Opinião

17 de outubro de 2023
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Folhas secas

Sessenta+

Por Wilfried Körber

Ao abrir minha janela hoje cedo, lá estava o meu ipê. Já outras vezes escrevi sobre ele. Até agora sempre chegamos a acordo. Vou explicar melhor: Meu ipê, que produz flores brancas, produz ao ano pelo menos por duas semanas. Pouco antes das flores surgirem, o ipê perde todas as folhas, que secam e caem. Então chega um período de vários dias, quando a árvore parece seca e morta. Na época certa, entre julho e agosto, em/no lugar de cada ex-folha, brota uma flor branca. Quando o curto período delas passa, renascem com novo verdor as novas folhas que duram quase um ano. É o ciclo dos ipês. Brancos, amarelos, rosas ou roxos, cada pé como Deus os criou.

Muito bem, sabem o que aquele meu pé de ipê me falou hoje quando abri minha janela, e algumas folhas velhas já tinham caído? Você é uma das folhas secas e vai cair logo!? Para preencher o seu lugar, uma linda flor, cujo descendente será parecido com você ocupará seu espaço. Eu, uma folha seca?

É verdade, pois, meu tempo está chegando ao fim. Enquanto estava no meu galho, com todo o meu verdor, produzi beleza e alegria. Alojei alguns passarinhos que me honraram com sua presença, mas fruto nunca produzi. Também, sou apenas uma folha e folhas não dão fruto. Que alívio, saber, que folhas além se sua beleza, produzem sombra. Essa é uma de nossas virtudes. Além de sombra, as folhas muitas vezes protegem da chuva. Quantos seres viventes já se abrigaram debaixo de folhas enquanto a chuva caía. Só isso? Sombra e abrigo é pouca coisa? Sim é, mas nos intervalos, de ano em ano meu pé de ipê produz lindas flores que são minha alegria. Agora já temos sombra, abrigo e alegria! Valeu a pena plantar e cuidar de um pé de ipê. Algum dia eu teria coragem de reclamar com o Criador de que é só isso?

Se tiver ocasião, quero desafiá-lo a criar um ipê igual ou mais bonito. Aceita o desafio?

Nesse meio tempo, plantei cinco sementes de girassol, mas isso será outra história.

Para sua meditação e edificação seguem três versículos dos Salmos:

“Grande é o Senhor e mui digno de ser louvado; a sua grandeza é insondável!” (145.3).

“Então, a nossa boca se encheu de riso, e a nossa língua, de júbilo; entre as nações se dizia: Grandes coisas o Senhor tem feito por eles.” (126.2).

“Porque grande é o Senhor e mui digno de ser louvado, temível mais que todos os deuses.” (96.4).

Wilfried Körber nasceu em Göttingen na Alemanha em 1931 e vive no Brasil desde 1937. Converteu-se aos 16 anos na então Igreja Alemã Batista Zoar, frequentada por sua mãe. Membro fundador da Igreja Batista Filadélfia de São Paulo, envolveu-se com o trabalho de evangelização de crianças e missões, com sua esposa Gisela, de saudosa memória. Há mais de uma década escreve textos para o devocionário Presente Diário. Atualmente vive em Sorocaba, SP. @lampadaparaosmeuspes_.

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A matéria de capa desta edição convida o leitor ao exercício da doxologia: a afirmação vibrante sobre o que Deus é e o que ele faz. Uma afirmação que traduz a nossa opinião sobre Deus forjada pelas Escrituras e pelas experiências com ele. Isso vai contra a correnteza do mundo em que vivemos, tão pouco propício à solitude, à contemplação e à adoração.

É disso que trata a matéria de capa da edição 403 da Revista Ultimato. Para assinar, clique aqui

Saiba mais:
» Cuide das Raizes, Espere Pelos Frutos – Meditações diárias, Elben César

» Geografia do Recolhimento – O lugar da vida devocional, Cayo César

» O ipê amarelo

» Abre meus olhos, Senhor

+Espiritualidade +Testemunho

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