Opinião
- 06 de julho de 2020
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As "Vozes" das mulheres que transtornaram o mundo
ENTREVISTA | RUTE SALVIANO
Ganhadora do prêmio Areté 2015, na categoria "História da Igreja", a professora Rute Salviano é colunista do Ultimatoonline e autora do lançamento Vozes Femininas nos Avivamentos, o sexto volume da série “Vozes Femininas”, pioneira no Brasil, sobre mulheres que “transtornaram o mundo”.
O que a levou a escrever mais um livro sobre mulheres?
Esse é o meu quinto livro sobre as mulheres no cristianismo e, lecionando História do Cristianismo percebi que as mulheres nunca eram citadas. Eu mesma nunca lecionei sobre elas porque o conteúdo programático não as contemplava e os livros textos não as apresentavam. Uma vez, preparando aula sobre a Reforma, especificamente sobre Calvino, li em uma de suas biografias sobre a rainha Margarida de Navarra, irmã do rei da França Francisco I, a quem Calvino dedicou suas Institutas. Fiquei muito surpresa de ver uma mulher sendo importante na preservação da vida de reformadores perseguidos, entre eles o próprio Calvino, como também uma mulher escritora e adepta da doutrina dos reformadores. Resolvi conhecê-la mais e, no mestrado, pesquisei sobre ela. Essa foi a origem do meu primeiro livro "Uma voz feminina na Reforma" - A contribuição de Margarida de Navarra à Reforma Protestante.
Você acredita que a juventude, especialmente as jovens, têm interesse neste tipo de literatura?
Sim, a maioria dos jovens evangélicos gostam de ler e estão interessados na História das Mulheres e na percepção de que a história que não conta os feitos femininos apresenta uma história incompleta. Estou tendo cada vez mais contato com meu público de leitores e estou muito feliz em os conhecer. Em sua maioria, os que têm lido alguma obra minha querem adquirir as outras. Fico tão motivada, empolgada e grata a Deus ao perceber jovens se disponibilizando a estudar essa história das mulheres, comovendo-se com as vidas das personagens, inspirando-se com a vocação e destemor delas de pregarem o evangelho de Cristo.
Você teria alguma história para contar sobre reações de seus leitores homens?
Sim, cada vez mais sou procurada por leitores homens sempre com palavras de apreciação e, até mesmo, homens comentando que choraram ao ler algum trecho específico dos livros ou ouvindo podcasts nos quais contei algumas histórias. Gostaria de citar duas apreciações: a primeira de um evangélico que usou meu livro para seu TCC, sobre a influência feminina na igreja primitiva. E, a segunda, foi uma das últimas apreciações que recebi e veio, para surpresa minha, de um leitor não evangélico de Santa Catarina.
Nossos tempos são de imediatismo e de pouca reflexão sobre os fatos passados. Como cultivar nos jovens o apreço pela história?
Realmente, a geração imediatista não quer ler, não gosta muito, é demorado demais para ela. Porém, se têm interesse no assunto e o que têm disponível é o livro eles leem, com certeza. Muitos, e não somente os jovens, acreditam ser desnecessário estudar o passado. Porém, a História tem uma função pedagógica que força a reflexão: - Isso aconteceu em época parecida com a nossa ... Se, com tantas dificuldades, isso foi realizado, por que não hoje? ... Não devo cometer esse erro pois levou à consequências graves. Com a História aprendemos com o passado e podemos projetar um futuro melhor. Algo que tenho percebido até mesmo entre os jovens é que muitos são atraídos por literaturas profundas, com conteúdo, que os façam refletir e que os inspire. Para mim, essa é uma maneira de cultivar neles o apreço pela História, trazendo novidades dos fatos conhecidos. A Nova História se propõe a isso e a Micro História apresenta os detalhes, os personagens esquecidos, ignorados, não relevantes. Muitos jovens se identificam com essa temática e, se apreciam ou se identificam com o que é narrado, irão buscar mais.
Que contribuição o Vozes Femininas nos Avivamentos quer oferecer aos leitores?
