distinção bem delineada na mente.

Quais os desafios para os próximos anos?
Acredito que permanecem, acima de tudo, os desafios da evangelização, de missões e da influência social. Tais desafios se constituem em parte essencial da missão e da identidade da igreja de Cristo. Há diversas oportunidades que ainda se revelam no horizonte. Há os desafios dos novos tempos, com as mudanças tão rápidas e dinâmicas da nossa sociedade. A igreja precisa ser resposta a cada geração. E essa geração do século XXI possui peculiaridades singulares que a igreja precisa entender a fim de criar canais de comunicação com ela. Permanecemos firmados na certeza de que o mesmo Deus que agiu antigamente continua agindo através das nossas vidas agora.

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