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Pesquisa sobre a geração Z revela que 40% dos adolescentes que se declararam cristãos nunca leram a Bíblia
Por Ultimatoonline
A pesquisa Global Youth Culture realizada pela One Hope1 entrevistou mais de oito mil jovens de 13 a 19 anos (nascidos entre 1997 e 2012 e considerados geração Z) de mais de vinte países representando todas as principais regiões do mundo, para saber em que os adolescentes acreditam, como estão enfrentando suas lutas e que influências os orientam.2
Identidade religiosa da geração Z
Globalmente, 43% dos adolescentes entrevistados relataram ser cristãos, 23% de outra religião e 34% disseram que não tinham religião.
Para nos ajudar o grupo dos que se dizem cristãos a entender melhor o que isso significa, os pesquisadores criaram uma lista de crenças e comportamentos fundamentais:
Acreditar que Deus existe e que é possível ter um relacionamento pessoal com ele.- Crer que Jesus é o Filho de Deus.
- Crer que o perdão dos pecados só é possível pela fé em Jesus Cristo.
- Crer que a Bíblia é a Palavra de Deus.
- Ler as Escrituras por conta própria pelo menos semanalmente.
- Orar pelo menos semanalmente.
Uma enorme lacuna surgiu a partir da resposta dos entrevistados a partir deste filtro: dos 43% de adolescentes que disseram que eram cristãos, apenas 7% poderiam ser chamados de cristãos comprometidos.
A lacuna do discipulado
Para tentar compreender por que tantos adolescentes se identificam como cristãos, mas tão poucos se comprometem com sua fé, a pesquisa propôs questões mais específicas e descobriu lacunas em várias áreas-chave do discipulado deste grupo.
A primeira lacuna é na área da verdade. De acordo com os dados, mais da metade (52%) dos adolescentes pesquisados globalmente acreditam que todas as religiões ensinam verdades igualmente válidas. Incrivelmente, os adolescentes cristãos têm a mesma probabilidade de dizer isso (53%).
Com exceção dos cristãos comprometidos, a geração Z geralmente acredita que a verdade não pode ser conhecida ou, pelo menos, não completamente. Para eles, todos deveriam escolher a verdade que lhes pareça melhor.
O engajamento com as Escrituras é outra lacuna. Este foi o maior ponto de ruptura para os adolescentes quando se tratava de serem cristãos comprometidos. 40% dos adolescentes cristãos dizem que nunca leram a Bíblia. Apenas 25% leem pelo menos uma vez por semana.
Adolescentes que não leem a Bíblia mencionaram uma variedade de razões, desde ser algo chato até desatualizado e não confiável.
A lacuna da identidade
O mundo em torno da geração Z está mudando rapidamente e em nenhum lugar isso é mais claro do que em torno do tema da identidade. Em média, mais adolescentes acreditam que o gênero é baseado principalmente nos sentimentos ou desejos de uma pessoa do que no sexo com que nasceram (50% x 45%).
Em todo o mundo, 10% dos jovens dizem ter experimentado confusão de identidade de gênero nos últimos três meses, e 15% dizem que se sentiriam mais como eles próprios se fossem de um gênero diferente.
Notavelmente, 1 em cada 5 adolescentes relata ter se sentido sexualmente atraído por alguém do mesmo sexo nos últimos três meses. As meninas eram duas vezes mais propensas que os meninos a sentir atração pelo mesmo sexo (28% versus 13%). Embora essas questões não sejam sentidas com a mesma intensidade em todos os países pesquisados, a tendência global é clara. A identidade é um campo de batalha crítico para a geração Z.
A pesquisa também mostrou conexões entre essas questões e uma variedade de outras lutas pessoais. Por exemplo, dos adolescentes que relatam uma tentativa recente de suicídio, quase metade (46%) também relata atração pelo mesmo sexo. Aqueles que são atraídos pelo mesmo sexo também são duas vezes mais propensos a relatar uso recreativo de drogas, depressão, alta ansiedade ou ver pornografia.
As influências que importam
Metade da geração Z pesquisada disse que a família é seu principal guia sobre o certo e o errado, e 41% disseram que consultam a família sobre o significado da vida. Fontes on-line e amigos completaram as três principais influências desta geração – mas não chegaram nem perto do impacto da família.
A única área em que a influência familiar foi visivelmente menor foi no tópico de gênero e sexualidade: apenas 20% dos adolescentes disseram que recorrem à família com mais frequência para este assunto. Em vez disso, a internet e as mídias sociais são seus guias de acesso (36%), amigos vêm em seguida (23%).
Mesmo entre os cristãos, as fontes digitais estão substituindo a família como principal influência dos adolescentes nesses tópicos importantes. Preocupante também é que a voz das Escrituras e da igreja parecem estar ausentes. Quase nenhum adolescente disse que recorre a líderes ou textos religiosos com mais frequência para obter conselhos sobre gênero e sexualidade (4%), certo e errado (7%) ou o sentido da vida (7%).
Os benefícios de ser comprometido
Cristãos comprometidos parecem ter prioridades diferentes de seus pares. Eles são mais de três vezes mais propensos a frequentar a igreja pelo menos semanalmente em comparação com os cristãos nominais (85% versus 26%). Além disso, eles têm uma forte convicção da importância do evangelismo. Nove em cada dez cristãos comprometidos acreditam que têm a responsabilidade de compartilhar sua fé com os outros, em comparação com metade dos cristãos nominais.
Comprometer a vida e as ações diárias com Cristo é uma jornada que leva tempo, mas os vibrantes seguidores de Cristo na geração Z nos dão uma tremenda esperança. Eles são uma luz no meio de uma geração escura e confusa (Fp 2.15), e contarão à próxima geração as maravilhas do Senhor (Sl 78.4).
A compreensão da geração Z a partir da pesquisa pode direcionar estratégias práticas para ministrar com mais eficácia e mobilizar essa geração à medida que amadurece.
O estudo Global Youth Culture sugere alguns pontos de ação:
Envolvimento com as Escrituras: O envolvimento com as Escrituras produz vários efeitos positivos de forma consistente na vida dos jovens. Ao partir das Escrituras para que elas transformem vidas, vemos mudança.
Fortalecimento das famílias: A influência dos pais mostra a importância de a igreja equipar intencionalmente as famílias para as conversas críticas da vida.
Fechamento das lacunas: A lacuna entre aqueles que se identificam como cristãos e aqueles que mantêm crenças e comportamentos comprometidos é enorme. Os cristãos da geração Z precisam de vibrantes seguidores de Cristo em suas vidas e convites práticos para aprofundarem sua fé.
Fortalecimento de compromissos: A vida de cristãos comprometidos é um ponto brilhante, mas eles precisam de encorajamento à medida que vivem os padrões de Deus em um mundo que lhes diz que são intolerantes e antiquados. O discipulado contínuo os fortalece para alcançar seus pares para Cristo.
Notas
1. One Hope é uma organização cristã comprometida com a divulgação da Palavra de Deus a crianças e jovens de todo o mundo.
2. Os dados do estudo Global Youth Culture foram coletados entre fevereiro e março de 2020.
Esta nota foi preparada a partir do artigo O que uma pesquisa da organização One Hope revela sobre a geração Z, publicada no site Martureo.
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