Interessante é que este livro já deveria ter sido publicado. Comecei a escrita dele em 2015. Mas, Deus é o Senhor da História e esse será meu livro da pandemia, época difícil e incerta. Creio que essa história das mulheres nos avivamentos veio no tempo certo. A própria História nos mostra que depois de épocas duras, difíceis, de crises, seguem-se despertamentos, reformas, avivamentos. O “Vozes femininas nos avivamentos” oferece aos leitores o pano de fundo de um tempo (século 18) muito parecido com o de hoje na depreciação dos valores cristãos e dos bons costumes. A sociedade estava enferma, de cabeça para baixo, e os avivamentos trouxeram esperança e fé para aquele tempo. Espero que esse livro ofereça aos leitores história, esperança e fé. Que todos descubram que verdadeiros avivamentos acontecem com a conversão sincera, com arrependimento e transformação de vida e que é disso que nossa sociedade mais necessita atualmente.
NA VARANDA COM A AUTORA
Nascida em Belo Jardim, Pernambuco, Rute Salviano Almeida é casada, mãe de três filhos e mora em Campinas, SP. É bacharel e mestre em Teologia, pós-graduada em História do Cristianismo e falou também com o blog da Ultimato - Na Varanda com o Autor - sobre os desafios da igreja brasileira e a sua experiência de autora.
Alguma pessoa ou livro, em especial, influenciou sua aproximação da leitura e da escrita?
Meu pai, Sebastião Pessoa Salviano, sem dúvida foi a pessoa que me aproximou da leitura. Ele foi um autodidata e amava ler, não gastava consigo mesmo, mas não poupava na compra de livros. Comprou a História Universal, de Césare Cantú (32 volumes), que chegava pelo correio, volume a volume. Sua maior alegria, em se tratando de coisas materiais, era adquirir livros. Cresci vendo-o ler diariamente, principalmente a Bíblia, que leu inteira mais de 60 vezes. Além do exemplo, tenho a genética dele e a mesma paixão pela leitura. Quanto à escrita, Justo González, escritor de Uma história ilustrada do Cristianismo, me inspirou e desejei escrever também uma história assim, mas com destaque à participação feminina.
Quando a inspiração para escrever não vem…
É comum não chegar a inspiração, por isso aproveito muito quando ela vem, escrevendo na hora ideias ou pensamentos que surgem. Mas, quando não vem o ideal é não forçar, é parar e aguardar outro momento. Minha melhor hora é pela manhã com a cabeça descansada. É hora também de rever o que escrevi e percebo que corrijo melhor e tudo flui de forma mais coerente.
O que os adultos devem ler para as crianças?
Em primeiro lugar, a Bíblia, que pode ser adaptada para crianças, desde que nada fuja da história bíblica. E depois livros de estórias infantis, principalmente, com fundo moral, com lições de vida que ajudarão as crianças a adquirirem conhecimentos e a receberem subsídios para a construção de um bom caráter.
Que conselho você gostaria de ter recebido na sua juventude?
Eu creio que recebi bons conselhos, o problema é que quando somos jovens nem os escutamos. Nós queremos ter nossa independência e, por isso, muitas vezes, desprezamos conselhos tão bons que nossos pais ou outras pessoas nos deram e, posteriormente, sofremos as consequências de más escolhas. Talvez, gostaria de ter recebido mais incentivo para não parar meus estudos. Sempre quis estudar muito, mas parei assim que terminei o chamado colegial (2º grau) e foi mais difícil o recomeço, pois só depois de casada tive oportunidade de voltar a estudar.
Como você lida com o envelhecer?
Acredito que lido bem. Sempre entendi que devemos viver bem cada fase de nossas vidas e não pular etapas. Vivi plenamente minha infância, brincando na rua e me divertindo com coleguinhas. Vivi minha juventude na igreja, com irmãos em Cristo e com parentes queridos. Namorei, noivei, casei, tive 3 filhos, constitui minha família, e hoje, na 3ª idade, tenho tempo para me dedicar à escrita e às palestras que tanto aprecio. Meu lema é: “A graça de Deus me basta e seu poder se aperfeiçoa em minha fraqueza”.
