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- 16 de setembro de 2014
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Quando a verdade se veste de história
cidade. Mas as pessoas que a viam se escandalizavam, se sentiam incomodadas e acabavam se afastando. A verdade então voltou para casa e vestiu-se de histórias. Saiu novamente e, ao contrário da primeira vez, foi bem mais compreendida, querida e aceita pelas pessoas.
A verdade é imutável e absoluta, mas isso não significa obrigatoriamente que ela deva sair “nua” pelas ruas, sem vestimentas que façam com que seja mais bem entendida, amada e interessante. Quando a verdade é contada por meio de histórias de vida, há mais identificação, mais desafios e fica mais fácil guardá-la na memória.
N. T. Wright diz, em O Mal e a Justiça de Deus, que Deus não simplesmente deu uma resposta direta e acadêmica sobre o “problema do mal”; ele contou uma história – uma longa história de um povo que precisou lidar com a questão fora e dentro de si mesmo.
Quando Jesus declarou aos judeus a famosa frase “conhecereis a verdade, e a verdade vos libertarás” (João 8.32), ele estava dizendo que a verdade era uma pessoa: o próprio Jesus Cristo. E isso muda tudo: toda a nossa reação diante da verdade. Além da tarefa de compreendê-la, Deus nos chama para nos relacionarmos com ela e para construirmos histórias verdadeiras. A ideia foi fortalecida, quando logo em seguida, Jesus também fez o contraste entre os filhos de Deus e os filhos do diabo. Aqueles que conhecem a verdade, vivem a experiência de adoção ao Pai.
O fundamentalismo de quem vê a verdade como apenas um conceito abstrato ou o relativismo de quem, por outro lado, a reduz a mera interpretação -- como se fosse só projeções e sombras, e nada, de fato, real -- mostra que é preciso redescobrir a verdade, é preciso encontrá-la no cotidiano, no ordinário, nas faces e nas trajetórias de vida. E a Bíblia é nossa grande companheira nesta tarefa. Não é à toa que Deus nos chama para sermos suas “testemunhas” (Atos 1.9). Testemunha pressupõe experiência, e não apenas domínio de conceitos.
De quinta-feira (11) a sábado (13), uma equipe da Ultimato juntou-se ao grupo da RENAS (Rede Evangélica Nacional de Ação Social) em Curitiba (PR). Lá, ajudamos a organizar o 9º Encontro Nacional da RENAS, com o tema “Equidade: a justiça do reino de Deus”. Foi uma genuína experiência de reunir em um só lugar conceitos e histórias. Passamos pela discussão filosófica e bíblica sobre o que significa “equidade”, com Jorge Henrique Barro e Ariovaldo Ramos, relembramos a história do Pacto de Lausanne e seus efeitos na maneira de estudar a Bíblia, mas também nos deparamos com inúmeras histórias de transformação em favor da equidade! A seguir, pontuamos algumas:
1. Abel era um jovem inteligente, mas com pouco estudo. Seu horizonte profissional era trabalhar como cobrador de ônibus. Ao conhecer um projeto social “Monte Horebe”, no Vale do Ribeiro, em Curitiba, aos poucos ele foi sendo tomado pelo desejo de mudar, de seguir adiante, de crescer profissionalmente e também em convicções. Hoje, ele é um seguidor de Jesus e um administrador competente que coordena o próprio projeto que o ajudou.
2. A tragédia causada pelas enchentes em 2011 na região serrana do Rio de Janeiro deixou muitos agricultores sem perspectivas de geração de renda. Lucas Gomes e outros amigos da JOCUM, resolveram ajudar. Não somente arrecadar doações, mas também buscar soluções para que os agricultores não perdessem sua capacidade de sustento. Como obstáculo, Lucas deparou-se com injustiças na cadeia econômica que só prejudicavam os pequenos agricultores. Hoje, ele e os amigos tentam diminuir a distância entre quem produz e quem compra os produtos. Para isso, realizam feitas de hortaliças e verduras em igrejas do Rio de Janeiro. (Leia mais)
3. Alyson Montrezol é fotógrafo e cineasta. Corajosamente, aceitou o desafio de, por meio da fotografia, “dar voz” aos esquecidos num dos mais antigos campos de refugiados do mundo, na Tanzânia. Ele ajudou a desenvolver o projeto Eko-image. Suas fotos ilustram o nosso boletim "Últimas" deste mês.
Há muitas outras histórias que bem poderiam se transformar em metáforas para quem quer não somente anunciar a verdade, mas também se tornar amiga dela. Assim como, na parábola contada por Jesus, aquele homem que achou um tesouro escondido no campo (Mt 13.44), a alegria de encontrar a verdade do reino de Deus terá efeitos maravilhosos.
