Opinião
- 07 de outubro de 2020
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A pedra de tropeço e a pedra de moinho
Por Márcia Barbutti
"Cuidado para não desprezarem um só destes pequeninos." (Mateus 18.10)
"Cuidado para não desprezarem um só destes pequeninos." (Mateus 18.10)
Após afirmar aos discípulos que eles deveriam se converter e se tornar como uma criança, Jesus continuou a conversa mostrando que eles também deveriam cuidar dos pequeninos e protegê-los. Suas palavras são enfáticas e intrigantes: “Mas se alguém fizer tropeçar um destes pequeninos que creem em mim, melhor lhe seria amarrar uma pedra de moinho no pescoço e se afogar nas profundezas do mar” (Mt 18.6).
Jesus deixou claro o valor que as crianças têm em seu reino e que, para os que são pedras de tropeço para elas, lhes seria-lhes preferível a morte física, particularmente dolorosa e terrível (sem a possibilidade de resgatar o corpo para um enterro).
Quanto mais nova for a criança, maior é o poder de influência que temos sobre ela. Poder para seduzir, induzir ao erro, enganar, ferir e destruir. Mas ai daquele que assim procede. Ai daquele que abandona seus filhos nascidos ou que estão para nascer. Ai daquele que, na busca por prosperidade, reforça o materialismo e o consumismo. Ai daquele que nega a disciplina e o limite. Ai daquele que sonega a Verdade. Ai daquele que comete abusos e violência, e que explora o mais fraco e vulnerável.
É hora de erguer a voz em favor dos pequeninos. O doutor Wess Stafford, em seu livro Too Small to ignore, fala das quatro liberdades que toda criança merece. (1) Liberdade da pressão imposta – pressão para crescer rapidamente, ser bem-sucedida e atingir os ideais dos adultos que a rodeiam; (2) Liberdade do materialismo – a busca da satisfação no ter e continuar tendo sem compaixão ou misericórdia; (3) liberdade da concorrência corrosiva – o valor está somente no ganhar, perder é a total frustração; e, finalmente, (4) liberdade do medo diário – elas merecem estar a salvo de malfeitores e predadores.
Longe de nós sermos pedras de tropeços, que sejamos pedras de passagem, como aquelas que estão no meio de riachos, ligando espaços e possibilitando encontros.
Oração: Senhor, ajuda-me a ver os pequeninos como o Senhor os vê.
Nota: Texto originalmente publicado em Refeições Diárias - Celebrando a Reconciliação. Editora Ultimato.
Imagem: Casal de Idosos Distribuindo Bens para Crianças ao Ar Livre | Carel Fabritius, 1645 | WikiArt.org
Nota: Texto originalmente publicado em Refeições Diárias - Celebrando a Reconciliação. Editora Ultimato.
Imagem: Casal de Idosos Distribuindo Bens para Crianças ao Ar Livre | Carel Fabritius, 1645 | WikiArt.org
É editora assistente da Editora Cultura Cristã, responsável pelos materiais infanto-juvenis.
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