O que mais a anima e o que mais a incomoda no meio evangélico?
Sou feliz por conviver em um meio evangélico desde criança. Gosto muito de nossos cultos e outras atividades, apesar de hoje já não poder participar como antigamente. Aprecio boas mensagens e bons louvores, gosto muito de cantar e louvar ao meu Deus. Sou apaixonada pela Escola Bíblica Dominical e lamento que esta está desaparecendo de algumas igrejas evangélicas. Dizendo isso, incomoda-me grandemente o individualismo que não se coaduna com a fraternidade cristã. Sempre gostei de igrejas pequenas, pois nelas o individualismo não tem lugar e não gosto de grupos de faixas etárias diferentes que nem olham os outros irmãos no rosto e nem sequer os cumprimentam. Eles só conversam entre si e não aprendem com o convívio dos mais velhos. Mas, diria que o que mais me incomoda mesmo no meio evangélico é a acomodação à filosofia pós-moderna. Os crentes de hoje repetem jargões do mundo e também apreciam por demais as coisas mundanas. Não vivem movidos pela eternidade, não se consideram cidadãos dos céus, nem se sentem estrangeiros e peregrinos aqui na terra.
Incomoda-me o trazer para a igreja modismos de fora, no entendimento de que isso atrairá mais pessoas. Incomoda-me o poder que alguns líderes de igrejas atribuem a si mesmos, considerando-se donos da igreja e roubando a noiva de Cristo. Incomoda-me o autoritarismo, a centralização, a ausência de democracia nas igrejas evangélicas. Incomoda-me os títulos, principalmente o mais atual de “apóstolos”, aonde isso vai chegar: sacerdotes e reis?
Creio que isso não agrada a Deus!
Leia mais
» Mulheres que conciliaram trabalho e pregação, contemplação e caridade
» Por que ir à escola bíblica dominical?
» Mais “Na Varanda com o Autor”
Ganhadora do prêmio Areté 2015, na categoria "História da Igreja", a professora Rute Salviano é colunista do Ultimatoonline e autora do lançamento Vozes Femininas nos Avivamentos, o sexto volume da série “Vozes Femininas”, pioneira no Brasil, sobre mulheres que “transtornaram o mundo”.
O que a levou a escrever mais um livro sobre mulheres?
Esse é o meu quinto livro sobre as mulheres no cristianismo e, lecionando História do Cristianismo percebi que as mulheres nunca eram citadas. Eu mesma nunca lecionei sobre elas porque o conteúdo programático não as contemplava e os livros textos não as apresentavam. Uma vez, preparando aula sobre a Reforma, especificamente sobre Calvino, li em uma de suas biografias sobre a rainha Margarida de Navarra, irmã do rei da França Francisco I, a quem Calvino dedicou suas Institutas. Fiquei muito surpresa de ver uma mulher sendo importante na preservação da vida de reformadores perseguidos, entre eles o próprio Calvino, como também uma mulher escritora e adepta da doutrina dos reformadores. Resolvi conhecê-la mais e, no mestrado, pesquisei sobre ela. Essa foi a origem do meu primeiro livro "Uma voz feminina na Reforma" - A contribuição de Margarida de Navarra à Reforma Protestante.
Você acredita que a juventude, especialmente as jovens, têm interesse neste tipo de literatura?
Sim, a maioria dos jovens evangélicos gostam de ler e estão interessados na História das Mulheres e na percepção de que a história que não conta os feitos femininos apresenta uma história incompleta. Estou tendo cada vez mais contato com meu público de leitores e estou muito feliz em os conhecer. Em sua maioria, os que têm lido alguma obra minha querem adquirir as outras. Fico tão motivada, empolgada e grata a Deus ao perceber jovens se disponibilizando a estudar essa história das mulheres, comovendo-se com as vidas das personagens, inspirando-se com a vocação e destemor delas de pregarem o evangelho de Cristo.
Você teria alguma história para contar sobre reações de seus leitores homens?