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A verdade é imutável e absoluta, mas isso não significa obrigatoriamente que ela deva sair “nua” pelas ruas, sem vestimentas que façam com que seja mais bem entendida, amada e interessante. Quando a verdade é contada por meio de histórias de vida, há mais identificação, mais desafios e fica mais fácil guardá-la na memória.
N. T. Wright diz, em O Mal e a Justiça de Deus, que Deus não simplesmente deu uma resposta direta e acadêmica sobre o “problema do mal”; ele contou uma história – uma longa história de um povo que precisou lidar com a questão fora e dentro de si mesmo.
“Ainda que o Antigo Testamento apresente uma teodiceia (explicação da justiça de Deus diante da evidência contrária), não o faz nos moldes da filosofia atual, mas segundo uma narrativa de Deus e do mundo, especialmente da história de Deus e Israel. [...]. O Antigo Testamento não foi escrito apenas para ‘falar sobre Deus’ de forma abstrata. Sua finalidade básica não é fornecer informação, satisfazer mentes curiosas. Foi escrito para contar a história do que Deus já fez, está fazendo e fará com relação ao mal” (p. 41)
Quando Jesus declarou aos judeus a famosa frase “conhecereis a verdade, e a verdade vos libertarás” (João 8.32), ele estava dizendo que a verdade era uma pessoa: o próprio Jesus Cristo. E isso muda tudo: toda a nossa reação diante da verdade. Além da tarefa de compreendê-la, Deus nos chama para nos relacionarmos com ela e para construirmos histórias verdadeiras. A ideia foi fortalecida, quando logo em seguida, Jesus também fez o contraste entre os filhos de Deus e os filhos do diabo. Aqueles que conhecem a verdade, vivem a experiência de adoção ao Pai.
O fundamentalismo de quem vê a verdade como apenas um conceito abstrato ou o relativismo de quem, por outro lado, a reduz a mera interpretação -- como se fosse só projeções e sombras, e nada, de fato, real -- mostra que é preciso redescobrir a verdade, é preciso encontrá-la no cotidiano, no ordinário, nas faces e nas trajetórias de vida. E a Bíblia é nossa grande companheira nesta tarefa. Não é à toa que Deus nos chama para sermos suas “testemunhas” (Atos 1.9). Testemunha pressupõe experiência, e não apenas domínio de conceitos.
De quinta-feira (11) a sábado (13), uma equipe da Ultimato juntou-se ao grupo da RENAS (Rede Evangélica Nacional de Ação Social) em Curitiba (PR). Lá, ajudamos a organizar o 9º Encontro Nacional da RENAS, com o tema “Equidade: a justiça do reino de Deus”. Foi uma genuína experiência de reunir em um só lugar conceitos e histórias. Passamos pela discussão filosófica e bíblica sobre o que significa “equidade”, com Jorge Henrique Barro e Ariovaldo Ramos, relembramos a história do Pacto de Lausanne e seus efeitos na maneira de estudar a Bíblia, mas também nos deparamos com inúmeras histórias de transformação em favor da equidade! A seguir, pontuamos algumas:
1. Abel era um jovem inteligente, mas com pouco estudo. Seu horizonte profissional era trabalhar como cobrador de ônibus. Ao conhecer um projeto social “Monte Horebe”, no Vale do Ribeiro, em Curitiba, aos poucos ele foi sendo tomado pelo desejo de mudar, de seguir adiante, de crescer profissionalmente e também em convicções. Hoje, ele é um seguidor de Jesus e um administrador competente que coordena o próprio projeto que o ajudou.
2. A tragédia causada pelas enchentes em 2011 na região serrana do Rio de Janeiro deixou muitos agricultores sem perspectivas de geração de renda. Lucas Gomes e outros amigos da JOCUM, resolveram ajudar. Não somente arrecadar doações, mas também buscar soluções para que os agricultores não perdessem sua capacidade de sustento. Como obstáculo, Lucas deparou-se com injustiças na cadeia econômica que só prejudicavam os pequenos agricultores. Hoje, ele e os amigos tentam diminuir a distância entre quem produz e quem compra os produtos. Para isso, realizam feitas de hortaliças e verduras em igrejas do Rio de Janeiro. (Leia mais)
3. Alyson Montrezol é fotógrafo e cineasta. Corajosamente, aceitou o desafio de, por meio da fotografia, “dar voz” aos esquecidos num dos mais antigos campos de refugiados do mundo, na Tanzânia. Ele ajudou a desenvolver o projeto Eko-image. Suas fotos ilustram o nosso boletim "Últimas" deste mês.
Há muitas outras histórias que bem poderiam se transformar em metáforas para quem quer não somente anunciar a verdade, mas também se tornar amiga dela. Assim como, na parábola contada por Jesus, aquele homem que achou um tesouro escondido no campo (Mt 13.44), a alegria de encontrar a verdade do reino de Deus terá efeitos maravilhosos.
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