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- 14 de dezembro de 2022
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Enviando e cuidando dos missionários
Pesquisa Força Missionária Brasileira 2022
Por Felipe Fulanetto
Lançada pelo Departamento de Pesquisas e de Cuidado Missionário da Associação de Missões Transculturais Brasileiras (AMTB), a Pesquisa Força Missionária Brasileira, realizada entre os anos de 2017 e 2022, trouxe diversas informações relevantes para o movimento missionário brasileiro, principalmente no que concerne ao cuidado dos obreiros atuando transculturalmente no Brasil e no mundo.
“Devemos ser um movimento que envia, mas que também cuida dos que estão no campo e quando voltam para suas casas”, essas foram as palavras de Felipe Fulanetto ao divulgar a pesquisa na plenária do 9° Congresso Brasileiro de Missões (CBM) realizado entre os dias 7 a 11 de novembro de 2022, em Águas de Lindóia, SP.
Essa declaração descreve com precisão o que ocorre com os aproximadamente 19 mil missionários ao serem enviados para o campo. Eles servem arduamente em lugares distintos da sua cultura, com vitórias e perdas, mas muitas vezes esquecidos por boa parte da igreja enviadora.
De acordo com a pesquisa, 52% dos missionários são mulheres e 48% de homens. Sobre o estado civil, 80% são casados, 18% solteiros, 1% divorciados e 1% de viúvos, sendo que dos solteiros, 82% são mulheres enquanto apenas 18% são homens.
A faixa etária média dos missionários é de 44 anos, com em torno de 1,4 filhos por casal e a ideia média que os missionários brasileiros tem quando são enviados ao campo é de 30 anos de idade.
Uma triste realidade é que 10% dos missionários não realizaram nenhum tipo de preparo antes do envio, isso sem levar em consideração que muitos tiveram treinamento inadequado. Esses números aumentam significativamente quando pensamos em missionários enviados apenas por uma igreja ou sem vínculo nenhum [com igreja ou agência missionária].
De acordo com as respostas dos missionários, as cinco áreas de maior carência e necessidade de treinamento que eles solicitam são: 1) antropologia; 2) aconselhamento; 3) linguística; 4) teologia; 5) plantação de igreja. Por isso, é tão importante um bom preparo antes do envio missionário.
A pesquisa ainda identificou que 32% dos missionários convive com alguma doença crônica, sendo que 54% não tem plano de saúde, 66% não tem seguro de saúde e 68% não tem seguro de vida. Como podemos mudar essa realidade? Missionários também precisam de cuidado da saúde.
Sobre saúde emocional, a pesquisa apontou que 43% dos missionários já tiveram alguma crise emocional. Sobre disfunção (dificuldade) de sono, 27% relataram que apresentam essa realidade. Enquanto 29% dos missionários sentem dificuldades emocionais para interação no período de férias no Brasil; 29% tiveram modificação negativas em suas relações pessoais ao mudar para o campo missionário; 28% tiveram modificação negativas na sua forma de pensar ao mudar para o campo.
Um terço dos missionários não tem seu orçamento mensal completo nem aposentadoria garantida. Ao serem questionados se se sentiram tristes, desanimados ou para baixo nos últimos seis meses, 20% relataram que sim, sendo que isso aumenta até duas vezes mais em casos de missionários independentes. Esses dados apontam para uma tendência de um terço dos missionários próximo à estafa emocional, ou seja, em torno de 6.300 missionários com risco emocional iminente.
De acordo com as respostas dos missionários, os fatores que mais geram estresse são: 1) dificuldade com o idioma local; 2) adaptação à nova cultura; 3) deixar o país de origem para se estabelecer em outro país.
Um dado triste evidenciado na pesquisa é que apenas 40% das organizações priorizam o cuidado missionário no regresso do campo. Ainda há uma falta de conscientização sobre a necessidade de cuidado do missionário em todos os períodos, principalmente no retorno do missionário ao seu país, pois sua reentrada muitas vezes é sentida de maneira dolorosa, sem contar o corte de apoio financeiro e a desorientação natural de grandes mudanças.
Ao perguntarmos sobre a periodicidade que a organização avalia a qualidade de vida de seus missionários 34% das organizações pouco ou não os acompanham. Novamente uma informação preocupante que aponta para uma necessidade de mudança.
Por fim, através da pesquisa foi calculada a média de oferta missionária por mês para cada evangélico no Brasil que é fica em torno de R$ 1,50.
No relatório foi possível identificar que o movimento missionário brasileiro continua atuante mesmo em períodos de crises e pandemia, que é motivo de louvor a Deus. No entanto, também evidenciou vários pontos de atenção que devemos reconduzir as nossas ações e rotas, para termos obreiros mais saudáveis e sustentáveis ao longo prazo na proclamação do Evangelho.
Somos desafiados a tomar parte do nosso papel dentro da Missão de Deus tanto na proclamação como também no cuidado. Que Deus continue a derramar graça, força e direção para que todos os povos, línguas, tribos e nações conheçam o nome do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, a saber, Jesus, o Cristo.
Para conhecer dados da pesquisa e ter acesso ao documento na íntegra acesse o aplicativo AMTB - Android ou IOS.
Saiba mais
>> Missionários Feridos, Antonia Leonora van der Meer
>> Estamos de Mudança, Alícia Bausch Macedo
>> E-book “Missões em um novo tempo”
>> A garota [da foto] na geladeira – os filhos de missionários também são chamados?