Sim, cada vez mais sou procurada por leitores homens sempre com palavras de apreciação e, até mesmo, homens comentando que choraram ao ler algum trecho específico dos livros ou ouvindo podcasts nos quais contei algumas histórias. Gostaria de citar duas apreciações: a primeira de um evangélico que usou meu livro para seu TCC, sobre a influência feminina na igreja primitiva. E, a segunda, foi uma das últimas apreciações que recebi e veio, para surpresa minha, de um leitor não evangélico de Santa Catarina.
Nossos tempos são de imediatismo e de pouca reflexão sobre os fatos passados. Como cultivar nos jovens o apreço pela história?
Realmente, a geração imediatista não quer ler, não gosta muito, é demorado demais para ela. Porém, se têm interesse no assunto e o que têm disponível é o livro eles leem, com certeza. Muitos, e não somente os jovens, acreditam ser desnecessário estudar o passado. Porém, a História tem uma função pedagógica que força a reflexão: - Isso aconteceu em época parecida com a nossa ... Se, com tantas dificuldades, isso foi realizado, por que não hoje? ... Não devo cometer esse erro pois levou à consequências graves. Com a História aprendemos com o passado e podemos projetar um futuro melhor. Algo que tenho percebido até mesmo entre os jovens é que muitos são atraídos por literaturas profundas, com conteúdo, que os façam refletir e que os inspire. Para mim, essa é uma maneira de cultivar neles o apreço pela História, trazendo novidades dos fatos conhecidos. A Nova História se propõe a isso e a Micro História apresenta os detalhes, os personagens esquecidos, ignorados, não relevantes. Muitos jovens se identificam com essa temática e, se apreciam ou se identificam com o que é narrado, irão buscar mais.
Que contribuição o Vozes Femininas nos Avivamentos quer oferecer aos leitores?
Interessante é que este livro já deveria ter sido publicado. Comecei a escrita dele em 2015. Mas, Deus é o Senhor da História e esse será meu livro da pandemia, época difícil e incerta. Creio que essa história das mulheres nos avivamentos veio no tempo certo. A própria História nos mostra que depois de épocas duras, difíceis, de crises, seguem-se despertamentos, reformas, avivamentos. O “Vozes femininas nos avivamentos” oferece aos leitores o pano de fundo de um tempo (século 18) muito parecido com o de hoje na depreciação dos valores cristãos e dos bons costumes. A sociedade estava enferma, de cabeça para baixo, e os avivamentos trouxeram esperança e fé para aquele tempo. Espero que esse livro ofereça aos leitores história, esperança e fé. Que todos descubram que verdadeiros avivamentos acontecem com a conversão sincera, com arrependimento e transformação de vida e que é disso que nossa sociedade mais necessita atualmente.
NA VARANDA COM A AUTORA
Nascida em Belo Jardim, Pernambuco, Rute Salviano Almeida é casada, mãe de três filhos e mora em Campinas, SP. É bacharel e mestre em Teologia, pós-graduada em História do Cristianismo e falou também com o blog da Ultimato - Na Varanda com o Autor - sobre os desafios da igreja brasileira e a sua experiência de autora.
Alguma pessoa ou livro, em especial, influenciou sua aproximação da leitura e da escrita?
Meu pai, Sebastião Pessoa Salviano, sem dúvida foi a pessoa que me aproximou da leitura. Ele foi um autodidata e amava ler, não gastava consigo mesmo, mas não poupava na compra de livros. Comprou a História Universal, de Césare Cantú (32 volumes), que chegava pelo correio, volume a volume. Sua maior alegria, em se tratando de coisas materiais, era adquirir livros. Cresci vendo-o ler diariamente, principalmente a Bíblia, que leu inteira mais de 60 vezes. Além do exemplo, tenho a genética dele e a mesma paixão pela leitura. Quanto à escrita, Justo González, escritor de Uma história ilustrada do Cristianismo, me inspirou e desejei escrever também uma história assim, mas com destaque à participação feminina.
Quando a inspiração para escrever não vem…
É comum não chegar a inspiração, por isso aproveito muito quando ela vem, escrevendo na hora ideias ou pensamentos que surgem. Mas, quando não vem o ideal é não forçar, é parar e aguardar outro momento. Minha melhor hora é pela manhã com a cabeça descansada. É hora também de rever o que escrevi e percebo que corrijo melhor e tudo flui de forma mais coerente.
O que os adultos devem ler para as crianças?
Em primeiro lugar, a Bíblia, que pode ser adaptada para crianças, desde que nada fuja da história bíblica. E depois livros de estórias infantis, principalmente, com fundo moral, com lições de vida que ajudarão as crianças a adquirirem conhecimentos e a receberem subsídios para a construção de um bom caráter.
Que conselho você gostaria de ter recebido na sua juventude?
Eu creio que recebi bons conselhos, o problema é que quando somos jovens nem os escutamos. Nós queremos ter nossa independência e, por isso, muitas vezes, desprezamos conselhos tão bons que nossos pais ou outras pessoas nos deram e, posteriormente, sofremos as consequências de más escolhas. Talvez, gostaria de ter recebido mais incentivo para não parar meus estudos. Sempre quis estudar muito, mas parei assim que terminei o chamado colegial (2º grau) e foi mais difícil o recomeço, pois só depois de casada tive oportunidade de voltar a estudar.
Como você lida com o envelhecer?
Acredito que lido bem. Sempre entendi que devemos viver bem cada fase de nossas vidas e não pular etapas. Vivi plenamente minha infância, brincando na rua e me divertindo com coleguinhas. Vivi minha juventude na igreja, com irmãos em Cristo e com parentes queridos. Namorei, noivei, casei, tive 3 filhos, constitui minha família, e hoje, na 3ª idade, tenho tempo para me dedicar à escrita e às palestras que tanto aprecio. Meu lema é: “A graça de Deus me basta e seu poder se aperfeiçoa em minha fraqueza”.
O que mais a anima e o que mais a incomoda no meio evangélico?
Sou feliz por conviver em um meio evangélico desde criança. Gosto muito de nossos cultos e outras atividades, apesar de hoje já não poder participar como antigamente. Aprecio boas mensagens e bons louvores, gosto muito de cantar e louvar ao meu Deus. Sou apaixonada pela Escola Bíblica Dominical e lamento que esta está desaparecendo de algumas igrejas evangélicas. Dizendo isso, incomoda-me grandemente o individualismo que não se coaduna com a fraternidade cristã. Sempre gostei de igrejas pequenas, pois nelas o individualismo não tem lugar e não gosto de grupos de faixas etárias diferentes que nem olham os outros irmãos no rosto e nem sequer os cumprimentam. Eles só conversam entre si e não aprendem com o convívio dos mais velhos. Mas, diria que o que mais me incomoda mesmo no meio evangélico é a acomodação à filosofia pós-moderna. Os crentes de hoje repetem jargões do mundo e também apreciam por demais as coisas mundanas. Não vivem movidos pela eternidade, não se consideram cidadãos dos céus, nem se sentem estrangeiros e peregrinos aqui na terra.
Incomoda-me o trazer para a igreja modismos de fora, no entendimento de que isso atrairá mais pessoas. Incomoda-me o poder que alguns líderes de igrejas atribuem a si mesmos, considerando-se donos da igreja e roubando a noiva de Cristo. Incomoda-me o autoritarismo, a centralização, a ausência de democracia nas igrejas evangélicas. Incomoda-me os títulos, principalmente o mais atual de “apóstolos”, aonde isso vai chegar: sacerdotes e reis?
Creio que isso não agrada a Deus!
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» Mulheres que conciliaram trabalho e pregação, contemplação e caridade
» Por que ir à escola bíblica dominical?
» Mais “Na Varanda com o Autor”
Mestre em teologia e pós-graduada em história do cristianismo, é autora de Vozes Femininas nos Avivamentos (Ultimato), além de Vozes Femininas no Início do Cristianismo, Uma Voz Feminina Calada pela Inquisição, Uma Voz Feminina na Reforma e Vozes Femininas no Início do Protestantismo Brasileiro (Prêmio Areté 2015).
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