>> O cuidado pastoral dos missionários
>> Aconteceu no Congresso Brasileiro de Missões 2022
Por Felipe Fulanetto
Lançada pelo Departamento de Pesquisas e de Cuidado Missionário da Associação de Missões Transculturais Brasileiras (AMTB), a Pesquisa Força Missionária Brasileira, realizada entre os anos de 2017 e 2022, trouxe diversas informações relevantes para o movimento missionário brasileiro, principalmente no que concerne ao cuidado dos obreiros atuando transculturalmente no Brasil e no mundo.
“Devemos ser um movimento que envia, mas que também cuida dos que estão no campo e quando voltam para suas casas”, essas foram as palavras de Felipe Fulanetto ao divulgar a pesquisa na plenária do 9° Congresso Brasileiro de Missões (CBM) realizado entre os dias 7 a 11 de novembro de 2022, em Águas de Lindóia, SP.
Essa declaração descreve com precisão o que ocorre com os aproximadamente 19 mil missionários ao serem enviados para o campo. Eles servem arduamente em lugares distintos da sua cultura, com vitórias e perdas, mas muitas vezes esquecidos por boa parte da igreja enviadora.
De acordo com a pesquisa, 52% dos missionários são mulheres e 48% de homens. Sobre o estado civil, 80% são casados, 18% solteiros, 1% divorciados e 1% de viúvos, sendo que dos solteiros, 82% são mulheres enquanto apenas 18% são homens.
A faixa etária média dos missionários é de 44 anos, com em torno de 1,4 filhos por casal e a ideia média que os missionários brasileiros tem quando são enviados ao campo é de 30 anos de idade.
Uma triste realidade é que 10% dos missionários não realizaram nenhum tipo de preparo antes do envio, isso sem levar em consideração que muitos tiveram treinamento inadequado. Esses números aumentam significativamente quando pensamos em missionários enviados apenas por uma igreja ou sem vínculo nenhum [com igreja ou agência missionária].
De acordo com as respostas dos missionários, as cinco áreas de maior carência e necessidade de treinamento que eles solicitam são: 1) antropologia; 2) aconselhamento; 3) linguística; 4) teologia; 5) plantação de igreja. Por isso, é tão importante um bom preparo antes do envio missionário.
A pesquisa ainda identificou que 32% dos missionários convive com alguma doença crônica, sendo que 54% não tem plano de saúde, 66% não tem seguro de saúde e 68% não tem seguro de vida. Como podemos mudar essa realidade? Missionários também precisam de cuidado da saúde.
Sobre saúde emocional, a pesquisa apontou que 43% dos missionários já tiveram alguma crise emocional. Sobre disfunção (dificuldade) de sono, 27% relataram que apresentam essa realidade. Enquanto 29% dos missionários sentem dificuldades emocionais para interação no período de férias no Brasil; 29% tiveram modificação negativas em suas relações pessoais ao mudar para o campo missionário; 28% tiveram modificação negativas na sua forma de pensar ao mudar para o campo.
Um terço dos missionários não tem seu orçamento mensal completo nem aposentadoria garantida. Ao serem questionados se se sentiram tristes, desanimados ou para baixo nos últimos seis meses, 20% relataram que sim, sendo que isso aumenta até duas vezes mais em casos de missionários independentes. Esses dados apontam para uma tendência de um terço dos missionários próximo à estafa emocional, ou seja, em torno de 6.300 missionários com risco emocional iminente.
De acordo com as respostas dos missionários, os fatores que mais geram estresse são: 1) dificuldade com o idioma local; 2) adaptação à nova cultura; 3) deixar o país de origem para se estabelecer em outro país.
Um dado triste evidenciado na pesquisa é que apenas 40% das organizações priorizam o cuidado missionário no regresso do campo. Ainda há uma falta de conscientização sobre a necessidade de cuidado do missionário em todos os períodos, principalmente no retorno do missionário ao seu país, pois sua reentrada muitas vezes é sentida de maneira dolorosa, sem contar o corte de apoio financeiro e a desorientação natural de grandes mudanças.
Ao perguntarmos sobre a periodicidade que a organização avalia a qualidade de vida de seus missionários 34% das organizações pouco ou não os acompanham. Novamente uma informação preocupante que aponta para uma necessidade de mudança.
Por fim, através da pesquisa foi calculada a média de oferta missionária por mês para cada evangélico no Brasil que é fica em torno de R$ 1,50.
No relatório foi possível identificar que o movimento missionário brasileiro continua atuante mesmo em períodos de crises e pandemia, que é motivo de louvor a Deus. No entanto, também evidenciou vários pontos de atenção que devemos reconduzir as nossas ações e rotas, para termos obreiros mais saudáveis e sustentáveis ao longo prazo na proclamação do Evangelho.
Somos desafiados a tomar parte do nosso papel dentro da Missão de Deus tanto na proclamação como também no cuidado. Que Deus continue a derramar graça, força e direção para que todos os povos, línguas, tribos e nações conheçam o nome do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, a saber, Jesus, o Cristo.
Para conhecer dados da pesquisa e ter acesso ao documento na íntegra acesse o aplicativo AMTB - Android ou IOS.
- Felipe Fulanetto, pastor da Igreja do Nazareno e membro do Departamento de Pesquisa da ATMB.
Saiba mais
>> Missionários Feridos, Antonia Leonora van der Meer
>> Estamos de Mudança, Alícia Bausch Macedo
>> E-book “Missões em um novo tempo”
>> A garota [da foto] na geladeira – os filhos de missionários também são chamados?
>> O cuidado pastoral dos missionários
>> Aconteceu no Congresso Brasileiro de Missões 2022
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